Ninguém amaria alguém como eu.

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Passos solitários em uma rua deserta, soando como trovões para os habitantes de Godric's Hallow, James e Lily Potter. Feições desesperadas, humor negro como a noite deste fatídico dia, seus olhos ocasionalmente demostrando mais raiva do que desespero quando os passos finalmente pararam em frente a porta frontal da casa.

Um ano atrás, toda a Ordem da Fênix receberá a profecia de que o menino de Lily e James era o predestinado para acabar com todos os seus problemas com o Lord das trevas. Agora, ele mesmo havia aparecido para matá-los, era o que pensavam.

Foi com um baque surdo que eles finalmente apertaram suas varinhas, ignorando o choro fraco do andar de cima. Em frente a eles, encontrava-se Voldemort em sua plena forma ofídica, seriedade em sua face. As pupilas dele iam de James para Lily, de Lily para James, brilhando um sentimento de decepção enquanto enfim se cansa de todo aquele silêncio e decide ignorar as varinhas apontadas para si para perguntar:

— Por que insistem em bloquear meu caminho? Apenas infelicidade e dor será a consequência deste ato. — Declarou, genuinamente preocupado com o casal.

— Cale-se, monstro! Como ousa dar as caras depois de tudo que fez ao mundo mágico! — Disse Lily, lágrimas falsas piscando em seus olhos. Voldemort logo percebeu a falsidade, mas deixou que uma – também falsa – careta de pena fosse exposta.

Ele nunca explicou para o mundo mágico que não fora realmente ele que fizera metade das coisas que Dumbledore inventara para a sua reputação. Ele sabia que nunca teria crédito e neutralizado dos aurores junto com o lado da "luz". Assim que viu que seu plano dera certo, a mulher e seu marido trocaram um olhar e juntos olharam para o inimigo, apontando a varinha e gritando bem alto:

Bombarda Maxima!

Voldemort não precisou usar sua voz para conjurar o feitiço de proteção. Dele saia uma enorme quantidade de magia para que algo tão simples como feitiços não verbais fosse difícil, afinal. — Vamos pensar racionalmente, sim? — Comentou, desviando de mais um ataque. — O que pensam ao fazer com que uma mera criança, inocente e alheio de tudo ao seu redor, tenha que se tornar o "salvador" do mundo mágico? Não possuem vergonha ao se tornarem tão desprezíveis ao ponto de nem sentir amor pelo seu próprio filho?! — Rugiu.

— Claro que o amamos! — Exclamou Lily, seu queixo tremendo levemente de raiva. Por mais que ela soubesse que tudo estava sendo observado por um besouro transmissor, não pode deixar de se sentir irritada por ser tão óbvia.

— Claro. — Zombou o Lord. James tomou aquilo como uma sugestão e lançou-se para frente, atacando com a mais horrível das maldições, Avada Kedavra. Ao desviar mais uma vez, os olhos rubis de Voldemort escureceram. Para ele chegou ao fim toda essa palhaçada.

— A profecia é falsa. Tudo o que Dumbledore os contou é uma grande mentira. — Declarou.

— Mentira! Dumbledore nunca faria isso. — Afirmou Lily, resoluta na crença de que o líder da luz era realmente o mocinho e ele, Voldemort, o grande vilão.

— Ele faria, e ele fará ainda mais coisas malévolas até que seu filho esteja finalmente morto, Potter's! — Esbravejou. Em algum momento durante a discussão, começara a chover e relampejar, este último surpreendentemente ocorrendo sempre que ele falava.

— Isso… Não pode ser. Afinal, se fosse realmente ele, ele nunca poderia ter ficado até agora quieto quando você disse tantas coisas em sua frente. — murmurou James, sem perceber que revelou algo importante.

— Oh, é mesmo? — Lacarnum Inflamare foi o feitiço não dito verbalmente quando o besouro, escondido em um quadro de uma pintura, foi encontrado, queimando o ele tanto quanto metade da parede antes que o fogo se extinguisse. Voldemort também poderia não utilizar a varinha para fazer magia, mas ultimamente sua magia andava… Instável. — Continue, James. O que mais Dumbledore fez de tanto bem?

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