Como Ser Uma Princesa - LIVRO 1 | CONCLUÍDA

CAPÍTULO 29 - HENRY

05 de Março - Terça Feira

Desde pequeno eu cresci sabendo o que teria que atuar.
Sabia qual era meu papel.
Sabia de toda preparação que faria para assumir o trono.
Sabia que teria que entrar na Escola Real.
Sabia que teria que escolher uma Rainha para governar comigo.

Só não sabia que conheceria a Helena.
E para isso, eu não fui preparado

A partir do momento que nossos olhos se cruzaram naquele salão de dança, eu sabia que não conseguiria ficar longe dela. Clichê, eu sei.

Foram tão poucos dias que tivemos para nos conhecer, mas o necessário para eu saber que ela era especial.

Sua simplicidade me encantava em todos os sentidos. A forma como ela agia não se importando se eu sou um príncipe ou não era divertido, eu podia ser eu mesmo com ela, sem rótulos.

Fui me aproximando dela cada vez mais, passava mais tempo no Palácio do que na Escola Real. Arrumava afazeres com meu pai só para ter um tempo com ela depois. E com tanta aproximação, comecei a ter sentimentos a mais por ela.

Mas ela começou a se afastar. Desviava do mesmo caminho que o meu. Não me olhava nos olhos. Não se aproximava de mim, estava distante e eu não sabia porque. E por mais que eu tentasse me aproximar, ela se afastava ainda mais.

Chegou o dia em que iríamos sair dos muros do Palácio, e eu sabia que essa era minha chance de saber o que se passava na mente dela.

Inicialmente ela continuava a me evitar, depois na praia, fui até ela e passei um dos melhores dias da minha vida.

Mergulhamos e foi super divertido, principalmente por me fazer perceber o quanto ela se preocupa comigo.

Tirei muitas fotos dela, até mesmo quando ela não estava olhando, essas eram as melhores.

Se ela duvidasse, eu faria mesmo um álbum com as fotos dela, mas enquanto isso não acontecia elas iria permanecer na pasta do pendrive. Tem fotos desde quando nos conhecemos.

Mas, definitivamente, o final da tarde foi o melhor.

Aproveitando que ela estava mais a vontade comigo, a chamei para ver o pôr do sol em um lugar mais afastado.
Eu já tinha vindo aqui algumas poucas vezes, não saio muito de casa.

Saímos sem que os outros vissem por mais que eu soubesse que teria que dar explicações depois.

Nos sentamos nas pedras e eu apoiei minha cabeça em seu ombro. Conseguia sentir sua respiração acelerada, e seu coração batendo forte. Foi esse o momento que eu resolvi falar tudo que eu sentia.

E bastou ela falar apenas aquelas palavras para eu fazer o que sempre tive vontade. Beija-la.

Nosso beijo foi calmo, único, especial.
Um tempo depois nos separamos, encostei minha testa na sua e fechamos os olhos.

"acho melhor voltarmos Henry"

"eu não quero ir", a abracei contra meu peito, ela envolveu seus braços pelas minhas costas.

"você não tem escolha, do contrário vai ter um exército atrás de você"

"Tem razão, vamos"

Entrelacei meus dedos nos seus e voltamos de onde saímos. Ao chegar todos ainda estavam ali, a maioria sentados nos bancos espalhados pela pracinha, outros debruçados sobre o pequeno muro que separava a praia do calçadão.

Algumas meninas perceberam nossas mãos juntas e já começaram a comentar. Alguns príncipes também olharam. Melhor assim.

Guilherme, meu melhor amigo, olhou também, sorriu e fez um joinha escondido.

"fica aqui tá bom? Vou falar com Carol"

"tudo bem", me afastei dela e caminhei ate Carol. Ela estava parada em pé anotando algo no tablet, e quando me encarou soltou um suspiro.

"ainda bem que você apareceu, onde estavam? Estamos a um tempão procurando vocês, até mandei os guardas procurarem"

"Eu estava com a Helena em uma parte da praia, vendo o pôr do sol"

"ah, está tudo explicado. Gosta muito dela não é?", olhou para onde Helena conversava com as amigas

"Muito Cah, ela é especial."

"ela é sim", sorriu, "mas isso não significa que você pode sair assim sem me avisar, ainda sou a responsável por vocês, já pensou se acontece algo?"

"Relaxa Cah, não aconteceu nada", pus as mãos nos bolsos da bermuda.

"Isso não justifica, vocês precisam tomar muito cuidado, se acontece algo com vocês eu sou a responsável, e sua mãe me mata, você sabe"

Para quem não esta entendendo, Carol é a dama de honra da minha mãe. Ela cuidou de mim desde que nasci. Quando anunciaram o concurso ela ficou tão animada que mamãe conseguiu fazer com que ela fosse a tutora das meninas.

Elas são tipo melhores amigas, vivem juntas, tirando esse tempo que Carol passa mais tempo cuidando do concurso. Mas elas sempre arrumam uma forma de se encontrarem.

Ela era filha de um dos guardas do Palácio com uma das criadas, assim, cresceu com minha mãe pelos arredores do Palácio. E minha mãe a escolheu como dama de companhia.

"Cah, preciso de sua ajuda"

"aí tem, o que é?"

"eu preciso que você arrume uma mesa só para mim e para a Helena no jantar, distante das outras, quero privacidade", ela pensou por um instante e sorriu.

"tudo bem, só isso?"

"Eu...eu queria que você providenciasse uma decoração, e o menu nós escolhemos lá, vai ser tipo o nosso primeiro encontro"

"uau, quanta responsabilidade, tudo bem, acho que consigo tudo", anotou no tablet.

"e mais uma coisa, eu queria sair com ela após o jantar, para ver o mar ou sei lá. E um buquê de flores também, de girassóis", ela me olhou como se pensasse se eu era louco, talvez eu fosse.

"nossa quanta coisa, bem...vocês não vão poder sair do restaurante, mas onde vamos tem uma linda varanda com vista para o mar, posso reserva-la. Agora o buquê, não sei onde vou conseguir"

"Eu sei que você vai dar um jeito, obrigado, te amo", ela revirou os olhos.

"Não sei o que seria de você sem mim, agora vamos, nossa reserva é daqui a uma hora e meia, vamos levar vocês a um hotel para se arrumarem"

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