Prólogo

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Por enquanto, não me apresentarei educadamente, conforme devia. Não quero dar-vos informações em demasia. Além disso, é vosso dever, como leitores, centrar-vos no essencial e, como editor, o meu papel é guiar-vos devidamente nessa demanda.

Eu não escrevi o texto que se segue e no qual se resumirá este livro - apenas o editei. O mérito disso é do meu melhor amigo. No entanto, também ainda não é a altura de o conhecerem em condições. Digam-me: haverá melhor forma de conhecer realmente alguém senão através do conhecimento do seu íntimo e da sua forma de ver e pensar o mundo?

Como estão a perceber, este é um livro diferente de todos os outros que já leram, bem como daqueles que ainda lerão e, se ainda não perceberam isso ou, por algum motivo, não acreditam nisso, eu vou passar a ensinar-vos a ler o que se segue.

Funcionará como um jogo. Cada capítulo diz respeito a algo que a maioria dos leitores, senão todos, conhecem e, muito provavelmente, têm. Porém, a forma como o objeto, sítio ou pensamento será descrito não é, de todo, convencional (o meu melhor amigo tem várias peculiaridades e uma delas é a maneira como vê, pensa e sente o mundo). Serão os leitores capazes de adivinhar do que se trata apenas pelas palavras do meu melhor amigo?

Deixo-vos, desde já, uma dica: nem tudo o que será dito é literal e, inclusive, algumas palavras podem ser literais e, ao mesmo tempo, não o ser. O meu melhor amigo pode ter descrito um determinado objeto, sítio ou sentimento que, para vocês, é entendido como sendo outro - e esse outro pode não estar, de todo, errado. Afinal, estamos todos no mesmo mundo, mas com vivências completamente diferentes, certo?

Como receio que isto se possa tornar um pouco confuso para vocês, eu decidi, nos títulos de cada capítulo, colocar asteriscos a simbolizar cada letra que corresponde à palavra em que o meu melhor amigo pensou e descreveu.

Estou ansioso por saber se conseguirão chegar à mente dele ou se têm outras soluções para a mesma descrição.

Já me ia esquecendo de uma dica importante: tenham cuidado ao confiar em tudo o que se lê por aí. No final, não digam que eu não vos avisei!

Pelo meu olharOnde histórias criam vida. Descubra agora