veneno, ele me embebeda

35 8 83
                                        


- Quando você vem me ver?

- Não sei, Gábrio, o que está acontecendo?

- Me tira daqui Erty, por favor, eu não aguento mais!

- Irmãozinho, eu não posso ir ai, você sabe o que aconteceu.

- Ele vai me matar

- Não vai, eu prometo quando eu puder, te buscarei - A chamada foi desligada, o coração de Erty partiu-se mais uma vez, somente ele sabia o que estava acontecendo, por ter vivido na mesma jaula, a mãe, enérgica, ignorante e nefasta tomava os filhos como uma rata, comia-os diariamente, suas mentes, ações e sentimentos. Imoderada, consumia os filhos em uma vida de cuidados e dramas excessivos.

Despótica, os maculara com suas vontades insanas e impunha em si todo vitimismo disponível no mundo, uma verdadeira rata, que quando exaspera, degluta seus filhos. Erty quando fez 16 logo saiu de casa, não suportava mais os shows exacerbado de sua mãe, seu corpo carregava marcas físicas e sentimentais, sua mente não aguentava mais, conheceu Aty e fugiu.

- Não faça isso meu filho, por favor!

- Mãe, eu não aguento mais, por quê você é assim, me deixe viver?

- Como eu viverei sem você meu filho? Como eu vou ficar nessa casa sem você?

- Nada lhe falta, você tem sua vida já, tem outros filhos, tem um marido

- Mas não sou amada, a vida me tira tudo que eu tenho de bom, não faça isso, Erty, não me abandone.

- Eu não quero saber mais, eu cansei.

A raiva tomou conta da mulher, ela não tinha do que reclamar da vida, o marido tudo provia, nunca deixou-na, mesmo sendo ela uma descompreendida, em qualquer lugar da casa escondia um objeto agressor, retirou de trás do sofá uma tala de cavalo e acertou Erty no braço esquerdo

- AAAI! Você é louca!!

- Erty Aganad, você não sairá desta casa! Eu sou sua mãe e não permitirei.

- Louca, EU NÃO FICAREI AQUI! - O garoto saiu para teu quarto, arrastando os pés, o vergão subia pelo seu ombro, a dor foi latejante, nas costas recebeu outras duas enquanto corria para seu quarto, trancou a porta, a mesma era socada constantemente, sacou o telefone da penteadeira e ligou.

- Simon, oi, por favor, atende.

- Oi.

- Oi, Simon, me ajuda por favor. Me tira daqui de casa, eu não aguento mais, minha mãe me matará.

- Você consegue vir até a Central, eu estou na faculdade.

- Tudo bem, eu te espero lá.

Erty pegou apenas uma mochila, seu hamster e fugiu pela janela, não suportara mais aquela situação, seu pai não fazia nada para impedir os ataques nefastos de sua mãe, passou pelo quarto de Gábrio, entrando pela janela e despediu, Gábrio era seu pedaço de céu em meio a todo aquele inferno vivido. Caminhou até a Central à espera de Simon.

Dois anos atrás, Erty conheceu Simon enquanto estava em um curso de verão, Simon foi seu professor, no curso surgiu uma amizade mútua, o que não era interesse de Erty, entretanto a diferença de idade impedia Simon de seguir adiante.

- Oi.

- Olá! Ih,vejo que não está bem, você quer ir lá para casa mesmo?

- Por favor, eu não aguento mais, eu não posso ficar mais em casa

- E para onde irá depois?

- Não sei. Qualquer lugar que não seja lá pra casa.

- Como estão você e Aty?

- Indo, ele quer que eu vá morar com ele, mas não quero.

- Não te recomendo ir. - Novamente o medo assombrou Simon - Por favor, não vá.

- Porque você fala isso?

- Motivos passados, Erty;

- Vocês já se envolveram?

- Nunca, mas Aty namorou um amigo nosso.

-E o que aconteceu com ele?

- Não respira mais.

- Você acha que Aty fez algo?

- Não sei dizer, Lynt viveu recluso, depois que começou com Aty, você sabe muito bem como ele é! Ou vai me dizer que já não percebeu que ele está querendo te afastar de nós?

Erty fez silêncio, por vários encontros ele foi privado de ver seus amigos, há 6 meses ele percebia que estava sendo impedido de encontrar seus amigos, guardou as palavras de Simon e recolheu sua mente, ele precisava descansar, quando acordou percebeu que seu telefone tinha várias chamadas perdidas de Aty, por um dia ele ignorou, após o almoço Torus chegou, trocaram olhares, conversaram sob o parapeito, até Aty chegar, quase esmurrando o portão, adentrando com agressividade, Erty estava na varanda

- Qual motivo de você não atender o telefone?

Eu não estou bem - disse Erty, quando Aty aproximou

- E por quê não me procurou?

- Você estava na faculdade!

-Não importa, vamos embora. - Aty pegou o garoto pelo braço, puxando-o

- Opa, Opa, Opa! Que putaria é essa no meu portão? Tá pensando que aqui é o Cabaré da sua mãe, Aty?

- Calado Simon, você deveria ter levado pra minha casa.

- Quem é você pra dizer o que eu deveria fazer ou não? Solte-o, ele vai apenas se quiser.

- Ande pegue suas coisas, vamos embora.

- Aty... - O garoto já sentira medo novamente - Eu...

- Ande logo, Erty, antes que eu me estres... - Antes de finalizar Aty sentiu seu peito doer, um soco empunhara no seu tórax. - Ta louco Simon?

- Não, to cansado só. Você tá tratando esse menino como um pedaço de carne barata, só come e arrota, quem você está pensando que é Aty?

- Eu sou a única pessoa que está do lado dele, eu sei dos seus interesses Simon, e também dos seus Torus - Aty disse olhando por cima, diretamente aos olhos de Torus.

- Erty, você tem certeza que vai com ele? Você não precisa disso!!

- Erty, por favor, eu quero cuidar de você.

Erty olhou para Simon, ele não queria ir, olhou para Torus que balançava a cabeça em negação, mas o medo e terror tomou conta do seu coração.

- Eu vou.

- O QUÊ? - Simon surtou

- Desculpa Simon, eu preciso ir, você não vai entender. - Entrou, pegou sua mochila e saiu, no caminho Aty desferiu todas as piores palavras, causando mais medo em Erty, quando chegou no apartamento, o ódio deu lugar a lascividade, em pouco tempo retirou a roupa do garoto, tomando seu corpo de forma enérgica, sem questionar se o mesmo desejara, aguçou a carne de Erty e se esbaldou sobre o corpo inerte... No fim, Erty saiu para o banheiro, esfregando seu corpo, derramando lágrima, sem entender o por que daquilo, não foi a primeira vez que foi usado. 

CarmionOnde histórias criam vida. Descubra agora