6.

721 59 38
                                    

Enquanto faziam todo atendimento e testes com o Andrew, eu saí do quarto
- Você não precisava ter feito aquilo, Mer, eu estava lá
- Eu não pensei, Maggie, era uma emergência e eu agi
- E se...
Ela começa mas não termina, eu respiro fundo, ele tá bem.
Os médicos saem do quarto, inclusive Richard e Bailey que chegaram depois
- Ele está bem, Meredith
O Richard sorri pra mim e eu dou um meio sorriso, os outros me cumprimentam, a Bailey toca meu ombro e eles saem.

Depois de algum tempo, a porta do quarto se abre, é a Carina
- Ele quer falar com você
Ela diz e sai do quarto, deixando a porta entreaberta, todo mundo olha pra mim, esperando minha reação
- Meredith?
Ela chama minha atenção
- Ok
Eu passo pela porta e entro no quarto
- A Carina disse que você quer falar comigo
Eu digo tentando manter um tom de voz normal, apesar de estar com um nó na garganta por vê-lo ali, vivo e bem, na minha frente, eu nem via isso como uma possibilidade, na minha vida, as pessoas não escapam por pouco, elas morrem, por pouco.
- Desculpa
Ele diz baixinho, eu fecho os olhos e me aproximo da cama, percebo que uma parte da mão dele já está quase da cor normal, eu me aproximo e coloco minha mão na dele, sem apertar
- Desculpa por ter falado com você como eu falei, por ter dito o que eu disse, desculpa por ter saído assim, desculpa por ter te assustado dessa forma, eu sinto muito mesmo, Mer

Eu olho pra cima pra evitar as lágrimas, me aproximo e o abraço devagar
- Obrigada por ficar vivo
Ele respira devagar
- Eu queria muito poder te abraçar agora
Eu levanto, olho pra ele
- Nunca mais faça isso
Eu faço carinho no rosto dele
- Eu prometo
- É sério, Andrew, eu não posso... eu não posso perder mais ninguém que eu amo
- Deita aqui comigo
- Andrew
- Vem, Mer, por favor
Ele se arruma na cama pra deixar um espaço pra mim, eu deito ao lado dele, sentindo-o quente ao meu lado e ouvindo o coração dele batendo, é o som mais reconfortante do mundo.
- O que aconteceu? Lá fora?
Eu pergunto baixinho
- Eu ajudei a colocar a paciente na ambulância e então ouvimos gritos, ela precisava de atendimento urgente, então a ambulância voltou pra cá e ficou de mandar os bombeiros, enquanto eu andava na direção dos gritos, começou a nevar novamente, não dava pra saber onde estava pisando, mal dava pra ver o que estava na minha frente, eu acabei cortando a perna em um galho de árvore e caí atrás da árvore, eu vi os bombeiros passarem duas vezes antes de desmaiar

Eu me aconchego mais a ele, não quero pensar na quantidade de coisas que poderia dar errado nessa situação, então ele continua

- Eu só conseguia pensar em você, que eu não poderia te pedir desculpa, que eu não poderia dizer o quanto eu te amo, que a nossa última conversa tinha sido daquele jeito e seus olhos foram a última coisa que eu vi antes de perder a consciência e a também a primeira, quando acordei.
Eu levanto a cabeça e olhos nos olhos dele
- Eu amo você e assim que você ficar bem, eu vou ficar muito irritada
Ele ri baixinho e beija minha testa.

Ele está bem.

Fim

_______________________

Eu sigo acreditando em Merluca, mesmo diante de tudo, o Andrew vai aceitar que tá doente, vai se tratar e eles vão ficar bem, é isso!
Bjo e até mais
Espero que tenha gostado, May ❤️

Não vá Onde histórias criam vida. Descubra agora