thirty five

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Camila Cabello P.O.V

– Porra, Camila! Eu não acredito! – Peter bufou enquanto eu andava pelo meu quarto, já tinha revirado todos os móveis do cômodo.

– Cala a boca, caralho! Eu já disse que tá em algum lugar, eu vi, eu peguei, e eu tenho certeza que tá aqui! – Continuei remexendo na minha cômoda, vendo caixinha por caixinha e roupa por roupa. Aquela merda tem que tá aqui.

– Deixa eu ver se eu tô entendendo: você pegou uma algema DO SEU PAI e me prendeu na sua cama. E você nao sabe aonde ta a chave. Camila. Você. Não. Sabe. Aonde. Ta. A. Chave.

– Cala a boca!

– E eu to preso na sua cama, nu. Seu pai vai me castrar e eu nem vou ter como me defender, Camila! – Ele me ignorou, praguejando sofrego, me deixando ainda mais nervosa.

– É, caralho! Eu não sei aonde tá essa porra, você tá feliz agora? – Bufei jogando minha almofada de coração contra a parede.

– Então quer dizer que eu vou ficar preso aqui esperando seu pai vim me castrar? – Peguei a almofada do chão e joguei no seu rosto, e ele fez careta.

– Meu pai não vai te castrar, seu idiota. – Revirei os olhos e respirei fundo, tentando não cometer um assassinato. – Eu vou tentar falar com ele e você vai ficar ai quieto, ok? Nada de sair pela janela com uma cabeceira presa no braço.

– Você tá assistindo muito romance, Camila. Isso é humanamente impossível.

– Vai se foder. – Suspirei vestindo o primeiro vestido rosa que eu achei no chão e sai do quarto batendo a porta, sem antes ouvir um ele rir.

Ótimo, ele tá se divertindo com meu sofrimento. Acho bom que meu pai arranque até às tripas desse filho da puta.

Desci as escadas lentamente. Eu não sabia como encararia meu pai para falar "Oi papai, tudo bom? Prendi o Peter na minha cama com suas algemas e agora eu não sei aonde está sua chave, por favor, pode me emprestar?"

Cheguei no andar de baixo e respirei fundo. Minha irmã estava sentada no balcão da cozinha comendo cereal, e assim que eu entrei na cozinha, vi minha mãe secando alguns pratos e meu pai lavando outros. Minha mãe saiu da cozinha, parecendo ir para a sala.

Aproveitei que ela liberou o lugar ao seu lado e cheguei ao lado dele e comecei a esfregar meu rosto no seu braço, como um gatinho pedindo atenção. Eu sempre fazia isso quando tentava o deixar preparado para alguma coisa que eu fiz. Era quase um instinto.

– Oi, filha. Tudo bem? – Ele sorriu para mim e logo ficou sério. – O que você aprontou? – Ele me olhou desconfiado. Merda. Esqueci que ele é meu pai e me conhece muito bem. – Ou alguém fez algo com você?

– Não, não pai! Eu só vim falar com o senhor, er... – Cocei minha garganta. – Noite bonita, né?

– Mila... – Ele tirou o pano de prato dos ombros enxugando as mãos. – O que você fez? – Ele me olhou. Aquele olhar de pai que se prepara para saber a merda que seu filho fez.

– eupegueisuasalgemaseprendiopeternacamaaieunaoseiaondetaachavemeajuda. – Ouvi um barulho atrás de nós e quando eu olhei, vi o balcão todo sujo de leite.

Minha irmã estava rindo e cuspindo todo o leite da boca. Ela havia entendido. Agora vou virar assunto na sua rodinha de amigas como "A irmã da Sofia que prende o namorado na cama". Ou não. Ela talvez esteja rindo de outra coisa. Minha irmã é um bebê.

– O que? – Ele franziu o cenho. – Você tem aquela doença lá? Amor, você nunca me disse que a Camila tem aquela doença que dá convulsão. – Ele gritou para a minha mãe. E Sofia, continuava rindo, agora tentando limpar sua sujeira antes que algum de nossos pais vissem.

Particular Taste • HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora