Capitulo 02

5.5K 434 187
                                    

sina deinert Point Of View.

Estava me aprontando para mais uma noite de sábado na avenida. Eu precisava de dinheiro para pagar o aluguel, conta de luz, água, tudo o que estava vindo para esse começo de mês.

Com certeza vocês querem me perguntar porque não trabalho de outra forma. Talvez porque eu já tenha me acomodado à essa vida, não precisava de ninguém, era apenas eu e... Eu! Já passei tudo o que tinha que passar de ruim, hoje com meus 22 anos, sei que sou uma mulher madura e vivida. 

Nem sempre os caras me chamam para transar, as vezes eles querem apenas desabafar sobre seu casamento fracassado. Criam coragem em falar com a gente o que não conseguem falar para as suas devidas mulheres. Quantas mulheres já pagaram o dobro para me deitar ao lado delas apenas para matar sua curiosidade em saber como é a sensação de ter um dedo dentro de você. 

Eu moro em um pequeno apartamento que, graças à minhas noites quitei certinho sendo apenas meu. Diarra, minha amiga, morava no andar de baixo, ela também vai para as noites comigo, desde nova.

Coloquei um conjunto de langerie de renda preta. Me virei de costas vendo minha tatuagem acima do meu bumbum, fiz essa bobagem quando completei meus dezoito anos. O desenho é um dragão em tribal, era a moda da época. Subi o zíper do meu vestido de couro e o alisei com as mãos para ajustar ao meu corpo. Enfiei meus dedos em meu cabelo arrumando a parte da frente deixando as pontas caírem sob meus ombros. Coloquei um brinco que combinasse com vestido e um salto no pé. Borrifei meu perfume preferido no corpo.

Me aproximei do espelho começando a parte da maquiagem. Olhos, bochecha, boca. Deixar tudo em plena perfeição e chamativa. Peguei minha pequena bolsa de mão colocando meu celular e os documentos ali. Hoje só iria voltar pra casa quando tivesse o dinheiro suficiente.  

Caminhei até minha pequena sala quando ouvi a campanhia tocar impacientemente. Com certeza era Diarra, ela sempre fazia isso.

- Está pronta?

- Estou. Eu já iria descer pra te chamar, mas você é a pressa em pessoa.

- Precisamos aproveitar logo ou não iremos juntar nada.

- Eu sei. Deixa eu só pegar a chave de casa e já saímos. - Dei passos largos até pegar as chaves em cima da geladeira. Olhei em volta para ver se não esquecia de nada e saí porta à fora com Diarra.

 A noite estava maravilhosa, o ar fresco, sem muito calor e nem muito frio. Muitos adolescentes andando pela avenida para as baladas mais conhecidas de Los Angeles. Com certeza, adolescentes com muito dinheiro para gastar, o que me atraíam mais. Paramos em nossos lugares da avenida, perto de um arbusto e algumas árvores.

- Pensei que não viriam hoje.

- Acha mesmo que eu perderia essa oportunidade, Liz? - A cumprimente com dois beijinhos. Liz era uma das meninas que frequentava por esses lados quando eu não vinha. 

- É que são quase duas da manhã, pensei que viria umas onze.

- Onze é cedo demais.

Fomos interrompidas com um cliente parando o carro e chamando Liz. A mesma entrou no carro e deu uma acenada. Virei em meus calcanhares olhando Diarra um pouco mais afastada falando com um homem.

Enquanto não fazia nada, fiquei mexendo em meu celular vendo se algum cliente tinha ligado ou mandado mensagem pedindo para me encontrar com eles.

Ouvi uns barulhos de algo se mexer atrás dos arbustos. Peguei minha faquinha que sempre levava caso tenha qualquer imprevisto.

Entrei em um pequeno beco que havia ali vendo uma garota abaixada vomitando. Ela estava ajoelhada com as mãos apoiadas na parede e a cabeça baixa deixando tudo dentro de si sair.

