Depois de mais um corte, eu paro. Encaro o sangue tão vermelho, em minha pele tão branca e sem rastros de vida. Impressão minha, ou ele estava mais vermelho que o normal hoje?
Vermelho.
A cor da paixão, mas a cor do proibido. A cor da vida, mas a cor da morte. A cor das rosas, mas a cor dos corações quebrados. A cor do desejo, mas a cor das consequências.
Mas por que, afinal, eu gostava desse contraste?
Vendo aquela cor, tão viva, tão vibrante, eu descobri o porquê.
Porque eu precisava ver meu sangue pra me sentir viva. Precisava ver – não apenas sentir – meu sangue vibrar para provar que ainda havia alguma vida dentro de mim.
Eu precisava provar a mim mesma que ainda estava viva.