IX
Já era quase 00h25min quando Enzo estacionou o Camaro vermelho na rua vizinha à casa de Britney atrás de uma van preta. O lugar não era lá essas coisas, as casas não agradavam os olhos do loiro que as via e só ria. Da li adiante, ele viu três viaturas escoltando a casa de Britney. Mas só uma estava com as luzes acessa. Os outros agentes descansavam dentro dos veículos apagados iguais porcos roncando, mas logo trocariam para vigiarem e os outros dormirem.
– Como vou conseguir entrar nessa pocilga? – perguntou-se olhando para a rua interditada com faixas amarelas, e ao longe, viu que através da lateral da casa conseguiria entrar sem ser incomodado por agentes, todos estava em frente à mesma. E no segundo andar, a janela convidava-o aberta. – Maidan, sua malandra! – disse irônico ao ver uma corda ser lançada pela mesma.
Ele caminhou sem fazer barulhos aproveitando que vários carros por ali estavam estacionados e se aproximou da parede, agarrou a corda e começou a escalar, antes de se enfiar dentro da casa por meio da janela, observou se algum agente não o viu entrando ou se havia outro escondido lá dentro.
– Maidan? – chamou-a o mais baixo possível evitando alastrar o som. E ninguém respondeu. – Cacete! Onde essa garota se meteu?!
Não demorou muito e cacos de vidro sendo quebrado foram se propagando pelo corredor que vinha até aquele quarto. Enzo se arqueou e se escondeu atrás da porta, o brilho de uma lanterna apareceu ali, e um agente caminhou lentamente até parar na janela. Viu a corda e quando ia retornando para alertar os outros, sentiu dois golpes certeiros no pescoço. Enzo utilizou uma faca afiada e sentiu o sangue esguichando sobre si. O agente alvo e alto cambaleou se chocando contra as paredes e as mãos tentavam segurar o corte para evitar a morte por sangramento, mas não foi o suficiente. Ele caiu de costas e morreu inundando o quarto.
– Você vai para um lugar especial, seu maldito. – praguejou Enzo e o arrastou pelo corredor. – Agora é você maninha.
Duas horas da manhã, e nada de Enzo encontrar Maidan. Ele sentou-se em uma cadeira de uma mesa da cozinha e esperava sabe-se lá o que, olhava para o teto enquanto fumava o restante do cigarro de maconha. Eis, que, o piso embaixo da pia começou a tremer, e aos poucos se mover, e, logo, alguém saiu do buraco.
– Maidan? Psiu! Hey?
– Oi, Enzo! – ela respondeu um pouco mais exaltada e correu ao abraço, o irmão abraçou-a do mesmo jeito e disse:
– Você precisa ir embora! O governo está a sua procura.
– Mas não posso. Estão me acusando por algo que eu não fiz.
– Desculpe-me, mana. Mas você não me engana. Você matou Britney e os parentes de nossa amiga… porra, cadê o seu raciocínio?
– Eu não tive outra opção, eu ia morrer se não o fizesse. E… não é exatamente assim. Eu não matei…
– Você tem que ir embora. – sentenciou Enzo com a voz séria e direta. – Amo você, mas não quero te ver ser presa ou morta pelas mãos desses malditos agentes.
Maidan o empurrou e disse:
– Você está estranho, Enzo. – ela parou ao ficar próxima a geladeira, mas o seu irmão a seguiu em passos curtos. – Por que sempre está me dizendo para ir embora?
– Você não entende, não é? Mas breve entenderá tudo o que eu quis te passar, mas ai poderá ser tarde para pensar sobre.
– Eu não vou embora, ok?! – Maidan decretou decidida a não voltar.
– Você não vai? Ok! Não posso obrigá-la, mas vou te ajudar. Não quero ver você sofrendo encarcerada em uma prisão, ou enterrada na terra fria deste mundo. – Enzo parou os passos e chamou-a fazendo um gesto com o dedo indicativo, na outra mão segurava o cabo de uma lâmina afiada e cortante. – Venha, minha irmã.
Depois de dois minutos abraçados, um gemido se alastrou daquele falso amor e Enzo se soltou da pegada, e sua irmã ao ser empurrada caiu e quebrou a mesa no impacto, o loiro cambaleou para o outro lado sentindo uma estranha dor no lado esquerda da costela. No mesmo instante largou a arma que nem teve tempo de utilizá-la. E, ao sentir o que seria aquilo perfurando-o, tateou um cabo grosso e frio. Olhou e viu que era o punho de uma faca de aproximadamente 22 centímetros que lhe matava lentamente.
– Por que você fez isso, Maidan?
– Simples…
–… Você sabe demais! – completou alguém escondido atrás da cortina e, logo, saiu para vê-lo morrendo. – Morra em paz, meu cunhado.
– Você… Josh. Seu verme traiçoeiro, imundo… – Enzo se ergueu utilizando o fogão como meio de ficar em pé, e avançou contra ele, mas moribundo não teve chances, Josh fechou os punhos e o acertou um soco no lado esquerdo da face.
– Junte-se aos velhos que você os matou… seus avós! – revelou Josh abraçando Maidan e sentindo os lábios fervorosos da loira. – O inferno, é a tua casa, seu veado.
– Vamos embora, meu amor. Tenho algo a lhe dizer.
– E o que seria Maidan?
– Nada de tão importante, mas é muito sério.
– Nossa! Tão sério que você fazendo essa carinha já me deixou excitado. – ele sorriu malicioso, e no chão, Enzo cuspia sangue.
– Vamos sair pela janela que o meu irmão entrou, por lá sairemos sem sermos vistos. – explicou Maidan e ao passar pelo loiro assassino, chutou-lhe a cabeça. – Um a menos.
– E… nossa! Fizeram um estrago nessa casa, hein! Até a Britney a mataram.
– Pois é, meu amor. O Enzo que os matou, ele é um assassino sem noção do que faz. Mas bem que àquela cachorra merecia… mas, quanto ao meu irmão safado, não duvido ser ele o maníaco novo Frankenstein.
– Também não duvido. Afinal, foi ele que matou os seus avós…
– E como você soube disto? – perguntou-lhe Maidan ao chegarem ao quarto com um agente morto e o sangue tomando o piso.
– Eu queria me esconder de tudo, sabe… decidi passar por lá, e um vizinho me contou que viu o Enzo saindo da casa dos velhos com sacos plásticos pretos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Suspeitos
Mystery / ThrillerQuatro amigos texanos, em mais um final de festa do Halloween, presenciam uma cena que não deveriam ter visto. E, com isso, envolvem-se em um sinistro caso de mortes e torturas causadas por um maníaco, onde a perseguição será o verdadeiro inimigo, u...