- Torus, eu estou tendo sonhos estranhos com o Lynt
- Tá loucão é? Já tem tempos que ele se foi
- Por isso mesmo, mas é estranho principalmente porque ele sempre está ferido e diz algo que eu não consigo entender, por fim eu vejo Aty.
- Será que aconteceu algo que não sabemos? Foi muito estranho aquele caixão fechado, nem o rosto dele dava para ver direito.
- Foi o acidente né.
- Mas você nunca pensou que Lynt não tinha habilitação?
- Eu nunca me atentei a isso, enfim, se for alguma coisa, uma hora aparecerá - Simon ajeitou o casaco - Enfim, vou sair, obrigado por ter vindo ficar comigo. Te amo Senhor Turrão.
- Aff, "tamo junto parceiro", qualquer coisa estarei aqui. Bom trabalho.
Simon saiu pelo portão, Torus assentou na varanda, acendeu uma palha e tragou, seus pensamentos retornaram há três anos atrás, no dia em que estava sentado abaixo do carvalho, em meio a fumaça, quando alguém se aproximou, um garoto de corpo esguio, andrógino, cabelos preto curtinho, seu semblante afoito assustou Torus.
- Oi, desculpa, não o vi aqui.
- Oi, tudo bem, pode ficar.
- Não, melhor não, ninguém gosta de ficar perto de mim
- To dizendo que pode ficar, ué. - O recém chegado, assustou levemente.
- Tudo bem.
- Ambos permaneceram calados por um longo tempo, Torus se acomodou sob a árvore e abriu a boca
- Qual seu nome?
- Vernes. E o seu?
- Torus.
- Nossa, que diferente
- Sim, prazer.
- Eu nunca te vi aqui.
- Geralmente prefiro estar sozinho, então venho logo cedo ou na madrugada.
- O que você faz da vida?
- Burlo aulas. Estudo no Consola.
- Eu também, sou da manhã.
- E eu da noite.
-Ah sim, por isso não te conheço.
- Espera, você não é o garoto que só anda vestido de mulher não né?
Vernes sentiu o peito apertar, como seria a reação do outro ao saber a verdade.
- Hããã, sou eu. Eu vou embora.
- Não. - Touros pegou na mão do outro - Fique mais, por favor. Me faça companhia. - E acendeu outra palha, a fumaça exalou pelo ar
- Como você consegue fumar isso? É errado
- Experimenta, antes de criticar.
- Cigarro mata.
- Não é cigarro, isso aqui não mata.
- Só um pouco. - Vernes pensou, aproximou do outro, tocou sua mão e pegou a palha, tentou erroneamente puxar um trago, engasgou, a garganta secou de uma vez e ele tossiu, de uma forma que parecia que tuas veias sairiam para fora do corpo.
- Para de exagero, Vernes.
- Não é exa...gero, isso é muito forte.
- Um dia você acostuma.

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Carmion
KurzgeschichtenSegredos, descobertas, amores, ódio e sangue. Carmion é uma metrópole, a metrópole do ferro, berço de nascimento de Simon, Torus, Cáxtor e Erty, amigos de longas e curtas datas, um verdadeiro grupo de laços sanguíneos, fraternos, físicos e sentiment...