Capítulo 7

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Um mês. Exatamente um mês que estou trancada nesse quarto. Mamãe vem me visitar todos os dias e dormia também mas, ela não tinha a chave e também disse pra ela nao tentar me tirar de lá. Um dia ele ficou com suspeita que mamãe estava indo ficar comigo então ele trancou a janela. Sorte que mamãe tinha feito bastante comida e tinha deixado duas garrafas de água bem gelada. As vezes eu enchia as garrafas na torneira do banheiro

Ouço um barulho na tranca e me levanto rapidamente

__se você fazer mais alguma burrada..__ diz chegando perto de mim e apertando meu pescoço__ eu juro que um mês e algumas marcas em seu corpo será muito pouco__ ele me solta e eu saio feliz por não ficar mais em meu quarto. Não sei porque de ele me odiar tanto e não procuro mais essa resposta. Agora é indiferente para mim

__oi mamãe__ a abracei muito forte

__tava com tantas saudades minha menina__ ela me apertava, oque doía ainda um pouco meu corpo por causa das marcas, já estavam quase todas saradas mas por falta de cuidados tem alguns que vão demorar ainda um pouco pra cicatrizar. Eu e mamãe já não se abraçamos a mais de uma semana, foi quando papai teve a suspeita de que ela estava me visitando

_te amo muito mamãe

_eu amo mais minha pequena__ deu me um beijo__ ainda é domingo vamos de divertir ?__ antes que seu pai te tranque de novo. Ela não disse isso mas, seus olhos sim. Sempre que podíamos sair agente saia pra se divertir, esquecer o cativeiro que fizemos nossa casa

__podemos ir no parquinho ?__ eu estava prestes a completar meus nove anos mas, mesmo assim sempre amaria parquinho: pula-pula, montanha russa, roda gigante, bate-bate e etc...

__claro que podemos neném da mamãe__ ela me pega no colo e põe sentada no mesmo__ oque você queria diferente na sua vida ?__ me pergunta com cautela

__que papai não me odiasse e nem me batesse tanto__ abaixo o olha para um machucado que está presente em minha barriga pelos diversos chutes que o mesmo me deu__ e que a senhora fosse feliz

__eu sou feliz meu amor eu tenho você__ sorriu com os olhos marejados__ seu pai foi uma escolha minha. Deus não errou quem errou fui eu__ ela sempre dizia isso. Nunca entendi o porquê ele parece que nunca amou a minha mãe. Uma mulher tão linda, tão forte, tão meiga e gentil...uma mulher que muitos queriam ter

Eu e minha mãe fomos para o parquinho. Mamãe pegou todo seu dinheiro para gastar, eu pedia só o nescessário para minha guerreira não gastar todo seu dinheiro comigo

__vamos na montanha russa juntas ?__ mamãe disse mais empolgada que eu até

__vamos mamãe__ disse pulando. Fomos na fila que estava grande mais ao mesmo tempo pequena, sei é confuso. Quando sentamos e botamos o sinto senti vontade de gravar esse momento mas, não tínhamos celular, só o meu pai.  Não deixei isso me desanimar e dei a mão a minha mãe que estava radiando felicidade. Acredite ser quiser mamãe gritou muito e vomitou lá de cima eu como vocês teriam feito o mesmo estava gargalhando de sua cara. Quando paramos eu ainda estava sem ar de tanto rir

__a então você gostou ?__ perguntou com um sorriso brincalhão em seu rosto

__siim mamãe__ ria mais enquanto ela fazia cócegas em minha barriga

__agora vamos comer porque eu estou fraca e você senhorita não tem comido direito já a um tempo__ sim, quase não comi coisas saudáveis presa naquele quarto. Fiquei triste aí lembrar disso mas, logo afastei esses pensamentos e fui até um restaurante próximo ao parque. Mamãe queria comida e não "besteira" é assim que ela chama os lanches vendidos na rua. Ela comprou minha comida preferida que era estrogonofe de frango, com arroz e batata palha. Coca-Cola para acompanhar. Ela não gosta mas diz ela que corta o enjôo então obviamente ela bebeu e claro que eu não pude deixar de gargalhar e jogar umas piadinhas 

Após o nosso almoço brincamos mais um pouco. A mamãe sempre perdia de mim e eu gargalhava dela. Nos divertimos muito e ver minha Rainha feliz é mais do que bom pra mim. Eu amo ver ela sorrindo. Fomos embora e felizmente ( eu acho ) papai não estava em casa e não tinha vindo para casa nenhuma hora logo que as coisas estavam arrumadas como eu e a mamãe deixamos. Como quando eu era pequena deixei mamãe me dar banho e me vestir, pude ver sua felicidade ao fazer tais coisas e eu estava feliz por saber que eu ainda posso fazer alguém nesse mundo feliz. E esse alguém é muito mais do que uma mãe. Ela me colocou para dormir e novamente voltando ao passado ela cantou até eu adormecer 

O Grito Silencioso de uma Criança Onde histórias criam vida. Descubra agora