Grande Ilha

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Grande ilha
Que o vento bate rebate e alivia
Na alma de alguém que mal acredita ter vida
Mas quão grande seria essa ilha, se seus olhos não enxergaria?

Seria grande como teu sonhar
Teu pensar mesmo que hoje ausente está
Como subjacente do amanhã
Contra o futuro prolongado na expansividade dos motivos
Viva ali sem saber o que quer
Deseja sobretudo a vida, o mundo e não só mulher

Pois que o ser não se habita em carne extinta
Como podridão de desejos
Sem alma vejo
Quem procura em um beijo aquilo que nem Freud encontrou nos becos
Entrelaçados e escuros, quem se via cheio de ideias hoje se vê sem rumo

Acredita estar exausto
Do que mais acreditava animar
Cansou de querer ser e é apenas alguém sem poder entender
Sonhou todos os dias e hoje sonha com a alquimia
O que diz ser que seus pensamentos seriam
De mal para o bem como o ser que cria
Seus conceitos de maldade mal vistos
Mais do que pensamentos negativos
Transforma e conforma-se que o bem há de prevalecer um dia

Como quem acredita na vida vivida
O equilíbrio não seria a chave de todo o resolver
Seria a incapacidade de se exaltar
Desacreditar acreditar em tudo pois o que se diz equilibrado é pouco absurdo
Que diz ser justo, mas vive de pouco amor ou não muita dor
É obscuro julgar sem observar o puro não puro sem cor

E aquele vento levou
O pensamento que viria
Toda manhã por longos dias
Filtrou, respirou e concentrou
Diz ser capaz e se manteve disposto
A mudar o que não sabe
A viver sem pular partes
A sonhar sem se quer fechar os olhos
Acredita que um dia há de encontrar o que falta
Sem saber o que é e o que quer
Sabe que a vida é mais difícil e por isso existe a fé

    — G. Andrade

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