Capítulo 5

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Dayane P.O.V.

Naquela noite, Sarah se ofereceu para dormir comigo. Eu aceitei, já que estava me sentindo fraca o suficiente para fazer qualquer besteira que se passasse pela minha cabeça. Ela insistiu para que víssemos um filme para que eu distraísse um pouco a minha cabeça. Mesmo que não conseguisse prestar atenção, deixei ela colocar um filme qualquer.

— Day? Tá acordada? – Sarah perguntou, no meio do filme. Esfreguei meus olhos, abrindo os mesmos e a encarando, querendo fechar eles.

— Não, tudo bem. Pode dormir. Boa noite. – Ela murmurou e eu assenti com a cabeça, sem forças para resistir ao sono. Estava cansada física e, principalmente, psicologicamente.

O sono me pegou com força, e ainda nem eram oito da noite. Eu havia dormido muito mal na noite passada. Mas como eu não conseguia dormir por mais que duas horas direito depois de todos os acontecimentos recentes em minha vida, acordei algum tempo depois. Antes que pudesse falar qualquer coisa, observei que Sarah não estava ao meu lado. Cheguei a pensar que ela pudesse ter ido embora. Me levantei então, para caminhar até o banheiro, que era razoavelmente distante do meu quarto.

Quando me aproximei, pude ouvir a voz da garota dentro do banheiro. Provavelmente estava no telefone. Iria me afastar e esperar que ela saísse para que eu entrasse, quando escutei sua frase, ou melhor, parte dela, já que a porta me impedia de ouvir tudo.

— Cala a boca... Eu já... Não! ... Dayane é minha...!

Naquele momento a curiosidade me dominou por inteiro, e eu me aproximei o máximo que pude, colando meu rosto na porta.

— Se você chegar perto dela... você vai se arrepender! E você sabe muito bem que eu tenho inúmeras maneiras para que você se arrependa... Você sabe que nem a sua mãe está do seu lado nessa.

Quando ouvi aquilo, minha cabeça girou. Eu corri para o quarto, me enfiei de baixo das cobertas, fingindo dormir. Não queria que Sarah descobrisse que escutei a sua conversa de trás da porta.

Na cama, minha cabeça rodava. Questões sem respostas atormentavam minha cabeça. Teorias baseada naquelas questões também, e eu tentava conectar toda a situação em que eu me encontrava e achar uma resposta para aquela ligação que era, no mínimo, estranha. Com quem Sarah falava? Essa pergunta martelava em minha cabeça, e em cada vez que pensava nela, meu subconsciente respondia imediatamente que era Caroline do outro lado da linha. Eu, como se não quisesse acreditar, tentava negar à mim mesmo e tentar procurar outra explicação para aquilo. Mas eu simplesmente não encontrava.

Pude escutar seus passos se aproximando, e então seu corpo se deitou ao meu lado, e me abraçou por trás. Pela primeira vez, senti uma sensação péssima quando Sarah me abraçou. Senti repulsa ao relembrar suas palavras ameaçadoras, mas me sentia pior quando sabia que aquele sentimento me tomava por imaginar aquelas palavras sendo direcionas para Caroline.

Eu tinha tantas perguntas a serem respondidas, e me torturava o fato de não poder simplesmente perguntar.

Eu teria que, sozinha, procurar a resposta para cada uma delas.

Perdoar • DayrolWhere stories live. Discover now