just like the hearse you die to get in again

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Harry.

Às vezes, quando estou sozinho, esse nome surge no meu pensamento. Faz tanto tempo que não o vejo que tenho certeza que poderia confundi-lo com um sonho adolescente, não fosse as constantes vezes em que escuto sua voz no rádio.

É uma sensação ruim. Lembrar dele. Gostaria de dizer que me deixa feliz, mas não é verdade. Quando penso nos momentos em que ele me beijava, da minha mão passando por seu cabelo — que saudade que eu sinto dos bons e velhos cachinhos —, do seu toque, só consigo sentir tristeza. Quando penso nas turnês, nos álbuns, no The X Factor, na inocência que tínhamos, eu só consigo sentir que foi tudo perda de tempo.

Perda de tempo.

Não consigo mais contar o tempo que passa. Perdi a noção. Tanta coisa aconteceu desde que terminei com Harry. O nascimento de Freddie, a morte de minha mãe e Félicité — absolutamente todos os aspectos da minha vida mudando, transformando-se. Chega um ponto em que não faz mais sentido contar as horas. Sinto um vazio tão grande, como se meu peito entrasse em combustão sempre que tento respirar; sinto falta de me sentir feliz.

Harry me fazia feliz.

Tantos anos jogados fora. Tantos anos desperdiçados em um relacionamento que nunca iria pra frente; eu era idiota, jovem e idiota, idiota demais pra entender que o mundo nunca entenderia o amor que nós sentíamos. Eu mesmo nunca entendi. Eu amei, essa é a verdade. Infelizmente, essa é a verdade. Mas agora tomei o rumo certo: tenho meu filho, minha namorada. Tudo que fiz, eu fiz pra que minha família ficasse orgulhosa de mim, pra que a One Direction seguisse firme. Parcialmente, eu consegui. Talvez a One Direction não tenha se mantido, mas não foi graças a mim ou a um relacionamento prejudicial.

Sinto falta da One Direction.

Sinto falta de como as coisas eram. Sinto falta de tudo, honestamente; estou no lugar em que eu deveria estar, com uma família, uma carreira solo estável, uma reputação, mas não me sinto feliz. Falta algo. Ultimamente, só consigo pensar nisso. Falta algo. E junto com esses pensamentos, penso nele. Não quero, mas penso. Fico triste. Dói. Mas não é como a dor de perder uma mãe, uma irmã, ou a dor de ver o fim do grupo pelo qual lutei tanto; é a dor do fim de uma viagem de verão, a última mordida em um pedaço de torta, o último fiapo de luz em um por-do-sol.

É a dor da falta de pertencimento, falta de noção de espaço. Sinto falta de ver as horas, me sentir vivo, saber que o tempo existe. Quando Harry ia à minha casa nas folgas, durante o The X Factor, ficávamos horas na cama deitados abraçados, e o tempo corria. Eu sentia ele correr, porque 5 horas passavam como 5 segundos. Perdíamos tempo.

Sinto falta de perder tempo.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2020 ⏰

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so long and goodnight [larry stylinson]Onde histórias criam vida. Descubra agora