Deve ser aquelas meninas que não tem um pingo de classe pra beber, quando sente o cheiro de álcool acha que vai acabar o mundo e começa a beber tudo de uma vez.

- Hey!

A garota virou o rosto tentando procurar quem havia chamado-a. Limpou o canto de sua boca e com muitas tentativas se levantou parando na minha frente.

Ela não parecia ser dessas redondezas, nunca tinha visto seu rosto por aqui. Era uma garota linda, os cabelos eram morenos e ondulados. Um corpo bem chamativo dentro de uma calça jeans apertada e uma blusa branca de gola em V. Bem cuidada.

- Oi, moça. To tentando procurar meu carro. - Soltou uma breve gargalhada e me mostrou suas chaves na mão. Se não está conseguindo nem andar, imagina dirigir. Virei meu rosto observando a avenida e depois fitei a garota parada me olhando. Garotas ricas que não sabem aproveitar seus devidos dinheiros em coisas que realmente precisam.

- Como você irá conseguir dirigir nesse estado?

- Dirigindo, ué. Minha casa é aqui perto.

- Bem, eu não tenho nada a ver com isso. Se você quer se matar, vai em frente, garota!

- Me chamo Heyoon.

- Eu perguntei alguma coisa? - Ela passou os dedos ajeitando o cabelo, soltou uma risada irônica e me fitou com uma sobrancelha erguida.

- Pensei que pra conseguir clientes você era mais simpática.

- Não vou perder meu tempo discutindo com criança bêbada. - Virei em meus calcanhares começando a andar para o lado de fora daquele beco. Essas garotas se acham as donas do mundo, mas tenho certeza que na primeira briga que entram apanham mais do que escravo na época da escravidão.

Ouvi um estrondoso barulho, fazendo-me voltar para onde a ela estava. A observei jogada no chão no meio de alguns sacos e latinhas velhas.

- A criança aqui com certeza iria conseguir te fazer ter orgasmos múltiplos e pra lembrar...Eu nunca transei com mulheres.

- Vai logo pra casa! - A puxei pela mão tentando levantá-la, mas ela não cooperava e fazia seu corpo ficar mais pesado que o normal.

- Se minha mãe me ver nesse estado, estarei morta.

- Não sei porque aprontam tanto com as mães de vocês. São sem juízo mesmo.

- Uma prostituta querendo me dar sermão? - Soltei sua mão na hora fazendo-a bater as costas no chão e gritar de dor. Comecei a andar me afastando, tentei ajudar essa mal agradecia pra ouvir isso, sou idiota mesmo. Parei no meu ponto esperando algum cliente. Essa retardada só fez eu perder dinheiro entrando naquele beco aonde ninguém consegue ver nada.

A garota passou por mim resmungando algo. Observei ela tentando atravessar a grande avenida movimentada, confesso que ver aquilo estava me deixando assustada e se ela fosse atropelada?

- Hey! Volta aqui. - Corri até ela que estava na metade da avenida. Peguei em seu braço puxando-a para a calçada. Era só o que me faltava virar babá. Eu deveria simplesmente sair dando uma volta até ela sumir, mas acabei me preocupando pelo seu estado. Que droga!

- Eu preciso ir para o meu carro.

- Depois você vai, tenta melhorar.

- Eu estou bem. - Arrastei seu corpo até a parede sentando-a. Ajoelhei inalando seu cheiro horrível de cachaça com vômito.

- To vendo que está. Vou pegar uma água para você e já volto. Fica aqui.

Eu não estava acreditando que estava dando bola à uma bêbada, o pior, gastando dinheiro com água pra dar á alguém que eu simplesmente não conheço. Peguei as duas garrafas que eu havia comprado em um barzinho ali perto. Voltei as pressas para onde ela estara, ainda jogada no chão.

「 𝘛𝘩𝘦 𝘉𝘪𝘵𝘤𝘩 」- 𝘝𝘦𝘳𝘴𝘢̃𝘰 𝘚𝘪𝘺𝘰𝘰𝘯 Onde histórias criam vida. Descubra agora