Vante ღ Kth + Jjk

Garoto arrogante

A vida era uma coisa que todo ser humano tinha o direito de usufruir, mas a riqueza e a fama eram uma dádiva concedida a poucos, poucos sabiam caminhar pelo caminho do sucesso, caminho esse que Taehyung sabia andar de cor. Não era a toa que sua conta bancária possuía tantos números quanto as estimativas de venda de seus livros, ele era muito bem sucedido.

Era tão bom entrar em uma livraria e ver vários de seus livros em destaque na vitrine, autografados com seu codinome "Vante" feito em letras cursivas com caneta tinteiro para dar um toque charmoso a página. Neste momento ele folheava um livro com uma capa bonita, não era seu, mas de fato ficara curioso para saber seu conteúdo, pois somente a capa já lhe era muito chamativa. Mas a decepção ficou estampada em seu rosto ao ler a sinopse.

A ideia em si parecia muito boa, o enredo e a capa eram magníficos, mas o autor não soube selecionar as palavras certas para chamar a atenção dos leitores. As vezes ele sentia vontade de adaptar aquela ideia, pedir ao autor que ele próprio fizesse a betagem pois aquela estória em suas mãos seria muito bem aproveitada, mas obviamente ele não era do tipo que gostava de plágios. Por isso ele colocou o livro de volta na prateleira e percorreu os olhos por outras capas.

Aquela livraria era muito bem localizada e movimentada, muitos de seus livros eram vendidos ali pois era próximo de sua residência e ficava em um ótimo ponto comercial. A dona dali o conhecia não como Vante mas sim como Taehyung, o homem que mora a alguns quarteirões e gosta de beber chá de camomila enquanto lê e escreve. Era isso, sua rotina diária, levantava cedo e ia até a biblioteca ou na própria livraria para ler algo quando não estava trabalhando em um livro novo.

Gostava de ver como era a escrita e que tipo de abordagem outros escritores usavam para prender a atenção do leitor, como um escritor de contos eróticos ele gostava de ler sobre esse gênero e buscar por falhas na escrita de outros. Ele escrevia muito bem e sabia disso por conta de todos os comentários e feedbacks que recebia de editoras parceiras, era talentoso e gostava de exibir essa qualidade em seus livros. Gostava de saber que suas fantasias agradavam outras pessoas.

Sim, fantasias.

Por mais bonito, talentoso e rico que ele fosse tudo o que ele escrevia era baseado em fantasias que ele possuía e gostaria de por em prática, não era virgem obviamente, mas suas experiências sexuais não se comparavam com a sua vasta imaginação. Em sua cabeça ele conseguia colocar em prática tudo aquilo que não chegou a fazer na cama, era frustrante e deveras desanimador, mas ele usava aquilo como inspiração para escrever.

Todas as suas relações sexuais se resumiram a mulheres gemendo forçadamente e homens que não possuíam ambição na cama, eram robôs que simplesmente agiam como se estivessem em um daqueles pornôs ruins onde não se tem que fazer nada a não ser meter e gemer. Ele buscava emoção, reciprocidade e acima de tudo excitação, não adianta ir para a cama com alguém sem estar excitado, não importa o quão atraente a pessoas seja, se ela não lhe deixar no mínimo ofegante seu sexo será frustrante.

Esse era o X da questão, ele queria alguém para realizar suas fantasias, mas sequer conseguia se sentir atraído e estimulado sexualmente para poder dar o primeiro passo para um sexo enlouquecedor. Não achava ninguém compatível o suficiente para ficar interessado, muito menos alguém provocante o suficiente para deixá-lo ereto de verdade. Por isso mais uma vez em seus vinte e seis anos ele suspirou com um livro em suas mãos, nem ligava quem era o autor apenas o levou para o caixa, deixaria para se decepcionar com o conteúdo em casa.

Caminhou até a pequena fila que tinha em frente ao caixa e esperou olhando para alguns outros livros que estavam ao seu lado, haviam duas mulheres a sua frente conversando animadamente sobre algo que não lhe interessava. Notou um garoto desempacotando um pacote com vários livros no caixa, - seus livros, - e ficou o observando o desinteresse dele com a tarefa, a julgar pela sua feição entediada. Estava absorto em seus pensamentos quando uma palavra chamou sua atenção.