Capítulo 3

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III

Por sorte, Josh conseguiu encontrar-se com Britney a tempo, ela ainda ia entrando em um táxi quando o seu velho amigo de vizinhança a chamou aos berros de longe. Ela o esperou e ambos saíram daquela cena de horror. Em uma das janelas do segundo andar, Maidan acompanhava às escondidas atrás da cortina azul petróleo com um inocente coelho em mãos os últimos corpos serem retirados da casa do velho morador.

Josh levou sua amiga até o portão e se despediu com um abraço seguido por dois beijos nas bochechas. Ao acordar no dia seguinte, após tomar banho, telefonou para Maidan:

Bom dia Maidan!

– Bom dia, meu amor! Como que você está?

– Estou bem… na verdade, quase bem. – ele dirigiu-se até a janela para melhorar o sinal. – E, as coisas por ai melhoraram?

– Digamos que sim. Meu pai voltou diferente, cheio de amor com todos, nos pediu desculpas e foi dormir com a minha mãe.

– Melhor, né? Ir para longe, não sei o que eu ia fazer para continuar contigo.

– Verdade. Mas tá tudo bem agora.

Josh tossiu cessando a ligação, mas logo falou novamente:

Porra! Mas que merda aconteceu na sua rua. E quanto a isso? O que decidiram fazer?

– Não sei Josh, minha mãe falou comigo que meu pai disse que vamos continuar por aqui. Até porque segundo informações passadas ao meu pai, o assassino deve ter fugido quando seu esconderijo foi descoberto.

– Hum… então, Maidan. Preciso desligar agora porque vou à corrida matinal, não posso perder meu desempenho. – ele sorriu, e a namorada nem tanto. – O quê houve amor?

– É que hoje de manhã eu encontrei o meu coelhinho morto dentro do vaso do banheiro.

– Mas como aconteceu isso? – perguntou Josh vestindo a blusa.

– Não sei. Acho que ele foi fazer algo que não devia e caiu dentro.

– Hum. Tem certeza que foi isso… sei lá. Vai que você o matou sem querer e…

– Mas que merda Josh! Você ainda está achando que sou um monstro?

– Não, cara. Não é isso.

– Ah, depois me liga que agora vou sair. Tchau! – Maidan desligou o celular. Josh arremessou o seu aparelho em cima da cama. E colocou a calça de malha e o tênis.

Antes de sair, ouviu a música de toque alarmando. Não ia atender, mas decidiu ver quem era. E na tela não tinha número, estava restrito. Mas ele decidiu atender:

Alô?! Quem é?

Do outro lado ele ouviu uma risada, e depois a voz da resposta:

Já se esqueceu de mim? Mas eu não esqueci o quê você fez comigo e com a minha família.

– Vá passar trote para a vaca de sua mãe seu filho de vadia! E não tenho tempo para ficar ouvin…

– Mas quem disse que isso é um trote. – o sujeito riu novamente. – Eu sei onde você mora e sei a sua casa. Sei de tudo, estou no seu encalço e quando você menos esperar, vou te encurralar e depois o esquartejar igual você fez com os meus pais.

– Ah, é o maluco do trem? Cara, eu faço questão de te esperar onde você quiser. Assim acabo com o último de vocês. Seus pais eram uns safados traficantes de drogas. Viciaram os meus amados e como eles não conseguiram pagar as dividas, simplesmente tiraram a vida dos coitados. Mas, de boa, eu me vinguei e só falta você.

– Você vai engolir tudo isso, seu safado. Eu te vi um dia antes de todos aqueles agentes do FBI tomarem àquela casa. O que você aprontava lá que te vi saindo de mansinho pela porta? Você matou o velho, e fez aquela ceninha de terror?

– Não te devo satisfações, faço o que eu quiser. – Josh desligou o celular. Mas logo o mesmo voltou a tocar. E dessa vez havia o número, mas Josh não o reconhecia. E atendeu:

– Alô?!

– Coisa feia desligar sem se despedir. – revidou o sujeito, aparentemente rival de uma discussão entre eles envolvendo a família de ambos. – Olha pela janela.

Josh voltou à vidraça e viu embaixo de uma árvore o sujeito que falava com ele usando um, sobretudo preto e se camuflava entre a sombra dos galhos.

Então, venha aqui e vamos acertar tudo. Preciso saber se a marca ainda está à vista em suas costas. – o sujeito sorriu, parecendo se recordar de alguma coisa. – Fiquei sabendo através de alguns passarinhos que você fez uma tatuagem para disfarçar a marca da besta. Josh, Josh, não se entra em seitas e simplesmente se sai sem dar boas explicações.

– Vá para o capeta, seu desgraçado! – esbravejou Josh e atirou o celular em direção ao sujeito, puxou a gaveta e pegou duas soqueiras de aço. Mas ao descer e chegar ao encontro, só viu a capa preta agarrada em um galho, e nela havia um bilhete dizendo:

“Você vai pagar por matar os meus pais, acabar com o nosso tráfico familiar e sair da seita sem se redimir.”

– Porra! Mas que merda. Pensei que tudo tivesse acabado, mas percebo que estou encrencado de novo. – falou Josh, estressado. – Será que ele viu o que eu fiz na casa do velho vizinho da Maidan antes que viesse acontecer aquela… merda de revelação?

Os SuspeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora