Como Se Livrar De Um Príncipe

4- Aceito Qualquer Bruxaria

    Por Taehyung encima da moto foi difícil. Ele não sabia qual perna levantar, e quando finalmente acertava, caía para o outro lado do veículo. Eu já tinha perdido a paciência.

—No seu mundo vocês não montam em cavalos não?

—Sempre fui péssimo em hipismo.

—Ótimo. - falo sarcástico enquanto reviro os olhos.

—Olha só, alteza, eu vou descer e te ajudar à subir na moto, mas chega pra trás, por que quem vai dirigir sou eu.

    Ele suspirou frustado, claramente envergonhado por não saber subir na moto. Apenas fui até ele e o auxiliei, segurando em sua mão e em seu tronco.

—Viu? Não foi difícil!

—Muito obrigado, Jimin.

    Volto à subir na moto, mas o encantado tinha se esquecido de chegar para trás e eu acabo sentando praticamente em seu colo.

—KIM TAEHYUNG, CHEGA PRA TRÁS! - berro rapidamente.

—Perdão. - ele diz enquanto se afasta, também constrangido.

    Eu estava tão vermelho que provavelmente já poderia me camuflar com a moto. Respiro fundo quando finalmente estou confortável em meu automóvel e ligo-o, começando a dirigir.

    O moreno se assustou com o som do veículo e quase se esquece do que lhe alertei sobre se segurar em mim. Senti um arrepio quando suas mãos seguraram firmemente em minha cintura, mas logo foquei minha atenção no caminho até onde seríamos atendidos.

    Depois do ocorrido no meu pequeno estúdio, passei horas pesquisando ciganos, videntes, macumbeiros e magos pela cidade. Acabei achando um endereço onde era mais acessível, com um preço razoável e com muita recomendação. Logo peguei a Vermelhita (é o nome da moto) e decidi levar o príncipe para um passeio.

    Taehyung estava atento à toda a cidade ao nosso redor. Ele parecia admirado com os prédios e os carros. Até as roupas que as pessoas usavam o impressionava, e ver sua cara de bocó pelo retrovisor me fez rir o caminho inteiro.

    Quando finalmente chegamos ao local onde encontraríamos um cigano, estaciono minha moto em frente à um restaurante aparentemente não muito higiênico. Ajudo o Kim a descer da Vermelhita e logo entramos no local.

—O que devemos procurar? - o mais alto pergunta.

—Procura um cara que parece um feiticeiro.

—Aquele ali?

    O moreno aponta na direção de um homem sentado numa mesa nos fundos da loja. Ele usava muitas jóias e colares esquisitos, além da tradicional bola de cristal na mesa à sua frente.

—É, aquele ali mesmo.

    No restaurante só tem homens alcoólatras e barbudos. Eles me olhavam com completo desgosto, como se eu não pertencesse ali e nunca fosse pertencer. Mas também, no meio de um monte de velho acabado do nada surge um jovem (muito lindo, convenhamos) com cabelo rosa e com roupas bonitas.

    Um dos homens me olhava de um jeito estranho. Com um sorriso asqueroso que eu conheço bem. Ele se virou na cadeira, como se esperasse eu passar na sua frente e eu congelo no lugar onde estou, fazendo Taehyung se esbarrar em mim.

—Por que parou, Jimin?

—N-não foi nada... - suspiro e paro de encarar o homem, aquilo já estava me dando calafrios.

    Taehyung segue meu olhar até o tarado e parece entender tudo o que aconteceu ali. Ele então, para a minha surpresa, passa na minha frente, segura minha mão com firmeza e me puxa, guiando-me pelo local. Quando chegamos perto do homem, ele para na frente do mesmo e diz: