A CORRIDA

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Acordar de manhã, colocar meu tênis, e sair para correr. É uma das minhas maiores paixões. Sentir meus músculos contraindo e relaxando, meus pés me levando cada vez mais longe, minha respiração pesada, e o vento contra meus rosto, tudo isso ouvindo minhas músicas preferidas. E hoje foi assim, acordei cedo e caminhei até o Jardim Botânico de Curitiba, meu lugar preferido, repleto de flores, arvores, e uma estufa com plantas de tirar o folego, além de ter uma pista perfeita para correr.  

Eu já estava correndo a um tempo na trilha, escutando Secrets - Jacob Lee e estava começando a ficar bem cansada, então decidi que na próxima vez que eu passasse pela academia ao ar livre eu iria fazer uma pausa para alongar e descansar. Estava quase chegando, só faltava fazer uma curva e descer a pequena ladeira, porém, meus planos foram totalmente interrompidos quando por alguns milésimos de segundos um cara vindo na direção oposta, em uma velocidade absurda, trombou comigo me levando a quase beijar o chão se ele mesmo não amortecesse minha queda com seu próprio corpo. Quando eu percebi estava deitada sobre o cara. Sem reação, fiquei olhando para ele, que tinha cabelos castanhos colados pelo suor em sua testa, e olhos castanhos inchados, que depois de alguns segundos me dei conta de que estavam furiosos.

"Vai sair de cima de mim, ou quer admirar mais um pouco?"

Vocês acreditam que ele me disse isso? Na hora eu fiquei furiosa, levantei rapidamente mesmo sentindo uma dor insuportável na minha mão esquerda, e logo ele se levantou também. E foi nesse momento que reconheci ele, o rei dos idiotas, também conhecido como Pedro, meu veterano da faculdade. 

Ele ficou repetindo várias vezes que eu deveria ter olhado melhor por onde estava passando, e que eu estava correndo na direção errada, enquanto eu indignada dizia para ele que quem estava errado era ele, e que ele devia pelo menos se desculpar. Até que ele gritou:

"Tá bom, desculpa. Feliz agora? Tchau." 

E assim ele recolocou os fones de ouvido, voltou a correr, e me deixou falando com o vento. Levei um tempo até assimilar tudo o que aconteceu, e perceber que minha mão estava doendo muito. Então liguei para minha mãe pedindo que ela me buscasse, e me levasse ao posto de saúde. E aqui estou, numa segunda-feira, escrevendo sobre tudo isso com a minha mão direita que graças a Deus está ilesa enquanto espero para ser atendida por um médico.

Resumindo: Tive a "grande sorte" de trombar com aquele cara, estou com muita dor, e tive a prova de que o Pedro  realmente faz por merecer o prêmio de rei dos idiotas (história que com certeza ainda vou contar pra vocês).



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⏰ Última atualização: Aug 27, 2020 ⏰

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