My Fucking Brother[segunda temporada]

•Seventeen•

     Acordei em uma sala de atendimento em um local que eu julguei ser o hospital para o qual eu estava vindo antes de sofrer o acidente.

     Eu estava deitada em uma maca e logo percebi os fios ligados às minhas veias, provavelmente me nutrindo com soro. Minha cabeça e minhas costelas doíam, mas eu permaneci deitada até que chegasse alguma enfermeira para me dar informações. Porém não entrou nenhuma enfermeira pela porta da sala, mas sim duas gêmeas desesperadas.

  — MEU DEUS, YASAMI! Como você tá??! - foi a única coisa que eu consegui ouvir antes delas começarem a falar várias coisas ao mesmo tempo, atropelando as palavras. 

  — Se acalmem, eu estou bem! - e eu realmente estava. Não sou que nem as personagens dramáticas de fanfics que sofrem um acidente, ficam desacordadas por semanas e, quando acordam, não se lembram de nada, nem do mágico garoto que ela conheceu a pouco tempo e já se considerava em um relacionamento sério com ele.

    Por favor, eu sofri um acidente muito pior na infância.

    E eu me lembro de cada detalhe dele.

  — Desculpa por isso, mas, supondo que você teria nos dado essa permissão, nós ligamos pro seu irmão.

  — QUÊ?! - quase gritei, as encarando com o semblante surpreso e assustado. O que Jungkook pensaria de mim (se não é que ele já pensava muita coisa)? — COMO VOCÊS-

  — Você deveria colocar uma senha mais difícil. - Leah me interrompeu, dando de ombros.

       Ok. Yasami1234 não era a senha mais espetacular do mundo, mas eu só tinha pensado nisso na época que eu ganhei meu celular e esqueci de mudá-la depois. 

  — Nós apenas olhamos seus contatos e procuramos algum nome parecido com "Jungkook". - ela continuou. — Você não chegou a falar muito dele, mas a gente lembra que você o tinha mencionado uma ou duas vezes. 

  — M-mas não se preocupa porque nós deixamos seu celular de volta ao local onde nós o pegamos. - Ava complementou, assentindo.

  — Falando nisso... Onde tá meu celular?

      Minha pergunta foi respondida quando eu o ouvi tocar "Black Dress" da CLC na mesinha ao lado da maca. Meu medo de atender se tornou real quando eu vi que era o Jungkook. 

        Lá vem sermão... 

  — O-oi Jungkook... - falei nervosa ao atender.

  — "OI JUNGKOOK?" - ele me imitou, gritado com uma voz trêmula. - MAS QUE PORRA É ESSA, YASAMI? - ele não me deixou responder antes de continuar. - Não sei se aí é permitido, mas na Coreia É PROIBIDO GAROTAS DE 13 ANOS DIRIGIREM! - ele tornou a gritar.

  — Eu tenho 15... - retruquei timidamente. Ele, me ignorando completamente, estava gritando várias coisas sem sentido (ou pelo menos eu achei que fossem sem sentido porque eu não estava escutando quase nada) e a única coisa que eu consegui fazer foi me desculpar com ele.

     Ele continuou brigando comigo e, talvez pelo fato de eu estar cansada e sem saco, desliguei na cara dele. Ele tornou a ligar mais umas duas vezes, mas eu não atendi. Eu sei que ele só estava preocupado comigo e queria que eu não fizesse mais isso, mas gritar não é a melhor maneira de se demonstrar amor e preocupação com alguém. Enfim, eu tinha coisas mais importantes com o que me preocupar naquele momento. 

  — E o bebê?! Como está? - perguntei às gêmeas após recobrar a consciência depois de um tempo pensando e olhando pro nada.

  — Ah, as enfermeiras estão dando banho nele. O parto foi cesariana e foi um sucesso. Mamãe já está descansando. - disse Ava. Fiquei aliviada ao escutar isso, apesar de a mãe delas não ser a melhor esposa e mãe do mundo.