My Sins (Sasusaku)

Prólogo

Notas: história antiga, então, caso tenha um (ou vários) erro/s, desculpa! mas, não pretendo revisar. Obrigada! 

O cigarro de palha queimava lento entre os dedos finos e curtos, frios pelo contato com a brisa gélida que batia contra mão pendurada por uma greta estreita da janela larga de vidro.

As tragadas eram profundas, como se buscasse ali, no fumo, uma maneira de relaxar entre uma engolida e outra da fumaça densa e esbranquiçada, quente em sua boca. O nervosismo pelo novo que encararia a partir daquele dia, a fazia sentir um arrepio crescente, ansiosa pelo que o desconhecido a traria.

Aguardava o nascer do sol enquanto pensava no caminho que havia trilhado até o momento. Inspirava o ar frio da madrugada pelas narinas de forma lenta e calculada entre suas tragadas fortes conforme ponderava se havia feito a escolha correta ao deixar seu lar.

Os olhos brilhantes e esverdeados refletiam as luzes amareladas das ruas. Mergulhada em devaneios, Sakura suspirava vez ou outra, pensativa se deveria ou não acender um próximo cigarro quando este acabasse.

Olhou ao redor ainda desacostumada com a nova realidade. Era tão diferente a qual já estava habituada. Levava anteriormente uma vida simples - não ruim, longe disso -mas sem muito luxo, sem uma cama como aquela encostada ao lado direito do quarto amplo e arejado em que se encontrava no momento. Tudo estava diferente. As paredes não descascavam a tintura, os cobertores eram macios e perfumados, a televisão plana - e tão grande quanto qualquer uma que tenha visto -, o chão polido e novo. Admirava a vista bonita por sua janela, e tentava compreender que as coisas não eram mais como a uma semana atrás.

Sua vida havia mudado. Não morava mais na casinha pequena ao extremo oeste de Adur próxima a região litorânea da Inglaterra. Estava agora em um bairro caro e silencioso, vivendo em um prédio alto qualquer de Londres, bem longe de casa.

Sempre teve o desejo de sair do interior, não sentia como se aquela vida fosse para si. Não visualizava um futuro seu no meio de tudo que a aguardava na vila pequena. Tinha ambições; queria viver, crescer, conhecer novos lugares. Se sentia sufocada pela insignificância, e para ela, aceitar um futuro modesto não lhe parecia tão agradável assim. Almejava muito mais do que algumas cabeças de gado e um pedaço pequeno de terra que provavelmente herdaria da família.

Ansiava por se provar, mostrar do que realmente era capaz e do que poderia fazer com um pouco de liberdade. Por isso, na primeira oportunidade que teve, deu as costas para grande parte do seu sangue, os deixando para trás juntamente com sua origem humilde, indo em busca de algo que nem mesmo ela saberia dizer o que era, mas que certamente encontraria.

Tinha pouca idade, ainda era nova. Muito. Dezenove não lhe parecia grande coisa, principalmente quando colocada contra a parede pela família ao lhe questionarem o motivo de querer sair de debaixo das asas de seus pais de forma tão... prematura, como sua avó gostava de pontuar. Não achavam que a pequena garotinha da família estava pronta para uma aventura com aquela. Faculdade na capital era o maior pesadelo de sua mãe, e Kizashi, seu pai obediente, concordava com a mulher conforme ela discursava como Londres era inapropriada para menininhas como ela; doces e inocentes.

Sakura havia implorado para que não fossem tão duros em sua decisão, mas ela os compreendia. Era filha única, a bonequinha de ouro deles. Não os culpava pelo zelo excessivo. Seu plano era ganhá-los com o tempo, talvez um ou dois anos, vencendo-os finalmente pelo cansaço, quem sabe. Mas, diferente ao que havia planejado, houve uma interseção poderosa a seu favor quanto a escolha do curso e faculdade a qual pretendia prestar vestibular.

Ele foi convincente em seus argumentos enquanto envolvia a irmã e mãe em sua teia.

Sasuke.

A avó de Sakura, mãe dele, insistia em dizer que Sasuke era seu presente de Deus, uma benção dada a ela num momento de profunda tristeza, o milagre da família, aquele que fez a diferença, rompendo o ciclo que se repetia conforme as gerações fluíam e corriam para o mesmo caminho.