"Esperando Você chegar"

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                        Um conto de J.P.Forte

                                ~Desgustação~
                              Conto Romance Gay

                      Parte 1

          4h30 e minha ansiedade veio me acordar e trouxe com ela um frio na barriga!
Hoje é aniversário da minha mãe, Carol. Ela vai fazer 43 anos, mas não é por isso que estou ansioso. Minha mãe tem uma irmã gêmea idêntica. Ela morava no Rio com o marido e o filho, meu primo Diego, Ele é um ano mais velho que eu e, é lindo, mas muito, muito lindo.

Eles sempre vinham nos visitar, férias, festas. Mas quando eu tinha 14 anos e Diego tinha 15, o pai dele traiu minha tia Juliana e eles se separaram. Então, tia Ju e minha mãe resolveram morar juntas na casa da minha falecida avó. Assim não precisavam mais pagar aluguel a toa, ja que as duas tinham um imóvel enorme ali parado. Ah, meu pai faleceu quando eu tinha 2 anos, não me lembro dele. Bom, continuando…

Então fomos nos quatro morarmos todos juntos na grande casa da Nona Amélia em São Paulo , e eu tive que conviver com minha paixão secreta pelo meu primo. Sério, se vocês vissem como ele é, iriam entender !

Então passamos a estudar juntos, Diego era da minha sala, pois ele repetiu um ano. Éramos totalmente diferentes um do outro, mas fisicamente parecíamos irmãos gêmeos. Não tão gêmeos assim. Se você parar para olhar traço por traço, você encontra umas semelhanças. Mas Diogo é mais alto, com seus 1,82, e eu com meus 1,75, seu jeito de se vestir e de se comportar também é bem diferente do meu. Ele é mais agitado e mais encrenqueiro também, mais brincalhão e folgado.
Ja eu...bom..sou calmo, sarcástico, carinhoso e....eu sou gay! Daqueles um pouco delicado. Sou assumido desde novo e aceito pelas minhas mães. Quero dizer, minha mãe e tia. Enquanto Diego usa aquelas bermudas com metade da cueca aparecendo, boné naquele cabelo bagunçado e camisetas mostrando boa parte dos seus músculos, coisa que eu não tenho muito, Eu uso uma bermuda mais colada e camisas mais coloridas, ou camisas femininas larguinhas. Eu as vezes passo gloss e lápis de olho e rimel...as vezes! E nunca uso boné, nunca!  Para não estragar meu cabelo super estiloso. Amo meu cabelo.

Bom quando éramos mais novos vivíamos de uniforme mesmo, mas até no uniforme tinha nossa personalidade ali. Éramos iguais e diferentes ao mesmo tempo, mas o que mais importa era que sempre nos dávamos bem.  Nos adorávamos, ele começou a me chamar de maninho quando começamos a morar juntos, e nossas mães são tão parecidas que até eu me confundo para saber qual é a minha mãe. Mentira, mas nessa brincadeira chamamos as duas de mãe. Diego sempre estava comigo, e não deixava ninguém mexer comigo, e olha que por causa do meu jeito muitos garotos mexiam comigo e Diogo sempre tinha muitos olhos roxos por isso. Mas ele sempre me dizia que ele aguenta qualquer porrada nele, mas que morre se me ver com um arranhãozinho. O que de fato é verdade. Quando cai de patins na rua e ralei o joelho, ele enfartou. Então me diz. Como não se apaixonar?

Mas ai crescemos e ele foi estudar biologia marinha no Sul. Como se biologia de qualquer coisa tivesse futuro nesse Brasil. Mas é o sonho dele, sempre foi! Ele se mudou para o Sul ja tem 3 anos.  Ele está no último ano, mas vai passar o fim de semana aqui pois amanhã, sábado é aniversário das nossas mães.

Então, ele é o motivo da minha insônia e ansiedade! Bom, na verdade não só ele mas também pelo o que aconteceu com a gente na sua última visita.

Ah! E eu me chamo Pedro!



