Capítulo 1- ""O que é queres dizer com "estamos a chegar ao nosso juízo final?"

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   Numa mansão não muito longe da cidade do Funchal, vivia um rapaz chamado Lorein. Este rapaz era descendente da família real de Bettencourt, uma família burguesa que passava despercebida nas cidades, sem nunca levantar suspeitas de quem eram, estes burgueses viviam numa mansão em cima do Forte de S. Gonçalo, onde se travou a batalha lendária de "Loreinzard" uma batalha fatal entre bruxos ancestrais e humanos. Nesta batalha, a família Bettencourt estava do lado dos humanos até hoje, pois acreditavam que os bruxos e bruxas, tanto recentes como antigos, haviam roubado a liberdade e o livro-arbítrio de todos os cidadãos do Funchal. Para mais, eles haviam invadido as terras dos humanos, roubado suas plantações, posto maldições naqueles que não os seguiam ou rebelavam contra os mesmos, basicamente tudo o que havia de errado com a sociedade era apontado contra os bruxos ancestrais. Segundo a mãe de Lorein, Madame Selestine, os bruxos apresentavam-se como uns fantasmas vindos do além, trazendo as sombras negras dos mortos que se julgavam superiores aos mesmos, suas vestes eram longas, rasgadas e apresentavam as necessidades de uma boa lavagem física de um sabão azul. Suas caras revestidas em cicatrizes de batalhas anteriores a Loreinzard, azuis e esverdeadas, onde as cicatrizes vibrava um amarelo quase dourado. Os olhos dependiam de bruxo para bruxo, uns apresentavam olhos púrpura como as violetas reluzentes ao Sol de primavera, outros olhos negros como a noite em si, outros azul marinho como aquele dos desenhos animados, e os mais temíveis os de olhos verdes, esses eram do piorio.Eles eram os mais cruéis dos bruxos, eles agarravam nas crianças mais inocentes, os que possuíam os símbolos Ø ou ¥(estes símbolos querem apontar quem são aqueles que têm descendência salamândrica) e emboscavam-os e levavam-os para a zona do Paraíso de Quental, um lugar mórbido, cheio de vegetação morta, animais sacrificados, e deuses desconhecidos que mais ninguém falara naqueles tempos.

   Eram cerca de 10h da manhã num sábado de Inverno, os aldeões ocupavam as ruas do Funchal, procurando uma zona para se aconchegar com as crianças hiperactivas que preenchiam cada centímetro da baixa da rua principal do Funchal em frente da Catedral da Sé, ou melhor, a Catedral do Sr. Bettencourt. Esta rua estava cheia de alegria, com árvores a cada metro quadrado de uma das outras, sendo cada copa de árvore mais verde que a anterior trazendo assim uma ideia de pintura de Cézanne. Cada pedra da longa calçada, que se estendia por 45 metros, fazia sentido ao ver o padrão total do desenho visto acima das varandas das casas presidenciais do Funchal, onde estariam ocupadas pelos Bettencourt, no bloco Sul, e os seus rivais financeiros-sociais, os Fernandes e os Correia,que ocupavam os blocos Norte e Este, e os Correia os blocos Oeste. Estas famílias eram vítimas de olhado e descontentamento social, pois eram muito bem vestidos e nunca saiam sem se verem ao espelho pelo menos umas quatro vezes sem sair de casa, para além de serem extremamente encantadores e estupidamente ricos! As casas estavam revestidas em mármore branco com estátuas em colunas que separavam os blocos. Nos blocos situados a Norte e Este, as casas pertencentes aos Fernandes apresentavam estátuas de Afrodite e de Vénus adiante de colunas Fasciculadas. Nos blocos a Oeste apresentavam as estátuas de Zeus e Poseídon adiante de colunas Isentas. E nos blocos do Sul as casas apresentavam as estátuas de Hermes e Hades adiante a colunas Adossadas. Isto irritava muito a Stilson, o representante da família Bettencourt, que acreditava que a família era muito poderosa e deveria receber mais apreciação pela comunidade.

    Deu 3 badaladas para afirmar que era três horas da tarde. Algo subidamente acontece. O chão de mármore branco e preto começou a formar pequenas ondas de pequenas rochas indo em direção à Catedral da Sé, empurrando tudo o que era piqueniques, animais, até carrinhos de bebés. Ventos frios e congelantes, parecidos vindos do monte ou do Pico dos Morcegos, desceu pelas montanhas, trazendo as nuvens negras consigo. Acompanhando as pequenas ondas de pedras, não demorando muito. O sol tornára-se negro em três segundos. O céu sombreou. O que antes era um dia de sol, tornára-se num dia obscuro por momentos. As ondas do mar, entravam pelas barreiras de aço maciço, postas pelos Bettencourt para proteger a população para prevenir de inundações.

   Selestine agarrou na mão de Lorein e comentou com aflição:

"Volta para casa imediatamente! Ouve o que te digo, isto esta a acontecer por tua causa, não devias ter nascido! Estamos a chegar ao juízo final!"

    Lorein respondeu com aflição:

"Como assim? O que queres dizer com "estamos a chegar ao juízo final?"

   Selestine pegou no pequeno Lorein e virou-o para a rua onde ficaria sua casa e emporrou-o com todas as forças que tinhas e gritou para este voltar para casa, assim foi.

    Quando chegou a casa, já era tarde demais....

"Não pode ser... pai?"

O chamar da bruxa ancestralOnde histórias criam vida. Descubra agora