Casal Popular Clichê Idiota | Jeon Jungkook

Não quero te beijar

— Está afim de fazer alguma coisa nesse final de semana? — Perguntou Jimin, enquanto comíamos juntos na cantina. — Vou dar uma pequena festinha na minha casa amanhã.

— As suas pequenas festinhas nunca são pequenas, Jimin. — Ri e parti em cubinhos o meu omelete. — Você é um tremendo exagerado, além de sempre querer convidar o colégio todo.

Jimin é um verdadeiro festeiro. Ele dá uma grande festa na piscina pelo menos uma vez por mês, mas eu só fui em uma delas. Nunca curti muito esse tipo de festa, que só gira em torno de bebidas e sexo. Já ouvi relatos de ter acontecido até uma orgia lá dentro, o que era bem nojento só de se imaginar. Eu fui pela insistência do Yoongi e engano meu em pensar que aquilo seria divertido. Aquele desgraçado só tentou me embebedar o tempo todo, só para conseguir transar comigo. Ainda bem que não fiquei bêbada naquele dia, pois sendo a boba apaixonada que eu era, cairia facilmente nos encantos e na sedução dele que nem uma otária! Eu sempre ouvia os comentários na segunda-feira sobre essa festa e o Jungkook, aquele exibido idiota, sempre era o tema central de tudo. Eu sempre ouvia as garotas se gabando, dizendo o quão bem ele beijava e como elas queriam namora-lo. Não sei se o que elas diziam eram ou não verdade, mas se for, que diferença faria?

Eu sei que ele disse que sente a minha falta e eu também sinto a dele, mas acho que eu não deveria continuar pensando nisso. Não deveria continuar usando o anel que ele me deu, que por sinal, eu havia começado a usar muito frequentemente e nem sei se ele percebeu. Não me acho uma garota boa o suficiente para ficar com ele. Sou cheia de problemas, sejam físicos ou psicológicos. Sem contar que as pessoas desse colégio nem gostam de mim, apenas me suportam. Nem conto muito com os garotos. A maior parte deles só me acham linda e gostosa. Só querem me pegar e depois sair por aí, se gabando com os amigos que pegaram a garota mais popular do pedaço.

— É, eu posso exagerar um pouquinho sim. — Riu ele, todo fofo. — Mas eu realmente gostaria muito que fosse você. Você só foi lá uma vez e ainda com aquele traste do Yoongi, ou seja, você só tem más lembranças!

É, isso é verdade.

— Às vezes eu ainda me pergunto como eu pude confundir aquela merda com amor. — Suspirei, tomando alguns goles de suco. — O amor é cego mesmo.

— Concordo. As pessoas acabam presas a alguém, só pelos sentimentos que sentem em relação a ela. Acham que só porque as amam, devem aceitar e perdoar tudo. Qualquer coisa. — Deixei que ele segurasse a minha mão e que se aproximasse. — Mas não é assim que funciona, S/N. Eu entendo o que você passou, mas o amor não machuca ninguém. O que machuca são as pessoas.

Nossa, essa doeu lá na alma.

— Por que está me dizendo isso? — Questionei o olhando, triste. — Eu já sei.

— Porque eu tenho uma leve impressão de que você não quer ir, só porque está com medo de se lembrar do Yoongi lá. — Desviei o olhar, meio sem saber o que dizer agora. Não vou mentir. Ele realmente estava certo. Só tenho más recordações daquele lugar. — E tudo bem ficar com medo, mas ele não irá embora sem você enfrentá-lo.

— Ok, então vamos supor... — Achei graça quando ele sorriu, todo esperançoso. — Apenas supor. — Ele fez bico. — Que eu aceite ir na sua festa. O Taehyung odeia esses lugares. Ele prefere ficar em casa jogando video-game e todo mundo sabe que ele é o meu melhor amigo. E que sem ele, eu fico sozinha.

— Sozinha? — Assenti. — Ah, assim você me deixa triste! Você tem eu, os garotos que são afim de você, as suas seguidoras e você também tem o Jungkook!

Por que esse povo sempre toca no nome dele comigo? Isso é algum tipo de tortura?

— Eu não tenho o Jungkook. O que nós dois tivemos só foi fingimento.