Dama de companhia

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  Eu havia acabado de acordar. O dia estava cinzento, parecia que hoje seria um dia triste. Após me vestir, saio do meu quarto e vago pelo castelo, as vezes parando em frente às janelas e admirando o jardim.

  Naquele dia nublado as flores pareciam adquirir um tom mais escuro, um tom bonito, mas solitário. Mesmo aquelas flores estando rodeadas de outras elas pareciam estar sozinhas.

   Volto a andar pelos corredores. Em um determinado momento ouço passos leves ao ritmo de uma cantiga. Ao virar o corredor encontro minha dama de companhia, Catarina.
   -Princesa.-Catarina faz uma reverência- Eu estava te procurando, fico feliz de finalmente tê-la encontrado.
 
  Catarina havia sido escolhida por mim, como minha dama de companhia, em forma de gratidão por sua família ter me acolhido quando fui expulsa da corte real. A família de Catarina era rica, mas não possuia nenhum título de nobreza. Então eu e a família dela pensamos que ela poderia conseguir uma proposta de casamento com algum Duque ou Visconde da corte, mas até agora nenhuma proposta agradou o pai dela.
  - Catarina, já lhe disse que não precisa me procurar- digo- esse título é apenas uma forma de agradecer aos seus pais, mas você não precisa ficar sempre comigo.
  Catarina fica corada e fala:
  -Sinto muito, mas é que eu realmente gosto de estar ao seu lado.
  Eu suspiro. O que ela disse é muito fofo, acho que é por isso que eu temo que seja uma mentira.
  -Espero que essa frase seja verdade.- acabo dizendo.

   Nós vamos em direção à sala de jantar, onde a mesa está servida. Meu irmão e agora Rei da Inglaterra, Eduardo, de 10 anos, está sentado na ponta da mesa com o prato cheio, como sempre ele estava fazendo birra para comer o café da manhã. Quando eu entro parece que as coisas ficam ainda piores, ele começa a gritar com a cuidadora dele e então me vê.
   - Irmã!- clama ele.- Eu sou o Rei, certo?
  -Sim.- digo eu.
  - E reis fazem o que querem, então eu não preciso comer isso se eu não quiser, certo?
   Eu suspiro, eu simplesmente aceno com a cabeça na esperança de ele ficar quieto, o que funciona por um tempo. Ah, sinto tanta pena da cuidadora dele.
   -Então irmã- começa meu irmão- está ansiosa pro baile de hoje? Será que vai vir alguém interessante?
 
  O baile! Eu havia me esquecido dele. Como eu tinha esquecido? Eu tinha que decidir minha roupa, a maquiagem, meu Deus... Catarina pega minha mão. Olho para ela, ela está com uma expressão que diz: "Tudo bem, eu estou aqui", isso faz com que eu me sinta aliviada.
  -Aposto que o baile será ótimo, meu irmão, mal posso experar- sorrio.

  Meu irmão retribui meu sorriso com um sorriso amarelo.

  Após o café da manhã, vou para o meu quarto acompanhada de Catarina e começamos a pensar nos preparos para a festa.
 

Elizabeth IOnde histórias criam vida. Descubra agora