Alpha Leonis - Régulus Black [HIATUS]

00| Prologue

❝— No fundo de um buraco, acontece de descobrir-se as estrelas.❞

Escondida e encolhida em um canto da torre de astronomia estava Alysson Fair, ela tinha seu rosto molhado por lágrimas, olheiras e vermelhidão em seus olhos. Quem conhecia aquela garota dona de uma beleza estonteante não a reconhecia nos últimos dias, ela andava irritada e avoada, sua aparência estava um tanto quanto deplorável e até mesmo seu desempenho nas aulas havia despencando, ninguém entendia o motivo, mas também não se importavam o suficiente para procurar saber e ajudá-la.

Andando apressado pelos corredores de Hogwarts em direção a torre de astronomia estava Régulus Black, ele possuía uma expressão sombria e irritada em seu rosto, e não era para menos afinal ele tinha acabado de sair de mais uma discussão com seu irmão mais velho, Sirius Black, ele e Severus Snape haviam esbarrado com os marotos acidentalmente e como sempre eles zombaram com a cara do sonserino, Régulus já não estava em seu melhor humor no momento e acabou discutindo com Sirius ao tentar defender Snape.

A torre de astronomia era o segundo lugar favorito de Régulus em Hogwarts, sendo o primeiro a biblioteca, lá ele podia observar as estrelas em silêncios, apenas ele e seus pensamentos sem contar a visão incrível. Régulus abriu as portas da torre e andou em direção as grades se apoiando nelas, ele não tardou a olhar as estrelas que brilhavam fortemente naquela noite, ele sentiu um arrepiou percorrer todo o percurso de sua espinha e instintivamente se virou para trás, não havia nada, Régulus suspirou cansado enquanto passava a mão nervosamente pelos cabelos, mania que havia pegado de seu Sirius quando eles ainda se falavam.

No momento em que Régulus ia se virar novamente ele a viu, uma sombra de uma pessoa aparentemente sentada, abraçada as próprias pernas e então ele a reconheceu, era a sonserina que tinha o nome na boca dos alunos ultimamente, ele já tinha a visto andando por aí e tinha que concorda, ela andava muito estranha, pelo jeito que ela estava Régulus deduziu que ela estivesse chorando, foi então que uma dúvida começou a rondar sua mente, ele deveria ir falar com ela ou fingir que não a viu?
E com mais um suspiro cansado ele decidiu que iria falar com ela, decidiu pensando que não mudaria nada em sua vida.

E como estava enganado.

Régulus se aproximou de onde Alysson estava e se sentou no chão ao lado dela, a loira levantou um pouco sua cabeça para ver quem havia se sentado ao seu lado.

— O que você quer? — Perguntou Alysson com a voz abafada.

— Nada, vi você chorando ai sozinha e pensei que talvez quisesse conversa —Respondeu Régulus dando de ombro.

— Não estou chorando, é a chuva — Disse ela fazendo Régulus a olhar confuso.

— Não está chovendo — Respondeu ele olhando de relance para o céu, apenas para ter a confirmação do que ele já tinha certeza.

— Está sim, não vê? — Respondeu Alysson levantando a cabeça e olhando para o céu estrelado.

Foi então que Régulus entendeu, estava chovendo, mas não no exterior e sim no seu interior. Ele ficou a encarando por segundos indeterminados, o estado da garota era realmente estava deplorável.

— Então vai começar a falar ou não? — Perguntou ele começando a ficar intrigado, para deixa-la assim o motivo devia ser realmente ruim.

— Por que eu falaria justo com você? — Perguntou Alysson, mas não obteve uma resposta de Régulus.

— Se não quiser eu vou embora — Disse Régulus dando de ombros e ameaçando se levantar.

Alysson segurou o pulso de Régulus, sinal que era para ele permanecer ali. Ela tinha razão, ela não tinha nenhum motivo para confiar nele e se abrir, desabafar, mas ela precisava se abrir com alguém, precisava botar pra fora tudo o que a atormentava e aquele garoto tinha uma aura estranhamente acolhedora em volta de si, ela não entendia bem o porque, mas decidiu que confiaria nele.

— Eu não consigo dormir direito a dias — Começou, apoiando a cabeça em seus joelhos, ela ainda abraçava suas pernas.

— Isso eu posso percebe só de olhar pra você — Disse Régulus debochado, em resposta ouviu Alysson bufar.

— Se não consegue dormir procure a Madame Pomfrey, as poções dela são boas pra isso

— E acha que eu não tentei? Eu consegui a poção de sono mais eficaz que ela tinha, eles funcionaram, eu dormi, mas o cansaço não passou — A medida que Alysson falava sua voz ficava cada vez mais baixa e chororsa, Régulus a olhou curioso.

— Talvez seja cansaço mental e não físico — Supôs Régulus.

— Talvez seja...

Régulus encarou os orbes claros de Alysson discretamente.

— Então qual seria o motivo de seu cansaço? — Perguntou Régulus encostando a cabeça na parede atrás de si e olhando o céu.

— Tudo — Disse Alysson suspirando, ela entãi direcionou seu olhar para Régulus. — Você pode....me ajudar? — Perguntou ela incerta e insegura. Em um movimento involuntário Régulus assentiu com a cabeça.

Alysson fez algo que surpreendeu a Régulus, mesmo sendo um ato tão simples, ela levantou uma de suas mãos com todos os dedos abaixados exceto o mindinho, ela queria um juramento de dedinho.

— Você jura que não vai contar nada do que ouvir para ninguém? — Perguntou Alysson olhando intensamente para Régulus.

Aquele olhar intenso sobre si, fez os pelos de seu corpo se arrepiarem, mas manteve sua expressão neutra.

— Juro — Respondeu entrelaçando o seu dedo mindinho ao de Alysson.

Seus dedos entrelaçados foram envoltos por uma fina aura dourada.

— O que foi isso? — Perguntou Régulus com os olhos arregalados enquanto olhava seus mindinhos entrelaçados.

— É um feitiço antigo, tem a mesma finalidade do feitiço fidelius, você será azarado caso conte algo que eu lhe contar para alguém sem a minha permissão e obviamente o mesmo vale para mim, então se quiser desabafar pode contar comigo, ah e não se preocupe não corremos risco de morte — Explicou com um fraco sorriso em seu rosto — Eu acho — Completou mentalmente.

— Tudo bem então.... — Respondeu incerto desviando o olhar e desentrelaçando seus mindinhos. Alysson limpou suas lágrimas com a mangá de sua blusa e se encostou na parede. — Então o que você quis dizer com tudo? — Perguntou Régulus com um tom de voz calmo e baixo.

— Literalmente tudo, família, escola, futuro....tudo — Respondeu Alysson cabisbaixa.

Régulus abaixou a cabeça levando uma de suas mãos a nuca e logo em seguida suspirou, ao que parece aquilo era mais problemático do que ele havia imaginado.

Régulus não tinha ideia, mas ele havia acabado de entrar em um buraco tão fundo que não era possível enxergar o seu final.