Dayane P.O.V.
Eram quatro da manhã e eu me mexia na cama sem parar. Não havia conseguido sequer fechar os meus olhos depois de ter ouvido o que ouvi. Não conseguia encostar no corpo de Sarah, que dormia ao lado do meu. Cansei de tentar, e resolvi me levantar. Caminhei até a sacada, aonde fiquei andando, de um lado pro outro.
— Eu só queria ter uma pista sobre o que tá acontecendo.
Murmurei sozinha, enquanto caminhava desorientada, sem saber o que fazer. Havia algo de estranho. Muito estranho. Eu queria descobrir, mas não sabia como.
Caminhei até a cama e peguei o celular da Sarah. Tentei desbloquear, mas não consegui. Tentei usar seu polegar pra desbloquear o mesmo, mas ela se remexia toda vez que eu tentava, e eu temia que ela acordasse. Merda!
Eu queria acordar ela e perguntar que merda era aquela. Queria que ela me explicasse tudo. Infelizmente, não era fácil assim. Ela poderia mentir. E eu queria saber toda a verdade.
Decidi fazer algo muito improvável; ir até o hotel de Caroline. Eu sabia que as probabilidades dela aceitar falar comigo, naquela hora, eram quase nulas. Mesmo assim, decidi tentar.
Rapidamente me troquei e coloquei uma roupa de frio, já que chovia. Chamei um uber e sai de casa sem avisar Sarah nem nada. Ela perguntaria aonde eu estava indo; e eu não queria que ela soubesse.
Enquanto estava no veículo, tentei ligar pra Caroline inúmeras vezes. Estava quase desistindo, quando na sétima tentativa, ouvi sua voz do outro lado da linha.
— Alô? – Ela perguntou, com sono.
— Oi.
— Dayane?
— É. Caroline, eu preciso conversar contigo. Não é uma pergunta. Estou passando aí. – Meu tom de voz era rude, pra que ela percebesse que eu realmente não estava brincando.
— Day. Não faz isso, pelo amor de Deus. – Ela parecia meio desesperada, fazendo minhas teorias fazerem cada vez mais sentido.
— Carol, para. Tá me ouvindo? Para. Eu tô chegando.
— Day, não podemos! Ninguém pode me ver contigo.
— Quem vai me ver contigo, Caroline? Não são nem cinco da manhã.
— Day... olha. Me encontra no McCafé,
ok? Aquele vinte e quatro horas, perto do hotel.— Tá. Te vejo lá em dez minutos.
Mudei o destino do meu uber, e fiquei inquieta até que chegasse. Pedi dois cafés, um expresso pra mim e um puro, sem açúcar, pra ela. Ela não podia ter mudado tanto a ponto de mudar a forma como gosta de seu café.
[...]
Estava pegando os pedidos quando ela se aproximou por trás.
— Oi.
— Oi. Vamos lá pra cima. – Ela pediu, olhando em volta. Parecia que temia que fôssemos vistas. Era tudo tão estranho.
Portanto não contestei, subi e me sentei na mesa que ela escolheu; uma das mais afastadas, por mais que o lugar estivesse vazio.
— Carol, fala o que tá acontecendo. Agora. – Falei, entregando seu copo, enquanto me arrumava na cadeira.
— Como assim? Você que me acordou às quatro e meia da manhã, do nada.
— Por que você age como se estivesse se escondendo de alguém? Carol, me fala o que tá acontecendo. – Repeti, pegando em sua mão e olhando em seus olhos. Ela desviou o olhar, puxando o braço.
— Seria meio estranho, né? Você namora, eu também. Ninguém quer ver a namorada com a ex no meio da madrugada.
— Para de mentir, Carol! Eu sei que você tá mentindo. Meu Deus.
Minha voz soava desesperada, eu estava no meu limite. Juntei as minhas mãos frente ao rosto, começando a chorar.
— Ei, não fica assim também. – Ela falou, tocando meu braço.
— Como não? Eu sinto como se todo mundo estivesse mentindo pra mim, o tempo inteiro. Como se tudo fosse uma maldita farsa.
— Por que você sente isso? – Ela perguntou.
— Se isso é loucura minha, olha nos meus olhos e diz que não mentiu pra mim desde que voltou. Vai, faz. – Pedi, olhando em seus olhos. Ela vacilou com o olhar. — Viu?
— Day... não faz isso contigo.
— Não faz você! Eu tô tentando resolver. – Falei negando com a cabeça e pegando de novo na sua mão. — Fica mais difícil sozinha. A gente tá sozinha aqui, Carol. Você pode me falar o que tá acontecendo. Eu... eu só preciso saber.
— Me ajuda. – Ela murmurou, baixinho. O tom de sua voz era de agonia.
— Que? Como assim?
— Eu tenho medo, Day. Eu não posso contar. Me ajuda.
Ela pediu novamente, e eu tive a certeza. Tinha algo muito errado acontecendo.
YOU ARE READING
Perdoar • Dayrol
FanfictionCarol está de volta. Será que o amor entre ela e Day será o suficiente para superar todos os conflitos passados? Continuação de Esperar.