Tesh e Daniel
Era dia de São Valentim.
Pensou Tesh caminhando nervosa pelos corredores. E Daniel não havia demonstrado nenhum sinal de que sabia sobre a data. Aquele bastardo. A Duquesa havia planejado seu presente para o marido desde o ano anterior, queria que fosse memorável e com a ajuda de suas cunhadas, sogras e das meninas o presente para Rutland - assim como aqueles destinados aos outros cavalheiros da família - já estava em seu devido lugar.
E ela, como diria Charlotte, arrancaria os dedos do pé dele se ele esquecesse aquela data Não iria remover as jóias masculinas dele, claro que não. Afinal aquilo iria privar ela de uma atividade muito deliciosa. No entanto os dedos do pé..
Ela certamente poderia conviver com um marido sem os 10 dedos do pé convencionais.
E agora, para piorar, ONDE ESTAVA AQUELE HOMEM?
E todos os outros homens da família?
As damas não estavam juntas, as famílias haviam se separado para seus respectivos lares por todo o Reino Unido, e alguns fora dele. Cassy e Richard iriam para Ickwort House com os filhos, no entanto depois de muitos argumentos bem colocados - e Ekaitlen implorar ao pai com todo seu charme e influência de filha mais velha menina - conseguiu ficar em Londres. Nocthus, o caçula, foi com os pais para a residência ancestral.
O jovem amava aventuras, mesmo que já conhecesse todo o terreno da propriedade, isso não o impedia de procurar por algo pior para se fazer e - muito possivelmente - para colocar o pescoço em risco.
Não conseguiu deixar de sorrir ao lembrar de seus sobrinhos, que depois de muito discutir com os pais conseguiram convencer Hoppy e Phil a realizarem uma viagem até as terras brasileiras. Daniel precisara se retirar para o Castelo de Belvoir por conta de assuntos relacionados aos arrendatários e com ele, obviamente foi-se com ele, a exceção de Ella, que preferira permanecer em Londres, pelo mais óbvio motivo de que Will ficaria lá para acompanhar o pai com algumas funções e não poderia viajar. E também para administrar tudo relacionado a algo muito mais segredoso do que festas e saraus.
Isso deixava a Duquesa apenas com seus outros três filhos, seus tesouros preciosos, a mais nova, Lynaith, cujo nome fora escolhido em uma pequena homenagem a sua mãe, fizera seus dezesseis anos havia poucos meses e era uma jovem extasiante.
Mas apesar de toda a sua satisfação pela plenitude de sua família, ela queria, precisava, saber onde maldições estava Daniel.
O escritório? Limpo. Ainda se lembrava do cômodo perfeitamente arrumado, apesar dos papéis espalhados sobre a mesa, estavam do exato modo em que se encontravam no dia anterior. Já passavam das onze horas, e o Duque sumira. Nenhum dos criados parecia saber onde se enfiara seu marido. Em uma toca de coelho, só poderia ser!
Ela esperava que fosse uma toca muito bela, pensou resmungando indo para a biblioteca, não poderia fazer uma surpresa de dia de São Valentim sem seu marido. Tesh sorriu, pensando em como ele ficaria surpreso ao receber o presente, mandara fazer especialmente para a ocasião, fora um trabalho absurdo conseguir reunir todos os tons corretos e todas tiveram de ajudar, mas afinal conseguiram.
Ele ficaria surpreso, disso tinha certeza, e, certamente, possivelmente, provavelmente, gostaria da surpresa.
Seu marido era ótimo com surpresas E preparar uma adequada a ele não era um trabalho simples, pois por mais engenhosa que fosse, não conseguia se antecipar a Daniel e seus atos ousados e monumentais.
Tesh riu consigo mesma percebendo o quanto aquilo era literal, seu pedido de casamento era apenas uma das provas daquilo.
Passeando entre as prateleiras Tesh sorriu encarando aquelas estantes e as lombadas dos diversos livros. Foi em uma biblioteca, não em sobre um pôr do sol com pétalas de rosas ou com um cavalo branco, mas com aquilo que ela mais amava que seu Duque lindo e sensual a pediu em casamento. E agora lá estava ela, no solar ancestral da família dele. Da família deles. Tesh riu consigo mesma. Anos de casamento e ainda era difícil de crer que de fato aquele homem incrível lhe pertencia.
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Nossas Apaixonadas Mulheres
Ficção HistóricaO amor é celebrado a cada ano, e para essa família, todos os dias são dignos de grandes declarações, as vidas desse clã se resumem a prolongar a felicidade uns dos outros, ao lado daqueles que amam. No entanto, há muitos anos foi criado um feriado e...