Algumas pessoas são burras e clichês o suficiente para se apaixonarem pelo melhor amigo, e infelizmente eu sou uma delas.
Porém a minha covardia de sair do armário, de revelar os meus sentimentos e acabar com uma amizade que prezo muito, se virou co...
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Segundas-feiras costumavam ser dias emocionantes, já que depois de um fim de semana divertido, Fluke e eu ainda iríamos para a escola juntos. Mas como isso não acontece mais, eu simplesmente detesto segundas-feiras.
Subo na bicicleta vestido com o uniforme tradicional de uma escola tailandesa, os shorts azul, a camisa de botões lilás.
Pedalando pelas ruas em uma manhã fresca, eu começo a pensar no sábado. Depois de cair o mundo do lado de fora e do de dentro, eu voltei a dormir. Acordei sentindo um vazio nos braços, sem os fios de cabelo de Earth no meu rosto. Um barulho veio da cozinha e eu sabia que era ele pois todos os outros ainda dormiam.
Earth estava lavando a louça, arrumando a nossa bagunça de ontem a noite. Sem falar nada eu o ajudo, secando e guardando. Em pouco tempo tudo estava no seu devido lugar.
— Desculpa se te acordei, eu não conseguia dormir então resolvi ser proativo.
— Não, tudo bem. E sobre ontem a noite... — ele balança a cabeça e abre o armário pegando o pão de forma e as geleias.
— Não precisamos falar sobre isso se não quiser. Por mim está tudo bem. — agradeço baixinho e juntos nós fazemos o café da manhã dos outros. E enquanto estávamos sozinhos, eu me senti muito bem, conversamos muito e ríamos o tempo todo. Mas foi só os meninos acordarem que Earth voltou a ser a pessoa insuportável de sempre comigo.
E como ultimamente eu estava mais sensível do que o normal, preferi não ficar para o almoço, chateado com o tratamento dele. Sem chance que eu ia ficar de vela para dois casais e ainda ter um nanico no meu pé.
Passei o domingo com o Sr. Fofura, o meu gato gordo de sete anos.
Ninguém mandou mensagem ou me ligou, o que não teria problema porque normalmente eu não gosto que me incomodem. Mas eu estava carente e tive apenas a barriga peluda felina para me confortar.
Um pouco deprimente mas tento deixar isso de lado enquanto prendo a minha bicicleta e entro na sala. Geralmente eu iria no pátio a procura de Ohm e Fluke, mas não hoje. Estou muito sensível para suportar o amor deles, melhor fugir.
Coloco os meus fones de ouvido, uma música aleatória no volume máximo e escondo a minha cabeça entre os braços sobre a carteira a espera da aula começar.
Minutos depois eu acordo do meu cochilo em um sobressalto. A minha frente com as mãos na cintura e o pé batendo no chão, estava Earth, foi ele que bateu na minha cabeça. A sua boca movia mas eu não conseguia entender por causa dos fones. Então eu os tiro, expressando a minha confusão.
— O que? — Earth revira os olhos e suspira sem paciência.
— Estou tentando falar com você há horas! — dispenso com um olhar o seu exagero e aponto os fones. — Tá, tá! Eu estava dizendo que estou pronto para cobrar o meu favor.
