Capítulo 1

1K 78 199
                                    

Oi pessoal, eu estava morrendo de saudade de vocês. Bom, espero que gostem dessa história que já ganhou meu coração. Não esqueçam de votar e comentar o que estão achando. Boa leitura. bjs

É preciso apenas um segundo para criar uma memória que vai durar a vida inteira. O cérebro capta aquele momento registrando milhares de informações que por algum motivo, você jamais vai esquecer. É como se os sentidos trabalhassem sob um comando fantástico e inexplicável. Durante o tempo em que seus olhos piscam, tudo funciona em perfeita sincronia e o momento mágico acontece.

Bum!

O pulmão infla enquanto você inspira, a pele arrepia sentindo e apalpando tudo ao seu redor. Leva apenas um segundo, mas você vê, sente e ouve.

Pronto! Não há mais nada que possa ser feito, você lembrará para sempre.

Foi o que aconteceu comigo quando voei pela primeira vez. Eu era apenas um menino a bordo de um dirigível com meu velho. Deslizávamos suavemente para o céu, rumo ao nada. O som da risada do meu pai, a brisa fresca que entrava pela pequena janela e remexia meus cabelos. Qualquer um teria observado a cidade ficar pequena sob os pés, mas eu olhava para imensidão azul. Quilômetros de nada, e o nada, nunca significou tanto.

Havia poesia no céu e um turbilhão de sensações que meu cérebro registrava. Eu não sabia, mas minha vida mudaria para sempre.

Eu queria asas e nunca mais desejei outra coisa.

Minha mão segura a garrafa gelada de cerveja e a mesa do bar treme em meio ao caos.

Cinquenta e oito segundos.

Estou de cabeça baixa, o calor é infernal, tudo que eu quero é beber em paz. Arrasto minha cadeira uns vinte centímetros, para desviar de um idiota que foi arremessado em minha direção. Ótimo! Meus reflexos ainda funcionam, mesmo após muita bebida.

Cinquenta segundos.

Eu sabia que vir aqui seria um erro, mas a verdade é que gosto desse bar. Gosto de como a meia luz deixa um ar de mistério, gosto da decoração inspirada nos caças mais antigos da história e de como ela me causa nostalgia. Porra! Gosto até dos malditos lustres feitos de sucatas de aeronaves.

Coloco o coturno sobre o joelho esquerdo e levo a garrafa a boca, a cerveja desce gelada e garrafas voam se estilhaçando nas paredes. Aumento o som da música e ajusto o fone de ouvido.

Tudo está literalmente girando, objetos são arremessados e as vezes pessoas. Pessoas que eu conheço. A maioria foram treinados por mim ou estiveram ao meu comando, em uma ou mais missões. Se eles pudessem ver com os meus olhos, veriam como parecem patéticos se comportando como animais selvagens.

Eu olho para o relógio em meu pulso, até o ponteiro parece percorrer em câmera lenta.

Tic tac trinta e cinco segundos.

Desvio de uma garrafa que passa por mim e acerta outro alvo. Bebo mais um gole da cerveja e vejo uma cabeça ensanguentada despontar entre as pernas da minha cadeira. Os olhos se arregalam para mim.

- Capitão, o senhor não vai nos ajudar? - Leio as palavras em seus lábios.

Alguém o arrasta novamente para o emaranhado de corpos se chocando antes que eu consiga responder.

Vinte e três segundos

Um lampejo metálico brilha em um ponto específico, refletindo a luz do ambiente. O clarão chama a minha atenção. Para um piloto treinado em manobras e acrobacias, o reflexo de um espelho não é algo que passa despercebido. É fundamental para nos orientar do solo durante as manobras. Logo constato que não se trata de um espelho e sim uma faca devidamente polida.

Capitão Implacável (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora