Nos Domínios da Morte - Saga dos Três Mundos Livro II

Capítulo 5 - A Cidade Esmeralda

Horas depois da senhora da Floresta Negra ter a terrível previsão do futuro do mundo escuro, a notícia de ataques aos Únus nas proximidades das passagens na Terra, correu todos os reinos organizados e provocou diversas mudanças nas relações que estes estabeleciam entre si.

Depois do primeiro ataque do exército humano na passagem localizada no Rio de Janeiro, cada um dos líderes dos seis clãs enviou seus filhos como representantes de suas famílias à cidade de Nuris Aboor, para um encontro do Grande Conselho de Guerra Únu.

Os tiros que foram disparados e as bombas que foram jogadas através da passagem na Estação Central do Brasil para o mundo deles, foram sentidos por todos os Únus, causando pânico e muita confusão. Como eles estavam ligados uns aos outros, toda a população soube do ocorrido, sentiram como se tivessem vivido eles mesmos a horrível experiência.

Depois de descoberta a causa do tumulto, as viagens a outros mundos conhecidos foram controladas por conselhos locais e as passagens fortemente guardadas. Em todas as cidades, os Únus estavam agitados, andavam pelas ruas se tocando freneticamente em busca de mais informações sobre o que estava acontecendo dentro e fora do seu mundo. A sensação de que algo ruim estava sendo escondido podia ser percebida em toda parte.

Alguns Únus mais exaltados se posicionavam em determinados pontos de Nuris Aboor e produziam sons de alta frequência na tentativa de se comunicar com um número maior de irmãos mais distantes e receber deles mais informações do que era possível pelo toque físico.

No centro da cidade estava localizado o prédio da administração, uma estrutura feita toda de pó de esmeralda. Em Nuris Aboor os prédios mais importantes eram feitos dessa mistura, pois os pequenos cristais de esmeralda permitiam que as construções porosas fossem usadas no seu sistema de comunicação.

Os poucos viajantes de outros mundos que tinham permissão de circular em Nuris Aboor respeitavam e conheciam o administrador, Aganoth. O líder da cidade era um dos Únus mais antigos que existia, ele sobreviveu às grandes guerras e conheceu centenas de mundos e as criaturas fantásticas que vivem neles.

Graças aos incentivos de Aganoth, os Únus criaram os coletores de vida nas principais cidades humanas e praticamente extinguiu as "colheitas". Milhares de vidas foram poupadas com a iniciativa dele e a extinção das caçadas na terra dos homens.

A extinção das "colheitas" também permitiu que uma paz fosse construída entre os Únus e outros seres que vivem há milênios entre os humanos, e têm por eles uma grande estima, e em alguns casos, fortes laços genéticos.

O prédio da administração de Nuris Aboor tinha outro papel muito importante na vida dos residentes, era dele que a maior parte das informações oficiais da região era compartilhada com o povo.

Foi com o semblante bastante perturbado que Aganoth subiu até o alto do edifício. Ele já tinha feito aquele percurso centenas de vezes, no entanto, em nem uma delas ele tinha sentido sobre seus ombros, como agora, o peso de liderar seu povo e mantê-los seguros.

Quando ele chegou ao topo do prédio se agachou e tocou a estrutura com as mãos espalmadas. Uma vibração muito sutil, a princípio, começou a ser produzida por ele e aos poucos transmitida para toda a estrutura.

Como uma gigantesca antena, o edifício começou a transmitir a vibração também pelo ar, aproveitando que a atmosfera do seu mundo era extremamente densa tendo como parâmetro a atmosfera da terra dos homens, com isso intensificou a transmissão.

Na cidade abaixo, os Únus que se movimentavam desordenadamente nas ruas sentiram quando a vibração se espalhou. Ao perceberem as informações passarem, vindas de Aganoth, paravam tudo que estavam fazendo e viravam suas cabeças na direção em que ele estava, a ideia era entender o que ele ia transmitindo.