capítulo 20

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Acordo algumas horas depois com um barulho alto de gemido, levanto devagar pra não fazer barulho até por que eu não sei o que esta acontecendo, assim que chego na sala meu coração se parte ao ver o Mat em posição fetal e com rosto distorcido e molhado por lágrimas que insistem em cair, não sei o que aconteceu mas ele dormiu com a luz e a televisão ligadas, desligo a televisão e olho novamente para o Mat logo ele começa a soluçar, olhando ele assim tão indefeso tão frágil me parte o coração logo ele que é sempre tão forte sorridente, me lembra muito de mim, não sei se o Mat esconde seus demônios como eu escondo os meus e por mais que pareça loucura eu sei exatamente como ele se sente, eu sei como é sorrir o dia todo e levar alegria para os outros sendo que por dentro você esta totalmente quebrado e quando você deita e acha que vai dormir e esquecer de tudo, é a hora que as lembranças mais tentam nos dominar e nos levar para o fundo do posso, pois por mais que a gente tente não tem como esquecer de alguém querido que se foi, de alguém amado que você gostaria e talvez trocaria tudo para telo ao seu lado pelo menos uma vez só pra dizer que ama e que sente muito por tudo, e isso não chega á ser a parte pior. A parte pior é sonhar com alguém querido que amamos e que já se foi e acordar e perceber que não tem mais volta que acabou e que tudo não se passou de um sonho bom ou de uma lembrança do que não podemos ter. Me aproximo dele bem devagar e me ajoelho perto do seu rosto passo as mãos por seus cabelos e enxugo as lagrimas que ainda rolam em seu rosto, ele se encolhe mas continua com os olhos fechados.

- Mat! Ta tudo bem é só um sonho eu estou aqui.

ele abre os olhos bem devagar olha para o meu rosto e me abraça, seus soluços começam a ficar mais altos.

- fica calmo vai ficar tudo bem eu sei que dói mas vai passar.

nós ficamos assim abraçados por um bom tempo até que ele se acalma e se senta no sofá e eu faço o mesmo.

- Quer me falar o que aconteceu?

Ele continua calado olhando para o chão como se estivesse tentando ganhar coragem para dividir algo muito intimo.

- Tudo bem eu começo então. há alguns anos atrás eu perdi meus pais em um acidente, o motorista do caminhão estava bêbado e bateu no carro dos meus pais, eles morreram na mesma hora, eu sei que eu nunca falei nada pra você sobre minha família mas foi por que naquele dia eu perdi todos que eu amava naquele dia minha alma foi quebrada, eu tenho duas irmãs que são gêmeas comigo, naquela noite eu procurei uma delas para falar o que tinha acontecido e para me apoiar na hora que fossemos reconhecer os corpos dos nossos pais, mas não consegui falar com nenhuma delas, então resolvi ir falar com a única pessoa que eu achava que poderia confiar que era meu namorado, eu achava que a gente se amava e que nos importavam um com outro então fui até a casa dele quando cheguei lá estava tudo fechado e escura mas ele tinha ligado e pra e falado que estaria em casa estudando então eu toquei na maçaneta e a porta estava aberta então eu estrei, eu sabia que tinha algo errado eu sabia que eu não deveria entrar mas eu entrei e fui direto ao seu quarto pois sabia que ele só poderia estar lá, eu fiquei tão surpresa com o que eu vi que naquele momento nem eu sabia o que sentir além de raiva, minha irmã estava nua nos braços do meu namorado, e o pior é que minha outra irmã também sabia tudo foi um plano deles só por que diziam que eu era a certinha da família e que meus pais me preferiam por isso, naquele momento todos que eu amava morreram pra mim, eu sai daquele lugar com o meu coração quebrado em mil pedaços, depois enterrei meus pais e fugi de tudo e de todos até hoje eles me procuram mas eu faço de tudo para que ninguém me encontre na verdade eu gostaria de esquecer que eles existem, mas não posso todas as noites eu sonho com a perda dos meus pais e com o sorriso da minha irmã e do meu ex namorado ao dizer que eles sempre estavam juntos. Sabe Mat essas coisas deixam marcas na gente marcas que nem o tempo pode apagar, e eu sei como é difícil de acreditar em alguém depois que somos quebrados por quem amamos, também sei como é difícil perder pessoas que amamos pessoas que deveriam estar sempre ao nosso lado, e por mais que seja difícil a gente tem que se dar uma chance, e eu sempre estarei para te ouvir.

Ele me olha nos olhos e posso ver duvidas, cansaço e esperança, e então ele suspira profundamente antes de começar a falar.

