UM

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MARIANA CORRÊA

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Já haviam se passado alguns dias desde a ligação do meu irmão, fico cada vez mais ansiosa com minha ida a sua casa, podem acontecer tantas coisas — sim, mamãe deixou que eu fosse.

Graças ao meu pai, viajo amanhã cedo para o Rio. Papai é um cara tão tranquilo que não tive o menor trabalho de pedir  a permissão dele, já não digo o mesmo da minha mãe...

Enquanto colocava as últimas peças de roupas na minha mala de viagem, me assusto com a figura da minha mãe escorada na porta, com cara de cão sem dono.

— Tem certeza que quer ir mesmo filha? E se acontecer alguma coisa? —  faz sinais com a mão — E se um traficante te sequestrar e te deixar careca?

— Deus me livre guarde, mãe, olha as coisas que você fala — gargalho — e por que um traficante me sequestraria? Eles já são ocupados o suficiente tendo que resolver os negócios deles.

— Você não ficou sabendo? — minha mãe diz indignada — Esses dias um grupo de meninas foram sequestradas por uma facção, foram confundidas com informantes da facção rival

Engasgo com a minha própria saliva, deus me livre ficar sem meu cabelo — Cruz credo, mãe!

— Tô falando, Mariana.

— Que traficante diferente, tem tempo pra perseguir adolescente — debocho.

— Vai falando sua tonta, daqui a pouco você que aparece careca. E eu vou dar risada da sua cara — a louca da minha mãe começa a rir.

— Obrigada pela parte que me toca — recebo um tapa no braço em resposta— Ai, mãe!

— Tô falando sério! Se eu fosse você não corria o risco — brinca e me abraça, fazendo carinho no meu cabelo — só não quero que nada de mal aconteça com a minha filha. Sabe que eu te amo não é?

— Sim, eu sei — retribuo o abraço — também amo você.

Ficamos mais um tempo juntas, porém minha mãe tinha que resolver umas coisas do trabalho e saiu me deixando a vontade para arrumar minhas coisas.

Fiquei pensando em como eu era sortuda por ter a família que tenho, mamãe pode parecer maluca as vezes — ou na maior parte do tempo — porém, nunca deixou de ser una boa mãe por causa disso. Sempre faz o possível para me apoiar e compreender.

Já meu pai... Ah, ele é um cara mais sossegado não é de falar muito, mesmo sendo um pouco distante ele é um bom pai, do jeito dele mas é. Agora o Breno, ele é a cópia perfeita do papai, desde a tendência a cometer burrice ao jeito de ser! A única coisa parecida que tem com a mamãe é o pavio curto, os dois perdem a paciência muito rápido.

Já eu acho que sou uma mistura dos dois, mesmo com todos dizendo que sou idêntica a minha mãe, tenho um pouco da personalidade do papai também. Minha família não é perfeita — e estava bem longe de ser —, mas a amo desse jeito mesmo.

A única coisa que me entristece é a distância do meu irmão, tenho medo dele formar sua família por lá e não nos incluir no plano. Imagina que horror ser a tia que aparece só nas festas, e meu sobrinho me achar chata por tentar forçar uma intimidade que nós não temos.

Dei uma conferida nas malas, visto que tudo estava em ordem, as fechei e coloquei num canto do meu quarto. Amanhã o dia vai ser longo...

Me assusto quando meu pai entra no cômodo e coloca as mãos sobre meus ombros. Acabei dando um gritinho de susto, fazendo meu pai gargalhar.

— Calma, sou eu — diz ainda rindo.

— Que susto, pensei que era gente! — zombo.

— Engraçadinha.

— Veio me dar um sermão sobre ser responsável? — pergunto sem pensar e me xingo mentalmente.

Eu e essa minha mania de falar o que me vêm a cabeça. Quem é a Maisa perto de mim?

— Não preciso falar sobre algo que você já é. Além do mais, é muito mais fácil te pedir pra cuidar do Breno. Só vim ver como minha filha estava.

— Hum, pensei que ia dizer sobre ter cuidado com os garotos, usar camisinha e coisas do tipo.

CALA A BOCA MARIANA, TU É MUITO SONSA - meu subconsciente grita.

— Garotos... — meu pai diz pensativo — pensei que sua vibe fosse outra, de qualquer forma, não preciso me preocupar. Divirta-se com seu irmão. — deu um beijo na minha testa e saiu me deixando aos surtos

Engasgo com minha própria saliva, não acredito que ele disse isso. Eu não gosto de pensar na minha sexualidade, é una área que prefiro deixar num canto escuro do meu interior.

Mesmo quase tendo beijado uma garota a anos atrás, prefiro não tocar no assunto. Foi uma experiência traumática na minha vida.

O lado bom é que tenho uma boa história pra contar. Quando chegou o dia de sair com ela, amanheci menstruada e com o olho vermelho.

Tive que ir no médico por causa do olho e fiquei morrendo de vergonha por estar naqueles dias.

Moral da história, permaneço bv até hoje.

Por que isso é tão complicado?

✿✿✿

Ai gente, finalmente coloquei o pai da mariana, tinha esquecido do coitado kkkkkkk

Não desistam de mim, estou pensando em começar a postar todo domingo, l que acham?

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Passem álcool gel e não saiam de casa, ok? Bom dia|tarde|noite pro cêis

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