A casa estava um loucura, começaram os preparos para o casamento, que será daqui três dias. Como nossa casa era grande o suficiente, e alugar um salão seria um custo desnecessário, eles decidiram fazer tudo em casa, então havia gente de tudo quanto é empresa entrando e saindo o tempo todo. Os meninos, cada um em um canto comprando ou checando alguma coisa, eu e Margô recebendo as empresas e explicando onde as coisas deveriam ficar, eu estava exausta com tanta coisa acontecendo, parecia até o casamento real.
Por volta das 12hrs nós demos uma parada para podermos comer. Meu estômago clamava por um pedaço de qualquer coisa que pudesse matar a minha fome, então eu e Margô fomos para um restaurante que tinha perto de casa, já que era impossível fazer qualquer coisa na cozinha.
- Então, como está se sentido? -Perguntei após fazermos nossos pedidos.
- Eu não sei. A ficha não caiu ainda.
- Está consciente de que vai se casar com o meu irmão, né? -Ela ri.
- Sim, isso está bem nítido para mim.
- Isso é loucura.
- O quê?
- Tudo isso. Você se casando, nós nos tornando profissionais em nossos trabalhos. Quando imaginaríamos isso?
- É uma loucura mesmo. Os últimos anos passaram tão rápido, todos nós crescemos muito.
- É assustador.
- É sim. Falando em passado... -Ela fez uma pausa para ver minha reação- Ficou sabendo que o Hayes terminou?
- Nash me contou.
- Você tem alguma coisa haver com isso?
- Até você?
- O que?
- Olha, eu sei que eu passei todos esses anos sozinha, e, talvez, o fato de eu nunca ter achado alguém que me fizesse sentir, como o Hayes fazia, tenha sido um dos motivos para isso acontecer. Mas eu dediquei todo o meu tempo para me tornar quem eu sou, não me fez falta alguém do meu lado, entende?
- Eu sei. Entendo que o seu foco sempre foi o futuro, e te admiro por isso, por nunca ter dependido de ninguém. Mas de volta para casa, Hayes ainda está por ai, não sente falta dele?
- Eu não sei... -Bufei- Eu sinto falta de todos vocês. Eu não sei mais se a falta que eu sinto por ele, é tão diferente da de vocês.
O garçom nos interrompeu e entrgou nossos pratos. Ele se desculpou e se retirou, em seguida.
- Você não sabe mais qual sentimento tem por ele?
- Exato. Eu tive muito tempo para pensar em Connectcutt, e até eu terminar a faculdade, eu tinha em mente voltar para casa e ficar com ele. Mas, acho que depois que eu recebi a proposta para trabalhar lá, eu meio que me forcei a tirar ele da minha cabeça. Eu não podia esperar que ele me esperasse, sendo que eu nem sabia quando eu iria voltar, tanto que eu não voltei.
- Você ficou dois anos sem vê-lo. O que sentiu quando se reencontraram?
- Saudade. Mas não exatamente dele, de todo mundo, de ser normal encontrar com ele por acaso e saber que vocês estão me esperando em casa.
- Você ainda o ama?
- Eu sempre vou ama-lo. Ele foi tudo pra mim, por muito tempo.
- Mas...?
- Se ele realmente fosse tudo para mim para sempre, não teria sido tão fácil deixa-lo aqui.
- Mas não foi fácil.
- Eu sei que não. Mas eu já não sei mais, até que ponto da dificuldade, foi por causa dele. Entende?
- Sim. Desculpa tocar sempre nessa tecla, é que... Eu sempre tive a certeza de que vocês terminariam juntos.
- Eu também.
- A vida não é tão previsível quanto imaginamos.
- A vida é uma vagabunda. -Ela riu.
- O que importa é você estar feliz.
- Eu estou em casa, as duas pessoas que que mais amo nesse mundo vão se casar e meus amigos estão todos juntos. Eu não poderia estar melhor. -Nós sorrimos.
- Eu odeio o quanto nós crescemos.
- Parecemos duas tias, não é? -Ela concorda.
- Adeus doce juventude. -Diz dramática e eu rio.
°°°
-
Desculpe o atraso, perdemos a noção do horário. -Margo diz para a moça de uma das empresas que nos esperava na porta.
- Não se preocupe, já fomos atendidos. Esse é o último item.
- Será que Sammy já chegou? -Ela pergunta entrando na casa e eu a acompanho- Grier! Você é incrível.
- Eu sei, muito obrigado.
Ele já havia ajeitado tudo em seu devido lugar, o que poupou pelo menos uma hora da nossa correria.
- O Samuel ligou?
- Sim, ele estava com o Nash. Disse que deu tudo certo e o resto das coisas chegam amanhã.
- Ótimo. Acho que isso significa: mais nenhum trabalho por hoje. -Digo.
- Graças a Deus. -Margô se joga no sofá.
- Oi. -Hayes diz e sorri.
- Oi. -Faço o mesmo.
- Podemos conversar?
- Pode ser depois? Eu estou exausta. -Ele assenti- Obrigada.
Eu fui para o meu quarto, acordei muito cedo e meu corpo merece mais descanso. Não lembro nem de ter deitado na cama direito, eu apenas apaguei.
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Remember Last // H.G
FanficO mais estranho quando você reencontra alguém que conhecia na infância, é perceber como as coisas mudam.