Após procurar por horas sem fim todos ali decidiram fazer um acampamento para descansar, alguns arrumaram suas barracas e outros prefeririam dormir dentro dos carros, era mais cômodo. Após um tempo todos estavam dormindo menos Thamires, era a vez dela de ficar de vigia. A solidão e toda aquela areia não lhe eram mais incômodas, depois de tantos anos vivendo sozinha, ela estava acostumada a viver em qualquer lugar. Naquele silêncio noturno, aproveitou para refletir um pouco sobre a sua vida, nesse momento João acorda para a troca de escala.
– Está tudo bem filha? – Perguntou João – Parece distante.
– Pai, me perdoa. Após a morte da mamãe, eu não soube como lidar. A gente era tão próxima, e eu não conseguia acreditar que nunca mais a veria.
A voz de Thamires então muda, ficando trêmula. Ela segura as lágrimas e continua o diálogo
- Eu me revoltei e achei que afastando de tudo e todos, aquela dor passaria. E por isso que eu... – uma lágrima escorre em seu rosto --Eu te abandonei. Quando me dei conta, já era tarde para voltar atrás...
João abraça sua filha e enxuga as lágrimas que haviam coberto seu rosto.
– Tudo bem minha filha. Eu nunca a culpei pela sua escolha, sempre respeitei. A sua parcela de culpa é mínima. Eu passei anos me martirizando pela morte da sua mãe, que acabei esquecendo que você ainda estava viva. Toda aquela raiva de não conseguir defendê-la, de as autoridades não ficarem ao meu favor, quase me fizeram colocar a cidade inteira em risco, e principalmente você. Tudo por causa do meu egoísmo... eu que te peço desculpas.
O silêncio predominou por alguns segundos, e logo João continuou sua fala:
- Sabe, você é igual a ela. Sua mãe não tinha medo, era destemida e independente. Você não herdou apenas a beleza, mas todas as qualidades que ela tinha. Tenho certeza que ela teria orgulho de ver a menininha dela encarando tudo isso pelo bem da população.
Ambos se abraçaram, e as lágrimas viraram sorrisos. Então uma luz brilhante surgiu, iluminando todo o céu. Logo após eles escutam uma voz vinda do além,: "Vocês são dignos de receber a chave, o perdão e o amor os concederam esse poder". João estendeu a mão e encostou a segurando, era feita de aço e um pouco maior que uma chave comum: "Esta chave está ligada a você, enquanto seu coração bater o portal ficará aberto, sigam seu caminho, pois não há muito tempo".
A areia a frente deles começou a se movimentar, pouco tempo depois surgiu um escada do solo larga o suficiente para passar três pessoas juntas. Todos que dormiam, acordaram com o barulho, e ao perceber o que estava acontecendo, se apressaram e arrumaram suas coisas para descer pela misteriosa escada. Deixaram os carros estacionados próximos ao penhasco e seguiram sem perder tempo.
O lugar era demasiadamente escuro, por isso precisaram ligar as suas lanternas, aquele tinha sido um laboratório na época anterior a grande explosão, Marcos estava atônito por finalmente descobrir aquele lugar.
– Vocês sabiam que antes da grande explosão, todo esse lugar em que vivemos era um grande oceano? Por isso todos os reinos têm nomes referentes ao mar. Porém com a grande explosão, todos os oceanos secaram e basicamente a vida na Terra se extinguiu.
– O que são oceanos? – Perguntou Danny.
Marcos não sabia como responder, já que explicar a imensidão do mar para alguém que nunca o tinha visto era uma tarefa complicada.
– Eram grandes piscinas de água, maiores que todos os reinos juntos. – Explicou Thamires.
– Exatamente. A partir de agora precisamos tomar cuidado, esses laboratórios antigos tinham uma segurança muito arrojada, então algumas armadilhas podem ainda funcionar. – alertou Marcos.
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A última chance
Adventure*Livro vencedor do concurso de histórias da UMC* Em um futuro distópico onde as pessoas vivem em feudos super tecnológicos para poder sobreviver dos horrores que estão fora das muralhas, um grupo de heróis será a única chance de sobrevivência de um...