No Coração Da fera

tragédia

Narrado por Paola:
  

   Depois do fiasco que tinha sido na outra noite, onde eu havia chorado durante o momento mais erótico da  minha vida, eu estava envergonhadíssima com  Atílio, estávamos nos evitando, ele estava se sentindo culpado e eu estava morrendo de vergonha de ter acendido todo aquele fogo e depois jogado um balde de água na fogueira...

Adélia_ Mãe! Estou te chamando a horas! O que houve com você? 

 _ eu estava pensando...

Adélia_ e estava pensando exatamente em que?

foi ai que eu paralisei, me lembrei do acontecido da outra noite. A noite estava super quente estávamos envolvidos em um beijo ardente, mas eu parei pra dizer uma coisa, parei pra contar os horrores que sofri, pedi e supliquei que ele fosse delicado e quando estávamos no meio do momento eu fiquei... imóvel, achei que estava pronta, mas me dei conta tarde demais que não estava. comecei a me debulhar em lagrimas...

Adélia _ Mãe!!!!! 

_  me desculpe filha, hoje eu não estou bem cancele todos os meus afazeres e avise Atílio que irei com Ernesto ao picadeiro para olhar os garanhões, houve um problema com um deles...

Adélia _ tudo bem, já que se recusa a falar comigo sobre qualquer coisa que nao seja sobre a fazenda... mas eu irei descobrir o que esta acontecendo e aviso que se Atílio tiver feito algo eu juro que acerto ele!

_ PELO AMOR DE DEUS ADELIA !! 

Adélia _ ta bem já vou!!!

ela sai batendo a porta, provavelmente esta enfurecida e quem sabe ira soltar os cachorros em Ernesto, não to nem ai, eu acho bem feito! não mandei aquele enviado de satanás me encher de afazeres justo no dia que eu queria ficar na moita, no meu quarto, deitada na minha cama. trancada sem precisar nem olhar na cara de ninguém !!!! 

eu não queria sair do quarto para nada hoje, só queria ficar aqui me lembrando das mãos quentes do meu então marido sob minha pele, os toques macios e delicados que me fizera suspirar de prazer, ate estarmos completamente nus os corpos encostando um no outro suados pela expectativa... e quando finalmente ia acontecer, eu estraguei tudo com minha crise de choro... foi horrível, Atílio ficou sem entender nada, completamente paralisado e depois mal conseguia falar, de 10 palavras 11 era pedidos de desculpas, desde então mal nos falamos, não nos olhamos e ele vai escondido para o quarto de hospedes a noite para não me "incomodar" estou farta dessa situação, mas estou envergonhada demais para pedir desculpas e falar qua não foi culpa dele, e sim minha que não soube de imediato que eu ainda não estava pronta!

mas não era só isso que me chateava esse momento, também tinha a questão que desde o momento que Atílio veio morar nesta casa Ernesto "precisa" de mim muito mais que antes pra assuntos que ele mesmo poderia resolver mas que são cabíveis somente a mim resolver, sei muito bem que isso e mais uma desculpa pra ficar marcando território em mim, estou certa que tenho que resolver isso hoje, tenho que demitir esse cara, antes que ele ultrapasse os limites e eu seja obrigada a assassinar outra pessoa!

me arrumo rapidamente e saio do quarto quando dou de cara com Atílio

_ Er oi, Atílio.

Atílio_ oi Paola, bom dia.. estou um pouco ocupado, desculpe.

_ não, ei espera, precisamos conversar!_ ele estava com um ar triste, mais serio que o normal, e eu sabia que era culpa minha...

Atílio_ tudo bem. _ ele parou um pouco, eu me aproximei devagar, o abracei por trás e ele se virou e falou: _ nem se atreva a me pedir desculpas, aquilo não foi culpa sua. _