A mansão Bettencourt era uma da mais famosas da cidade, pois sempre que alguém entrava nela, nunca mais ninguém os via novamente. Tirando estes factos mórbidos da mansão Bettencourt, ela era designada uma das mais esteticamente atraentes do Funchal. Esta possuía quatro longos andares, possuía duas torres de vigilância de fronte para o portão principal, tudo desenhado sobre um padrão victoriano. Por de trás da mansão Bettencourt um enorme jardim emergia das suas vastas elegâncias. Este jardim magnífico continha três fontes de água pura, dois jardins de Inverno, destinados a cada um dos gémeos. Um dos Jardins de Inverno só possuía ervas medicinais, plantas de casa (como alecrim, manjericão, e algumas rosas amarelas e uma ou duas vermelhas), no centro uma mesa de chá típica de jardim de Inverno, formada por um estilo rococó em ferro soldado e com uma tampa de vidro cristalizado límpido. No outro jardim de Inverno encontrava-se o Local Do Conhecimento, o nome que Lorein lhe havia nomeado depois do seu livro favorito ser lançado. Neste jardim, Lorein possuía tudo, menos o dom do dedo verde. Não haveria ervas ou plantas ou flores vivas, só secas. Uma mesa idêntica à de seu irmão Lorien, só que esta estava degradada, ferrugenta e suja. Mas no cimo das vidraças embaciadas com o montante de experimentos científicos com o seu kit de química, ficava uma base de madeira com um telescópio em cima, onde Lorein via os céus e passara horas a olhar o cosmos.
Por longos anos, a população pondera o que continha, e como seriam os corredores da mansão Bettencourt. Estes tais desconhecidos corredores seriam idealmente longos contendo várias pinturas dos mesmos familiares da família. No primeiro andar, situava-se a família neste ponto, os retratos dos gémeos (Lorein e Lorien), Madame Selestine e o pai Mister Bettencourt. Á medida que avancemos pelo corredor vemos os avôs e tetravôs dos gémeos. No segundo piso, o corredor enchia-se de pinturas dos criados e mordomos que viviam naquele piso. Também era o único piso que os gémeos eram restritamente proibidos a vaguear ou brincar. No terceiro piso, o mais simples e iluminado dos pisos, situava-se os quartos principais dos gémeos. Cada um possuía um quarto de abrigo,dois quartos de brinquedos, um quarto em conjunto, dois quartos de estudo e uma casa de banho para cada um deles. Lorein costuma usar o lado esquerdo da mansão que ficava voltada para o jardim, enquanto seu irmão ficava virado para as ruas do Funchal. No quarto piso, onde os gémeos raramente iam, situava-se o quarto dos pais.
Quando o pequeno Lorein chegou a casa, viu o seu irmão Lorien deitado no chão, tremendo de susto e de medo, Lorein chegou mais perto do seu irmão, colocando a sua mão em seu ombro, fazendo o mínimo de força para voltá-lo para si mesmo, quando o virou, este deparou-se que seu irmão, estava a morder seu lábio inferior com muita pressão até que começou a escorrer um rio muito fino de sangue azul. Lorein, nunca havia de ver sangue daquela cor, até porque, segundo a ciência e as maneiras na qual ele foi ensinado pelos pais e pela família Bettencourt, o sangue era vermelho quase negro. Aproximando-se com a sua mão a tremer, falou "Mano? Estás bem? Parece que estas a tremer de frio. Onde está o papá?". Como seria óbvio, Lorien não respondeu. Foi então que Lorein ouviu uma das vozes a sussurrar a caminho de sua casa.
"O verdadeiro herdeiro do trono de Wham... Lorein..."- mas antes que este pudesse acabar sua frase, Lorein fugiu até um esconderijo situado na sua mansão. Sem saber para onde ir, Lorein foge para o seu cantinho, O Local do Conhecimento. "Lá não há nada que me vá escapar pois vou estar de vista com o meu telescópio"- pensou. Porém quando chegou á porta do jardim, este avista uma sombra, algo parecia estar a bloquear a porta ao seu Local preferido da mansão. Dando meia volta, ele corre em direção á escadaria principal, subindo pelas escadas ele começa a lembrar-se de uma cantiga que ele e seu irmão cantavam quando brincavam ás escondidas com os mordomos. "Quando o lobo caça, Ele corre 3 andares, Bate em 2 portas e foge da 4 janela à esquerda.". Lorein correu então para o terceiro andar e lembrou-se que na terceira porta à esquerda, ligava ao seu local de estudo, alinhando os livros de "Othaholan", "Pathomanian", "Elquent" e "No limits" em certa ordem, iria levá-lo para o seu esconderijo secreto que nem se quer o seu irmão gémeo sabia onde ficaria, nem saberia de sua existência. Problema! Onde estaria esses livros agora? Lembrando-se da música novamente este conta quantas janelas apresentavam-se no quarto, sendo no total de quatro. Seguindo cegamente a música, Lorein chegou ao pé de uma estante cabisbaixa e rente ao chão debaixo da quarta janela. Ordenou as obras até que eles possam forma a palavra "open". Quando ordenados, do fundo do corredor ouve-se novamente o tal suspiro e desta vez com uma voz mais efeminada comentou: "Não fujas....vamos conversar...Lorein eu sei onde estás..." desesperado, Lorein apressa-se e foge para uma pequena fissura que se abriu entre a parede e a secretária em formato de L.
Aí pelo menos sabia que estava seguro.
Depois de se compor e respirar fundo, Lorein segue o seu caminho até a biblioteca principal, onde estaria finalmente o seu pai, ele saberia o que fazer.
Esta passagem secreta iria dar abaixo da secretária principal no centro da biblioteca, Lorein sempre usava esta passagem para espiar conversas de seu pai e também para surripiar alguns livros de estrelas e constelações. Porém quando chegou lá, seu pai estava em pé, virado para a pintura de seu avô, uma réplica. Este saiu bem devagarinho da passagem, sem fazer barulho, e observou seu pai enquanto tenta decifrar o que raio estava-se a passar naquela cidade.
Num mero de instantes seu pai, agarra na pintura, retirando-a da parede e mostrando finalmente um cofre, um pouco grande para não passar despercebido. Naquele cofre possuía algo que ia mudar a vida e a perspetiva de Lorein. Um grimório.
Saindo das sombras, e aproximando-se da luz Lorein surpreso questiona:
"Não pode ser.... Pai?
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O chamar da bruxa ancestral
FantasyLorein é o único descendente ancestral de Wham, uma bruxa ancestral da tribo do elemento espírito. Vindo de uma família renegante à magia, Lorein verá que a verdade nem sempre é aquilo que nós esperamos ser. Viajando entre elementos paa descobrir qu...