Como Ser Uma Princesa - LIVRO 1 | CONCLUÍDA

CAPÍTULO 47

26 de Maio - Domingo

Nem em meus pesadelos eu imaginaria que chegaria até aqui.

Eu passei as últimas duas semanas convivendo com quinze garotas e hoje algumas iriam para casa, e talvez uma delas seja eu.

Talvez essa fosse uma das eliminações que eu estava mais nervosa, e eu não quero nem pensar em como ficaria meus batimentos cardíacos se eu estiver na próxima.

Eu sinceramente não sei se é uma coisa boa cada vez que eu passo de uma fase. Eu fico apavorada só de pensar em estar tanto na lista de eliminadas quanto na lista de quem permanece.

Confuso, eu sei.

Ultimamente eu estava em quarto lugar no ranking, a Mel em primeiro e as gêmeas em quinto.

Eu mal consegui dormir a noite passada. As minhas amigas nervosas também não ajudavam muito, umas tentando acalmar as outras mesmo que sentissem a mesma coisa.

Esse era o legal de nossa amizade, não importava o tempo que passava aqui, eu não conseguia as enxergar como rivais. É como se não estivéssemos competindo pelo mesmo, diferente de muitas outras garotas por aqui.

Olhei para o relógio que marcavam dez horas e desisti de ficar deitada na cama quando já estava acordada a muito tempo.

Ao meu lado, como sempre, minhas amigas dormiam despreocupadas. Sabia que elas não iriam tomar café pois acordariam perto do horário de almoço, decidi fazer o mesmo, não sentia fome.

Caminhei até o banheiro para tomar um banho e escovar os dentes. Coloquei uma roupa bem casual, um short jeans e uma regata preta. Penteei meu cabelo e o deixei solto com uma bandana vermelha formando um laço. Calcei um tênis baixo preto e pus meus acessórios.

No meu rosto apenas protetor solar, rímel e liptint.

Coloquei meu celular ligado com o fone no bolso do short e saí do quarto.

Eu não fazia idéia para onde iria, talvez fosse para o jardim, ou ficar sentada perto da piscina. A idéia de caminhar sem rumo pelo jardim foi atraente.

Continuei andando pelos corredores e já ia descendo a primeira parte da escadaria, eu precisava dar duas voltas pela escada para chegar ao primeiro andar.

Quando estava quase chegando a base da primeira descida ouvi a voz de Henry, parecia conversar com alguém.

"Tudo bem...falarei com meu pai e analisarei o melhor dia para a reunião...ótimo, obrigado...até breve, tenha um bom dia", desligou a ligação e continuou mexendo em seu celular parado no mesmo lugar de costas para escada.

Chegando perto da segunda parte da escadaria, antes de dobrar o caminho, tirei os fones e começei a andar lentamente para assusta-lo. Mas parei ao ver que alguém se aproximava e me abaixei rapidamente sendo escondida pelas grades grossas da escada.

"Príncipe Henry", escutei a voz de Patrícia, "bom dia, espero não estar incomodando"

Continuei agachada na escada, queria ver até onde isso iria chegar. Confiava totalmente em Henry, mas nem um pouco na Patrícia.

Olhei para trás e para frente receando que alguém pudesse me encontrar ali.

"Bom dia, Patrícia, não é?", guardou se celular no bolso do terno colocando as mãos para trás.

"Sim!", sorriu.

"Em que posso ajuda-la senhorita?"

"Ah, pode me chamar só de Patrícia, estava de passagem e resolvi te cumprimentar"