Desejo Intenso

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Aquela noite Sakura não dormiu.

Não soube quantos cigarros fumou, ou quantas vezes andou em circulos pelo quarto, mas não conseguiu pregar os olhos. Isso, porquê todas as vezes que se deitava em meios aos edredons macios só conseguia pensar na massagem que havia recebido a algum tempo atrás.

Era como se sua mente a pregasse peças, relambrando o quanto aquilo foi condenável, mas imensamente bom, oscilando entre a satisfação que sentiu, e a culpa que carregava.

Impedir sua imaginação fértil de criar fantasias depois que os dedos precisos do seu tio a tocaram era quase impossível. Ela tentava ignorar os pensamentos sujos que começou a ter, mas seu interior a traía da forma mais perversa que conseguia.

O pior disso tudo, não era o desejo ou a vontade enorme de enfiar os dedos em baixo do elástico da própria calcinha. A parte mais detestável, era saber que não repudiava essa ideia como deveria.

Sempre foi do tipo que aproveitava as oportunidades; fazia o que tinha vontade, não carregava culpa por satisfazer os seus desejos. Não se recordava de uma única vez que se importou com que os outros diziam. Isso... até agora.

Ninguém precisava julgá-la, estava fazendo isso sozinha, se afogando aos pouco no angustiante "querer x poder". Pensava anteriormente que essas duas coisas andavam juntas; querer algo era o primeiro passo para conseguir algo. Fim. Não existia a hipótese de não poder; Não enchergava motivos para ser impedida de ter uma coisa que aspirava. Agora, sentia raiva de si mesma por ambicionar o proibido.

As coisas que se passavam por cabeça chegavam a ser perversas. Tinha que repetir constantemente um mantra de que aquilo nunca poderia acontecer. Fazer as coisas que almejava com alguém que tinha o mesmo sangue que ela, e de uma forma tão... direta.

Gostaria de ter repugnância a ideia de um acontecimento desses, mas não tinha. Chegava ser satisfatório imaginar pecar de tal maneira. Então, por isso, persistia em alimentar seu lado moralista — mesmo que este fosse frágil e pequeno perto de todos os seus outros lados.

Por hora — apesar dos acontecimentos e de seu desespero interno —, preferia acreditar que essa tensão sexual impregnada em cada canto daquele apartamento fosse só pelo fato do homem — que dormia no quarto ao lado do seu — ter um sex appeal elevado.

Ele era sensual, e ela era mulher. Uma mulher jovem. Seus hormônios a flor da pele ajudavam a criar atrações onde não devia.

Pelo menos foi isso que Sakura concluiu para ter paz aquela noite.

Ela amava o tio — ou pelo menos deveria. Essa confusão certamente era pelos sentimentos de amor fraterno e a falta que gozar fazia na vida dela. A nova rotina num lugar desconhecido certamente estava a desorientando, misturando as coisas. Por isso, fez o que achou mais sensato para manter seu corpo necessitado fora do perigo da desonra para sua família, e passou fielmente a ignorar Sasuke.

Era mais simples fingir que seu corpo não vibrava na presença dele de forma tão profana.

A ideia do parentesco e do sagrado que a família traz, ridiculamente, só deixava tudo mais instigante de ser feito. E Sakura, que sempre teve seus ideais e sua moral, achou que estava enlouquecendo por querer que o irmão de sua mãe lhe mostrasse as coisas que ela sabia que ele tinha domínio.

Queria ser ensinada, mandada, dominada por ele. Algo dentro dela queimava querendo o errado. Essa ideia plantada por Ino de se esbaldar do pecado que era o seu tio assustadoramente fazia sentido para Sakura, e ao mesmo tempo que queria descobrir sobre aquilo e como poderia ser bom, se sentia intimidada com o peso que cada ato em decorrência da sua "curiosidade" puderia trazer.

My Sins (Sasusaku) Onde histórias criam vida. Descubra agora