Eight // Luna

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A casa estava um loucura, começaram os preparos para o casamento, que será daqui três dias. Como nossa casa era grande o suficiente, e alugar um salão seria um custo desnecessário, eles decidiram fazer tudo em casa, então havia gente de tudo quanto é empresa entrando e saindo o tempo todo. Os meninos, cada um em um canto comprando ou checando alguma coisa, eu e Margô recebendo as empresas e explicando onde as coisas deveriam ficar, eu estava exausta com tanta coisa acontecendo, parecia até o casamento real.

Por volta das 12hrs nós demos uma parada para podermos comer. Meu estômago clamava por um pedaço de qualquer coisa que pudesse matar a minha fome, então eu e Margô fomos para um restaurante que tinha perto de casa, já que era impossível fazer qualquer coisa na cozinha.

- Então, como está se sentido? -Perguntei após fazermos nossos pedidos.

- Eu não sei. A ficha não caiu ainda.

- Está consciente de que vai se casar com o meu irmão, né? -Ela ri.

- Sim, isso está bem nítido para mim.

- Isso é loucura.

- O quê?

- Tudo isso. Você se casando, nós nos tornando profissionais em nossos trabalhos. Quando imaginaríamos isso?

- É uma loucura mesmo. Os últimos anos passaram tão rápido, todos nós crescemos muito.

- É assustador.

- É sim. Falando em passado... -Ela fez uma pausa para ver minha reação- Ficou sabendo que o Hayes terminou?

- Nash me contou.

- Você tem alguma coisa haver com isso?

- Até você?

- O que?

- Olha, eu sei que eu passei todos esses anos sozinha, e, talvez, o fato de eu nunca ter achado alguém que me fizesse sentir, como o Hayes fazia, tenha sido um dos motivos para isso acontecer. Mas eu dediquei todo o meu tempo para me tornar quem eu sou, não me fez falta alguém do meu lado, entende?

- Eu sei. Entendo que o seu foco sempre foi o futuro, e te admiro por isso, por nunca ter dependido de ninguém. Mas de volta para casa, Hayes ainda está por ai, não sente falta dele?

- Eu não sei... -Bufei- Eu sinto falta de todos vocês. Eu não sei mais se a falta que eu sinto por ele, é tão diferente da de vocês.

O garçom nos interrompeu e entrgou nossos pratos. Ele se desculpou e se retirou, em seguida.

- Você não sabe mais qual sentimento tem por ele?

- Exato. Eu tive muito tempo para pensar em Connectcutt, e até eu terminar a faculdade, eu tinha em mente voltar para casa e ficar com ele. Mas, acho que depois que eu recebi a proposta para trabalhar lá, eu meio que me forcei a tirar ele da minha cabeça. Eu não podia esperar que ele me esperasse, sendo que eu nem sabia quando eu iria voltar, tanto que eu não voltei.

- Você ficou dois anos sem vê-lo. O que sentiu quando se reencontraram?

- Saudade. Mas não exatamente dele, de todo mundo, de ser normal encontrar com ele por acaso e saber que vocês estão me esperando em casa.

- Você ainda o ama?

- Eu sempre vou ama-lo. Ele foi tudo pra mim, por muito tempo.

- Mas...?

- Se ele realmente fosse tudo para mim para sempre, não teria sido tão fácil deixa-lo aqui.

- Mas não foi fácil.

- Eu sei que não. Mas eu já não sei mais, até que ponto da dificuldade, foi por causa dele. Entende?

- Sim. Desculpa tocar sempre nessa tecla, é que... Eu sempre tive a certeza de que vocês terminariam juntos.

- Eu também.

- A vida não é tão previsível quanto imaginamos.

- A vida é uma vagabunda. -Ela riu.

- O que importa é você estar feliz.

- Eu estou em casa, as duas pessoas que que mais amo nesse mundo vão se casar e meus amigos estão todos juntos. Eu não poderia estar melhor. -Nós sorrimos.

- Eu odeio o quanto nós crescemos.

- Parecemos duas tias, não é? -Ela concorda.

- Adeus doce juventude. -Diz dramática e eu rio.

°°°

-

Desculpe o atraso, perdemos a noção do horário. -Margo diz para a moça de uma das empresas que nos esperava na porta.

- Não se preocupe, já fomos atendidos. Esse é o último item.

- Será que Sammy já chegou? -Ela pergunta entrando na casa e eu a acompanho- Grier! Você é incrível.

- Eu sei, muito obrigado.

Ele já havia ajeitado tudo em seu devido lugar, o que poupou pelo menos uma hora da nossa correria.

- O Samuel ligou?

- Sim, ele estava com o Nash. Disse que deu tudo certo e o resto das coisas chegam amanhã.

- Ótimo. Acho que isso significa: mais nenhum trabalho por hoje. -Digo.

- Graças a Deus. -Margô se joga no sofá.

- Oi. -Hayes diz e sorri.

- Oi. -Faço o mesmo.

- Podemos conversar?

- Pode ser depois? Eu estou exausta. -Ele assenti- Obrigada.

Eu fui para o meu quarto, acordei muito cedo e meu corpo merece mais descanso. Não lembro nem de ter deitado na cama direito, eu apenas apaguei.

Remember Last  // H.GOnde histórias criam vida. Descubra agora