22. Break My Heart Again

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Ponto de Vista por
Harper Aldrin.

Aquelas foram as três horas mais longas da minha vida.

Recostando a minha cabeça no vidro da janela no carro de Henry eu permiti que a minha mente viajasse por todas as emoções que eu senti naquela arena:

Primeiro eu lembrei de quando arenas e shows eram o meu trabalho. Aquela correria de bastidores, fãs histéricos, migrar de um lado para outro entre os setores e até nas cadeiras superiores, as correrias entre ônibus e vôos. Era uma animação diária.

Enquanto eu trabalhava com turnês eu posso sim dizer que eu vivi: eu sorri, chorei de tristeza, raiva e alegria, surtei, me apaixonei...

Eu gostava.

Eu gostava de viver ao extremo das minhas emoções. Eu conheci vários países, várias culturas, vários tipos de comida que não envolviam insetos e sapos, isso eu não consigo comer, e também várias pessoas que foram e ficaram na minha vida.

Umas, obviamente, me marcaram mais do que outras.

Cez e Anna.

Tiffany.

Brian.

As brasileiras da turnê.

Os chernobys, que de algumas forma, me fizeram ser mais atenciosa com quem se importa comigo.

Shawn Mendes.

Esse último eu posso negar para o mundo mas não para o meu interior não. Shawn marcou a minha vida de uma forma absurdamente péssima quanto maravilhosa.

A péssima foi o nosso fim, foram as mentiras e omissões que fizeram o que nós dois construirmos ruir de dentro para fora sem piedade nenhuma dos nossos sentimentos, de nós dois... Três.

A maravilhosa e as partes boas foram o fato de que com ele eu aprendi a amar e a me amar. Shawn me ensinou todas as formas de amor, desde o carnal até o materno porque quando eu digo que eu vivi o extremo naquele curto período de tempo é a mais pura verdade.

Eu também engravidei dele.

Eu engravidei enquanto validávamos, após construir toda a base mesmo que não tão forte para aguentar a turbulência no fim, do nosso amor.

Antes eu me questionava o porquê de tantas consequencias sobre mim, porém, depois que eu pude sentir os primeiros segundos de vida daquele bebezinho nos meus braços eu gosto de pensar que nós dois nos amávamos tanto, mas tanto que não foi possível manter esse sentimento todo apenas em duas pessoas e que por isso uma terceira foi gerada.

É um sentimento melhor do que dizer que foi um deslize porque nós realmente esquecemos completamente dos preservativos. Eu também não posso taxar o Lucca como um erro mesmo que naquele momento eu precisasse abrir mão de tudo o que eu sonhava porque tudo o que esse pequeno fez na minha vida foi trazer a minha felicidade de volta.

Ele é o amor que eu senti pelo Shawn.

Eu amei Shawn, amei mesmo e mesmo com o nosso fim eu queria que ele fosse feliz, não por causa daquela filosofia de que gente feliz não enche o saco, mas sim porque de todas as pessoas nesse mundo ele merecia se sentir livre.

Ele deveria estar sendo feliz.

A primeira vez que eu o vi feliz foi quando eu permiti que ele tocasse no Lucca.

Ele não queria aquilo, era uma necessidade que eu percebi desde quando estávamos no hospital com o meu ursinho.

Quem, além de mim, quer ser pai ou mãe antes dos vinte e cinco?

Lost in Us ❀ Segunda Temporada de WWY.Onde histórias criam vida. Descubra agora