Baile

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  O baile onde nobres ricos, em decadência e comerciantes ricos vem para fazer acordos, geralmente acordos de casamento. É esse tipo de baile que terá hoje.

  Eu estou sentada em minha cama olhando pela janela, tentando criar estratégias para evitar ofertas de casamento inegáveis. O problema é que hoje será uma festa muito maior, já que comemora o aniversário do Rei. Eu tenho que cuidar com quais nobres dançarei. Eles têm que possuir um casamento ou, pelo menos, uma promessa de casamento, não poderia ser um nobre rico nem um burguês, pois se estiverem a procura de uma noiva o conselheiro do meu irmão provavelmnete aceitaria a oferta.

   Talvez uma das maneiras seja usar Catarina como distração. Normalmente, ela poderia apenas perambular pelo baile sem minha constante presença, afinal o objetivo dela na corte é arranjar uma oferta de casamento, não que ela saia muito do meu lado nos bailes... Ah, talvez não seja tão difícil assim.
         
                                  °°°
  Catarina aparece novamente em meu quarto em um vestido branco acinzentado bem simples, de manga comprida com a gola alta. O cabelo preto amarrado em um coque e uma tiara de prata.
   - Princesa- ela faz uma reverência- gostaria de ajuda para se arrumar.
  - Já disse que não precisa de reverência toda vez que me vê, e sim eu gostaria de sua ajuda.

  Eu coloco um vestido dourado com detalhes em branco, um colar de ouro e uma luva branca que vinha até o meu cotovelo. É feito uma tiara de trança no meu cabelo e por fim, Catarina me passa um brinco de esmeralda.
    Nós vamos até o salão de festas.

                              °°°

   Estava no início do baile e, até agora, eu consegui me esquivar da maioria dos nobres solteiros, andando pela multidão, cumprimentando as senhoras casadas e fazendo com que seus maridos dançassem comigo e claro evitava aqueles que tinham filhos solteiros. Quando a comida foi servida voltei para o meu acento, ao lado do meu irmão, com Catarina sentada ao meu lado. Eu não havia comido muito, pois estava esperando os doces.
   -Meu rei- ouço uma voz conhecida, era Robert. Ele desejou feliz aniversário ao meu irmão e lhe deu uma caixa de presentes.
  -Vossa Majestade, eu poderia dançar com sua irmã, Princesa Elizabeth?- Oh, não, não, não, por favor diga não!

  Meu irmão sorri e olha para mim de um modo travesso. Robert é um nobre rico, não comprometido que viajou por outros países, meu irmão adorava ele, era óbvio que ele iria aceitar.
   -Desculpe- começo a dizer, ambos olham para mim- mas não pude deixar  de ouvir. Sinto muito, mas estou me sentindo pesada por causa da comida, então gostaria de oferecer minha dama de companhia como seu par para a dança.
 
  Robert olha para mim e depois para Catarina, e por fim diz:
  -Sinto muito, mas eu só aceito dançar com você.
  -E ela irá- meu irmão diz, que porcaria!- Irmã dance com Robert.
  -Sim, meu rei- falo a contragosto. Me levanto da cadeira e dou a minha mão para Robert.

  Catarina nos segue de perto. Enquanto falávamos Robert me elogiava, eu agradecia cordialmente. Ele tentava puxar assuntos diversos comigo, e as vezes tirar a mão dele da minha cintura. Aquilo era desagradável, alguns lordes as vezes faziam isso também, mas não eram tão insistentes.
  -Deixe sua mão na minha cintura, e apenas ali- digo, talvez um pouco rispida de mais, pois ele me encara um tanto quanto indignado.

  Depois de algumas músicas quando os doces foram servidos, nossa dança finalmente acaba e ele me beija.
 
  Eu me afasto dele enojada, como ele ousa! Eu olho em volta, mas ninguém parecia relamente se importar, eles olhavam a cena depois viravam a cara.
  -Ei, tudo bem?- ele pergunta tentando pegar minha mão, eu a afasto.

  Tudo bem? Como poderia estar tudo bem?! Ele me beijou a força e ninguém havia visto isso, ninguém havia notado que ele me beijou sem permissão? Não, não, eles estavam apenas ignorando.

  Eu sinto alguém pegar a minha mão, Catarina.
  -Meu lorde- ela faz uma reverência para Robert- sinto muito, mas minha senhora não está se sentindo bem hoje,  então terei que levá-la de volta ao quarto dela.
  - Eu posso acompanha-la- responde ele. Eu fico rígida, Catarina parece perceber, pois diz:
  -Acredito que ela não estaja em condições de orientá-lo até o quarto dela então, me desculpe, mas precisamos ir.

  Catarina me puxa para fora do salão eu continuo um pouco chocada. Ninguém nunca tinha me beijado assim, sem permissão, e todos ficaram quietos. Bem, exceto Catarina.

  Ao chegar no meu quarto eu choro junto de Catarina, aquilo foi horrível.
Eu me senti violada. No fim acabei adormecendo junto de Catarina naquela noite.  Ainda me arrependo disso...

  

  
  

Elizabeth IOnde histórias criam vida. Descubra agora