                                 PARTE 2

   
       Eu faço moda, quero ser estilista e figurinista, Ok, também não da um mega futuro, mas eu amo, e ja tenho um estágio remunerado na Cavalera, aquela marca famosa de roupas. Estudo de manhã, e trabalho a tarde no meio da semana, mas hoje eu pedi uma folga. Eu ia furar meu dedo se chegasse perto de alguma agulha ou tesoura do jeito que estou. A uma semana a minha ansiedade está me matando. Eu e Digo….eu o chamo assim desde, sei la, sempre o chamei assim. Minha mãe disse que quando era eu bebê era muito difícil colocar o “e” no meio do nome dele. Só eu o chamo assim e as vezes a minha mãe, de tanto me ouvir falar. Bom, eu e o Digo nos falamos muito pouco, um oi ou mensagens avulsas no grupo da família, que tem como participante eu, ele e nossas mães, umas curtidas no instagram. O que fizemos nunca saiu da minha cabeça, e nem do meu coração. E eu vou contar o que fizemos.

A última vez que Digo veio para casa, fomos a uma balada e enchemos a cara. Na volta, fomos para o nosso quarto. A casa tem 4 quartos, mas queríamos dormir no mesmo quarto para virar a noite jogando, coisa de adolescente. No fim, continuamos dividindo o quarto até hoje. Bom, até da última vez. O quarto vazio ficou com um tipo de quarto de motel, como a gente chamava. E você ja pode imaginar o que acontecia la. E em todas as vezes que esse quarto foi usado, foi pelo Digo!  Ja era pra la da madrugada e nosso quarto fica no final do corredor, assim ninguém escutava a gente jogando, ninguém, no caso nossas mães. Eu estava muito bêbado e rindo da porta, e Digo estava pior. Assim que fechamos a porta vi Digo tirar sua roupa na minha frente e ficar só de cueca preta, e ali eu reparei que o corpo dele mudou. Ele estava mais forte, mais gostoso. Gostoso pra caralho, e eu não conseguia tirar os olhos.

- Cara, Pê você ta a horas me secando, cê ta ligado né?

Eu quis me enterrar!

-Cala boca, eu estou bêbado, nem estou olhando para você, estou olhando além de você!

Ele riu alto. Tirei minha roupa também e vesti uma camiseta gg amarela que ficava muito larga e cobria minha bunda toda, mas como eu estava deitado na minha cama, e estava muito calor, não cobria quase nada.

- Pê. Queria fazer uma coisa cara! Tipo la na facul com a galera nos rolê sempre rola e eu fiquei curioso pra caralho.

Ele falava meio atrapalhando, ou eu que entendia tudo atrapalhado.

-Digo, eu estou bêbado, fala direito e fala de uma vez porque se não vou esquecer as primeiras palavras estranhas da sua frase, tipo a Dolly.

-Que Dolly?

-Digo, Fala.

-Ok! Posso te beijar? -  E fique mudo, eu ouvi direito? - A qual é! Só um beijo to curioso pra caralho e você é o único que confio e que curte.

E foi assim, com a coragem do álcool e minha vontade secreta, eu me levantei e sentei e ele veio até a minha cama e o beijo acabou com ele gozando na minha boca.

Pois é! No dia seguinte não falamos nada sobre o que aconteceu, ele me abraçou forte e demorado como sempre e beijou minha bochecha antes de ir embora para o aeroporto depois do café.






Continuação no Wattpad da J.P.Forte



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J.P.Forte

J.P.Forte, A Jady, mora em São Paulo, tem 30,canceriana,ama natureza e os animais e comer,  ama pessoas independente do sexo mas agora só ama seu esposo! E tem dois filhos pet, por enquanto!
Ama ler! Seu kindle e tablete são as extensões de seus braços, e escreve desde novinha, mas nunca se aventurou como autora até o começo desse ano. Com o incentivo de seu marido e uma amiga e escritora, postou seu primeiro livro “BELO PLANO” no Wattpad em janeiro de 2020, onde duas vezes por semana posta capítulos da história de Liam e Oliver. “ESPERANDO VOCÊ VOLTAR” é seu primeiro conto.  Um de seus grandes sonhos é tem um de seus livros físico. Seu tema favorito é Romance gay, depois romances de outros gêneros e suspense/terror.

Wattpad: https://www.wattpad.com/user/JPForte

Instagram: https://www.instagram.com/jpforte_coletivobooks/?hl=pt-br



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