- Eu e meu irmão sempre fomos muitos apegados era tipo eu e ele contra o mundo, talvez seja pelo fato de nossos pais terem sumido quando nós éramos pequenos e termos sido criados pela nossa vó, por isso prometemos que sempre cuidaríamos um do outro, mas tudo mudou quando conhecemos a Luisa uma garota linda de cabelos loiros olhos verdes e sorriso marcante, ela me entendia como ninguém, ela tinha um brilho especial que chamava a atenção de todos por onde passava, e não demorou para meu irmão também cair em seus encantos e dali em diante começamos a brigar, ele sempre estava por perto tentando seduzi-la e o pior que ela sempre estava dividida entre nós dois, mesmo namorando comigo um dia nós fomos para uma festa e o Martim também estava lá eu não me importava muito desde que ele não chegasse perto dela, eu sabia que tinha algo errado com os dois, eles tinham começado a se olhar diferente e ela estava mais distante, naquela noite eu bebi muito mesmo ela pedindo para eu parar mas eu não parei continuei bebendo, e ela foi dançar uma musica animada com suas amigas, ela estava feliz sorridente e eu fiquei feliz por ela estar se divertindo e fiquei apenas observando ela dançar, mas logo a musica acabou e começou a tocar uma bem romântica todas ao seu lado estava com seus pares, eu levantei do meu lugar e fui em sua direção e ela começou a sorrir da forma que eu amava, um sorriso doce e caloroso. Meu irmão passou por mim e ela ficou olhando pra ele com o mesmo sorriso, e foi ai que eu percebi que aquele sorriso não era para mim. Eu fiquei parado olhando os dois dançarem sem querer acreditar no que estava acontecendo, e quando a musica acabou foi ai que meu pesadelo começou, ele beijou ela e o pior é que ela correspondeu na mesma paixão, eu estava muito bêbado mas mesmo assim eu amava os dois e se isso significasse a felicidade deles eu esqueceria dela então eu virei as costas e sai da festa, quando eu estava chegando na minha moto a Luisa me abraçou por trais eu tirei seus braços de mim e me virei para encarar seu rosto e saber o que ela queria, ela me pediu perdão falou que me amava e que foi um erro e pediu pra ir embora comigo mas de taxi pois eu estava muito bêbado, eu sabia que ela estava mentindo e que estava falando aquilo só pra eu não ir embora de moto, ela sempre tinha medo quando eu saia bêbado pilotando, mas eu não me importava eu sabia o que estava fazendo então mandei ela ir embora mais o Martim mas ela se recusou, ela não devia ter feito isso. eu peguei o capacete e entreguei para ela logo nós ja estávamos na rodovia e todas as vezes que eu lembrava das mãos do Martim em cima dela eu acelerava mais a moto, ela me pediu pra ir devagar ela me implorou pra ir devagar Aurora mas eu não escutei e acelerei mais, quando estávamos chegando em um cruzamento o sinal ficou vermelho e eu não consegui parar e um carro bateu na gente, nós fomos arremessados eu bati em uma arvore e ela no poste eu fiquei desesperado quando vi uma enorme poça de sangue ao seu redor mas não conseguia me mexer, e logo depois eu perdi a consciência. Acordei depois em um hospital fiquei três meses em coma e quando acordei descobri que a Luisa estava morta, eu matei ela Aurora foi minha culpa se eu não tivesse pegado aquela moto, e ido para casa de taxi ela estaria viva talvez não estivesse comigo mas estaria viva, e todos os dias eu sonho com ela depois com todo aquele sangue ao seu redor, eu não pude ir ao seu enterro, eu...

Ele para de falar e começa a chorar de novo e a repetir que tinha matado ela logo suas mãos começam a tremer e eu sei que ele está muito nervoso, em todo momento em que ele contava a historia seus olhos transmitiam toda a dor em que essas lembranças causavam nele, o Mat sofre muito essa ferida ainda esta tão aberta nele que meu coração dói e a única coisa que consigo fazer é abraça-lo, enquanto lagrimas escorrem pelo meu rosto.

- Ta tudo bem Mat eu estou aqui.

eu afago os seus cabelos com carinho, e beijo sua bochecha. O Mat é como um irmão pra mim e ver como ele esta sofrendo e sozinho á tanto tempo dói em mim também.

- Deita Mat eu vou cuidar de você.

Ele deita no meu colo, e eu faço uma coisa que eu não faço há muito tempo, eu canto a musica que minha mãe sempre cantava pra mim quando eu estava triste enquanto afago seus cabelos logo ele fecha os olhos e adormece, não demora muito e eu adormeço sentada naquele sofá consolando o meu melhor amigo e irmão não de sangue mais de alma.

MAIS UM CAPITULO POSTADO COM SUCESSO, ME DESCULPEM PELOS ERROS E ESPERO QUE TENHAM GOSTADO NAO ESQUEÇAM DE VOTAREM E COMENTAREM, E SE CIUDEM. BEIJOS DA KAH E ATÉ A PROXIMA.

Is It Love? AdamOnde histórias criam vida. Descubra agora