Como uma barreira contra o mundo exterior, a cidade de Black River mantém uma densa névoa em volta de si mesma.
Suas florestas são verdadeiros labirintos para os desavisados.
Mas, por mais fria que a cidade aparente ser, quem ousa se aventurar descobre a beleza que só uma Deusa poderia ser capaz de criar.
E é dela que nascem as pessoas mais misteriosas.A única rodovia que leva para fora da cidade é rodeada de pinheiros, e o clima de outono permite a qualquer um uma paisagem de tirar o fôlego.
O som dos pássaros e grilos podem ser ouvidos da vegetação úmida, mas um som diferente faz com que todos eles voem para longe.O único som que importa pertence a um scarpin preto que pisa confiante e determinado.
Surgem fios negros, compridos e sedosos, quase que com vida própria, pertencentes a um corpo trajado em peças de couro apertado e peças cintilantes penduradas em seu pescoçoDona de olhos como a lua, carregados com a cor da noite em suas pálpebras em um delineado cortante, lábios carnudos em vinho e pele pálida como a própria névoa que a camuflava ao longo do caminho.
O contorno de sua boca se abre para falar:
- Finalmente cheguei, pai...
-Já não aguentava mais andar. Meus pés estão me matando!*Primeira pessoa*
Com as mãos na cintura e um suspiro eu crio coragem para voltar a caminhada.
"Devia ter vindo de tênis." Penso.-Aqueles taxistas medrosos me pagam.
Reclamo.Me dirigi arrastando a mala preta fosca decorada com spikes e de rodinhas para o centro da cidade, que era logo em frente, para pedir informações.
"Afinal, 20 anos longe daqui faz a memória de qualquer um pifar."Decido olhar em volta enquanto caminho para procurar alguém que não pareça muito estranho.
Noto que as casas antigas e bem cuidadas abrem a cidade como um jardim bem estruturado, mas que a deixam mais parecida com uma Silent Hill do que com uma cidadezinha normal do interior.
Mais uma olhada em volta e começo a ver pessoas.
Confiro as horas no relógio digital preto no meu pulso direito
06:22Am
Está na hora de levantar para a vida na névoa.
Uma senhorinha me chama a atenção, ela está varrendo folhas na frente de uma floricultura chamada "Flores da Mama".
Usa um vestido verde escuro e tem cabelos brancos e compridos, com leves resquícios de que já foram ruivos um dia.Atravesso a rua acenando, fazendo com que ela olhe para mim e digo me aproximando:
-Bom dia. Com licença, senhora.Ela me olha curiosa, com seu rosto pequeno, cheio de sardas, seus olhos verdes me dão um sorriso e ela diz:
-Bom dia para você também.
Mackenzie, não é? Em que posso ajudar?-Bem eu... espera. Me questiono repentinamente. - Como sabe meu nome?
Ela sorri apontando para a etiqueta do aeroporto pendurada em minha mala.
Dou um riso sem graça e por fim falo:
- Acabei de chegar e procuro a Rua das Abóboras. Sabe onde fica?
Ela aponta para atrás de nós, para cima e no meio da floresta, onde posso enxergar a ponta de um telhado antigo se apertar bem os olhos.Entre um sorriso, digo:
-Muito obrigada. Tenha um bom dia.Seu rosto gentil e delicado me diz:
-Disponha. Se precisar de algo, estarei aqui. Sou Diana Fintch.
Me viro sorrindo e dizendo:
- Muito prazer. Me chamo Mackenzie McMillan.Durante o trajeto decido passar em uma padaria, que ficava próxima da floricultura, já que era caminho, e eu não havia comido nada desde o dia anterior no avião a caminho para cá.
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Bruxa - Os Mistérios de Black River
FantasyMackenzie McMilian decide retornar para sua cidade natal, Black River, onde descobre que o amor e a magia estão mais próximos do que ela pode imaginar.