11 - Hold On

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Taehyung 


Os olhos de Jungkook estavam enormes me encarando surpreso e foi nesse instante que me dei conta do quanto deixei meu coração falar mais alto diante de suas fraquezas.

- Hm... - limpei a garganta, desviando meu olhar do dele. - ... sempre que precisar, pode... contar comigo. - Ri fraco, sem humor, me sentindo nervoso por seu silêncio que continuou por mais alguns segundos...

Meu coração acelerou por não conseguir decifrar seu olhar ainda fixo em mim, nem muito menos ler sua mente como de costume. Talvez o medo de ele me chutar para longe estivesse me afetando aos poucos.

- Estou aqui para isso – resmunguei, baixando meus olhos e sorrindo pequeno tentando manter a calma. - Não é mesmo?

- Sim, está.

Para minha surpresa ele suspirou essas palavras de forma doce, me incentivando a erguer novamente os olhos e encontrar os seus, escuros, profundos e cheios de brilhos, fazendo meu corpo inteiro relaxar. Ele realmente parecia sincero e agradecido em sua resposta.

- Ok – respondi tímido, me ajeitando na cadeira e voltando a pegar algumas folhas novamente enquanto me aproximava dele, que também se achegou a mim quando voltei a ensiná-lo sobre o que deveria fazer...

Em poucas horas o clima de seriedade voltou e tive de me concentrar no que fazíamos para não ser fraco diante de seu corpo tão próximo ao meu, me deixando quente apesar do ar-condicionado congelando a sala. Tão pouco poderia ser fraco enquanto seu cheiro exalava o ambiente me deixando louco de saudade daquela pele macia...

Ele se afastou de mim enquanto recostava completamente na cadeira, agora parecendo mais entendido do que deveria analisar e juntei levemente minhas sobrancelhas quando pude sutilmente o admirar melhor por entre as folhas... Meus olhos caíram sobe a abertura entre a gola da blusa social e meus lábios se separaram quando reparei no quanto ela estava apertada em seu corpo...

O que ele quer? Me matar?

Deslizei meus olhos um pouco mais para baixo e observei seu quadril aprisionado com um cinto de couro preto enquanto suas pernas grossas estavam espalhadas no estofado da cadeira...

Umedeci meus lábios quase inconscientemente.

Ai, que saudades de tudo isso...

Choraminguei internamente, tendo apenas alguns segundos para desviar meus olhos dele quando de repente baixou as folhas, antes em seu rosto, e se aproximou de mim, fazendo algumas perguntas que não fiz questão nenhuma de responder.

Era engraçado como, mesmo sabendo de suas dificuldades para iniciar na vida como CEO, não imaginava que seria algo tão difícil para ele...

Antes, quando conversávamos sobre o assunto, eu tinha uma visão bem diferente da realidade que vejo hoje em sua rotina... eu realmente achava que ele aceitaria os tantos funcionários que tem, para quem sabe, o auxiliar e fazer muitos de seus serviços do qual são capacitados e remunerados a fazer...

Talvez, se ele assim fizesse, poderia apenas supervisionar os processos, como tantos outros chefes fazem por aí. Mas pensando bem, esse não seria meu Jungkook...

Pude observar durante nosso pouco tempo juntos o quanto é compromissado e determinado, jamais deixaria seus compromissos a terceiros e por isso está se matando dessa forma...

Em parte, eu até o entendo, é a empresa do pai dele, é tudo o que o viu conquistar com o suor de seu trabalho, é algo mais do que familiar e por isso realmente compreendo seu esforço e preocupação. E no meio de tudo isso, também havia seu "eu" teimoso e cheio de si que jamais aceitaria perder tudo para um estranho. Muito menos por incapacidade profissional. Não mesmo.

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