Nas supostas salas de tortura, o visitante poderia pagar para assistir vítimas que foram sequestradas sendo torturadas, estupradas e, por fim, assassinadas, tudo acontecendo em tempo real. A prática funcionaria como um comércio, onde você usaria bitcoin ou outro tipo de moeda criptografada para observar o crime brutal.Existem diversos relatos de usuários que viveram experiências nas tais Red Rooms. Apesar da grande popularização da teoria, Daniel Barbosa, especialista em segurança da informação da ESET, declarou em entrevista ao portal Canaltech que "não existem comprovações da existência real dessas salas". O que possivelmente é o mais perto da verdade, são sites que oferecem serviços da sala de tortura apenas para conseguir extorquir as vítimas
Na percepção popular, red rooms - ou "salas vermelhas", na tradução literal - são cômodos normalmente encontrados em zonas de prostituição para que duas (ou mais) pessoas tenham relações sexuais. Dentro da cultura popular, elas receberam várias versões, todas aferindo à cor em questão: a cidade de Amsterdã, na Holanda, tem o Red Light District (o nome real do bairro é De Wallen, mas poucos conhecem ou ligam para esse detalhe), o "Distrito da Luz Vermelha", onde boates que oferecem sexo em troca de dinheiro estão localizadas.
Mas há um uso do termo que, embora tenha forte conotação sexual, é bem mais nefário do que suas contrapartes: as red rooms da dark web - a internet como poucos a conhecem - constituem uma lenda urbana do universo conectado. Todo mundo já ouviu falar de um cara que tem um amigo que é sobrinho do primo de um outro sujeito que, juro por Deus, entrou em uma red room. O problema: elas teoricamente mostram transmissões ao vivo de estupros, torturas e assassinatos de vítimas sequestradas e submetidas ao entretenimento doentio de usuários pagantes.
É algo fantasmagoricamente assustador, que bebe do conceito dos "filmes snuff" de antigamente, igualmente mitológicos: snuffs eram filmes pornô onde o sexo era violatório e abusivo, com fortes traços sadomasoquistas, e que acabavam na morte da participante. Em forma resumida: estupro seguido de tortura e finalizado com assassinato. Filmado. Gravado. Supostamente comercializado.
Contos da luz vermelha
São várias as histórias que giram em torno desse tema, mas a de maior destaque é talvez aquela que tenha até dado origem ao mito das salas vermelhas: um grupo de pessoas alegou, nos vários canais de comunicação da dark web, ter capturado terroristas do Estado Islâmico, prometendo torturar e matá-los em uma sessão transmitida ao vivo na chamada ISIS Red Room. A ideia é a de que isso seria uma espécie de exibição rotineira (outros relatos similares dizem que seria apenas uma única apresentação).
A suposta transmissão foi cortada pouco antes de começar e a dúvida sempre permaneceu no ar se o que estariam os espectadores próximos de ver seria algo real. Hoje, porém, a história é recontada com várias edições, na maioria dos casos oferecendo links e formulários para golpistas roubarem dados ou minerarem bitcoins dos computadores de usuários desavisados.
As dúvidas sobre isso são pertinentes porque, ao contrário do que dizem a maioria das páginas que se prezam a explicar o mito das red rooms, esse conto não envolveu atividade sexual de qualquer forma. O que, para muita gente, configura uma mentira.
Outro caso, este sendo geralmente referenciado por pessoas que acreditam na existência das salas vermelhas, é o de Peter Scully, um pedófilo atualmente preso nas Filipinas por filmar e postar na dark web um vídeo dele e uma companheira feminina torturando, abusando sexualmente e matando uma garota de 12 anos. O vídeo, intitulado Daisy's Destruction, é real e foi publicado na página No Limits Fun ("Diversão sem Limites", na tradução direta). Os restos mortais da criança foram encontrados tempos depois em uma casa de propriedade de Scully.
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Deep Web - O verdadeiro horror
HorrorO que você lerá a seguir é uma creepypasta, ou seja, uma lenda urbana moderna difundida pela internet, por fóruns, e-mails e redes sociais. Normalmente podem ser fictícias, sem provas ou fontes confiáveis, ficando assim apenas como um conto de terro...