Na entrada do público, todos os atores estão em cena, distribuídos pelo palco. O capitão é um personagem ausente. Eles dançam uma dança alucinógena pessoal (talvez um contact improvisation). Ao fundo, música suave e som de tambores.Cada personagem com um tom diferente diz essas frases enquanto dançam:
•─ A caixa que habito é mais estreita que minhas entranhas com ansiedade.
•─ A caixa que habito é mais larga que os portões do inferno.
•─ A caixa que habito é torturante, mas eu não me importo.
•─ A caixa que habito é muito, mais muito confortante.
•─ A caixa que habito é imunda, mas até que cheira bem.
•─ A caixa que habito exala um odor tão delicioso que me desperta fome.
•─ A caixa que habito é limitante, mas me dá a ilusão de voar entre as paredes.
•─ A caixa que habito é mais linda que o mundo lá fora.
•─ A caixa que habito é mais organizada.
•─ A caixa que habito é mais confortante que nem me dá vontade de andar.
•─ A caixa que habito é tão escura que nem consigo enxergar.
•─ A caixa que habitamos nem existe.
•─ Nem existe.
•─ Ou será que sim?!Todos ao mesmo tempo como brigassem um sigo mesmo, entre eles e com o público ao mesmo tempo. Repetem até o blackout:
─ A caixa que habito.BLACKOUT
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A Caixa Que Habito
Short StoryQuatro personagens se encontram em um caixa onde passaram todo o resto de sua vida. Apenas uma promessa das quebras das barreiras faziam eles acreditarem que o futuro fosse libertador. Medo? Incertezas? Uma constante busca em se descobrir em meio...