In Any Universe | HyungHyuKyun, ShowHo, KiHeon

Capítulo Extra - Eu sei que você sabe o que eu quero dizer

O dia do pedido

- Ai, droga! - Kihyun resmungou na cozinha e Jooheon correu para saber o que havia acontecido, encontrando o namorado já com a mão enfiada embaixo da torneira. Tinha encostado sem querer na panela quente e queimando a ponta do dedo. - Por que está dando tudo errado hoje?

O Lee sentiu vontade de rir, mas sabia que o Yoo não estava de muito bom humor, então se conteve. Mais cedo, na Traveler, um pequeno acidente envolvendo uma criança correndo com seu copo de bubble tea havia rendido muito choro e um par de calças ensopadas e Kihyun também tinha trincado a tela do celular quando o deixou cair na sala dos fundos.

Ou seja, Jooheon estava morrendo de medo de estragar ainda mais o dia já cheio do companheiro, mas procurava incansavelmente por uma brecha, porque queria fazer o pedido que tanto martelava em sua mente há dias.

Hyungwon, Minhyuk e Changkyun já estavam prontos para se mudar e Jooheon já tinha até mesmo assinado o contrato do apartamento em Yongsam, mas faltava o detalhe principal: saber se Kihyun aceitaria viver com ele num novo lugar.

Era um avanço e tanto no relacionamento, ele sabia, mas tinha certeza de que não era cedo demais como havia pensado de início. Assim como havia dito a Hyungwon, a kitnet onde ele vivia atualmente não era nem um pouco confortável - e ele odiava quando Kihyun ia para lá, porque não havia conforto algum naquele muquifo -, além de ser longe do trabalho e longe do apartamento onde o Yoo estava instalado. Eles passavam a maior parte do tempo juntos e voltar tarde da noite, todos os dias, estava se tornando desagradável e cansativo.

Jooheon ensaiou várias vezes na frente do espelho, inclusive as reações que poderia ter caso Kihyun lhe desse o temido "não", mas ele sabia que de nada adiantaria, afinal, era seu coração quem responderia ao momento e não o seu cérebro.

Ele achou que o período da noite seria ideal para que eles conversassem, mas o Yoo inventou de preparar comida para o jantar e o Lee ficou apavorado quando o mais velho decidiu conversar segurando uma faca nas mãos o tempo inteiro - japchae era um prato que levava muitos tipo de legumes picados. Seu nervosismo fazia sua imaginação criar pilhas e pilhas de expectativa e medo, e todas essas folhas se misturavam, criando uma sensação gigantesca de confusão.

Kihyun estava bravo, como nunca antes. Um pouco por conta de tudo o que havia dado errado, um pouco por causa da preocupação com seus amigos - o julgamento de Namshin tinha acontecido há uma semana e todos ainda pareciam afetados pelo ocorrido, embora as coisas tenham corrido bem e terminado de forma justa -; Jooheon achava que ele também estava ansioso por causa da entrevista de trabalho e a demora no retorno por parte da agência, mas já tinha tocado no assunto e o Yoo havia lhe assegurado que estava tranquilo quanto a isso.

A questão era: ele precisava agir naquele instante ou então pareceria tarde demais. Foi por isso que se aproximou de Kihyun e verificou o ferimento em seu dedo, ao que o namorado disse que estava tudo bem, só tinha se assustado com a quentura repentina.

Jooheon sorriu e se esforçou para deixar a conversa fluir, mas não teve coragem de mencionar a proposta. Eles jantaram, viram alguns vídeos engraçados no celular e limparam tudo antes de sentarem-se no sofá, finalmente trocando um carinho singelo, que eram os preferidos do Lee: a forma como as mãos pequenas de Kihyun deslizavam por sua pele, sempre acarinhando-lhe com sutileza, os abraços confortáveis e os beijos lentos e molhados... Às vezes eles simplesmente ficavam aconchegados nos braços um do outro, ouvindo suas respirações em conjunto, sussurrando elogios bobos que deixavam o coração do Lee tão quentinho que seu maxilar até doía de tanto sorrir. Às vezes eles iam mais adiante, tiravam algumas peças de roupa e se exploravam de forma curiosa, deixando beijinhos aqui e ali. O Lee sabia que havia limites e que era difícil controlar-se, mas Kihyun ainda estava impondo linhas de restrição em certos tipos de contato e ele não se importava.