Capítulo 04

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No outro dia quando acordo, minha cabeça, por algum motivo, dói. Levanto da cama, procuro algum remédio útil e preparo o café da manhã. Imediatamente me lembro de Chase dizendo como minha vida era medíocre e ele tem razão, que motivos tenho para vive–la? Já não tenho mais sonhos, nem ambições, apenas vivo para cuidar de minha mãe e nem isso estou fazendo direito.

Fico me perguntando se ele dará notícias, se vai mesmo tornar a falar comigo hoje, mas logo advirto a mim mesma, não quero isso, não o quero na minha vida, ou quero? Tenho que admitir que no dia que ficamos juntos foi uma noite perfeita, ele me deu prazer de uma forma maravilhosa e acredito que possa ter muito a me dar, mas é isso que eu quero? Quero um homem em minha vida com tantos problemas que tenho para resolver?

Não seria de todo mal que ele fosse apenas um ficante, seria? Tenho que parar com esses pensamentos, eu não sou assim. Sou dedicada e respeitosa comigo mesma, não foi isso que me foi ensinado. Devo cortar relações com ele, nunca deveria ter ido com ele para aquele carro e muito menos ter ido ontem ao seu apartamento.

Mando uma mensagem para Amy, mas ela não responde então decido apagar e levar o café da manhã para minha mãe.

– Obrigada, querida – ela diz com um dos seus melhores sorrisos.

– De nada, mãe – dou um beijo em sua bochecha e vou até a cozinha me alimentar.

Preciso de alguma distração, não quero hoje também sair em busca de um emprego e sinceramente não vou. Sei que não vou conseguir nada, já está na hora de aceitar meu destino e compreender que não há mais esperanças para nós. Queria ter coragem o suficiente para contar a minha mãe a verdade e poupa–la de toda a decepção que vai ter quando vierem nos despachar daqui.

Mas não consigo, como vou suportar o olhar sem eu rosto? Como ela vai se sentir quando souber que sua única filha não conseguiu nem mesmo cuidar dela, ela que sempre cuidou de mim e sempre lutou para que eu tivesse tudo nessa vida. Falhei como filha, isso é fato e me envergonho tanto por isso.

Meu celular apita e mesmo acreditando que possa ser Amy, sem muito bem quem me mandou uma mensagem antes mesma de pegar o celular e confirmar minhas suspeitas.

Vir na minha casa de novo? Ou outro local para conversarmos?

Não sei o quê e nem sei se vou responder, mas ainda assim, o que eu realmente quero? Talvez não fosse de todo mal que ele queria falar comigo. Ele disse que é minha única salvação. E se ele sabe de minha atual situação e quer me ajudar? Mas que motivos ele teria para isso? É mais provável que ele queira apenas transar comigo. Ele disse que queria isso.

Sua casa.

Meus dedos simplesmente digitam a resposta e eu a envio, não tenho certeza de minha escolha, mas sei que ele é bastante persuasivo para conseguir falar comigo quando e como quiser. Não vou fugir dele, seja lá o que vamos conversar hoje fico em parte feliz por finalmente esse mistério todo acabar.

***

Jonh me levou até o apartamento do mesmo jeito como no dia anterior. Desta vez, Chase estava sentado no sofá com um copo de whisque pela metade na mão. Estaria ele bêbado? Espero que não.

– Que bom que veio – ele diz como se parecesse surpreso.

– Espero que possamos conversar hoje de maneira mais breve – suspiro e me sento ao seu lado, posso sentir seu cheiro de menta e sinto meu corpo se arrepiar. Tenho que admitir que ele mexe comigo de uma maneira desconhecida.

– Aposte nisso – ele retruca. – Whisque?

– Vinho. – Ele sorri torto e traz uma taça para mim. – Obrigada.

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⏰ Última atualização: Feb 27, 2020 ⏰

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