Azul, A Cor Mais Quente

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Era apenas mais uma manhã cinzenta, naquela cidade cinzenta, cheia de pessoas tão cinzenta quanto ela.

Kim Jongin parou sua Yamaha MT-09 frente ao portão enferrujado do Drop & That Institute. Os cabelos castanhos bagunçado para todos os lados, davam-lhe um ar de despojado. A jaqueta de couro se destacava, já que era claramente uma violação do uniforme, a gravata por fazer e os botões abertos mostrando parte da pele amorenada destacando o cordão de camurça barata. O rapaz com certeza não se encaixava nos padrões daquele lugar, a calça mais justa que o considerado adequado em relação aos que os demais alunos usavam, no entanto, Jongin sempre odiou padrões, então de modo algum iria segui-los.

Caminhou pelos corredores pouco iluminados e cheirando a mofo, indicando que o local a muito tempo não via uma não de tinta, sendo atentamente observado pelos alunos, e não era de se esperar menos, já que a muito tempo uma criatura tão exótica não adentrava aqueles portões. A pele morena, beijada pelo sol, em contraste com todos em volta, que eram branquelos, devido a ausência do amado astro a entediante e cinzenta Wolf City.

Pelos pátios alunos conversavam, comiam, aparentando tédio em cada ação que fazia, não tinha vida ali, era monótono e sem graça o que fez Jongin revirar os olhos antes de entrar na Secretaria, onde uma senhora com cara de poucos amigos o olhou de cima abaixo, e depois desviou o olhar para o computador, que aparentava já está ali a mais de uma década.

─ Nome? – a senhora perguntou sem o encarar.

─ Kim Jongin. – o moreno respondeu após algum tempo sem entender o que de fato a atendente queria saber.

─ Kim Jongin – a mulher repetiu pegando uma pilha de papéis ─ Você deve ser o novo aluno, aqui estão seus horários e o  regulamento. – Disse entregando-a ao mesmo ─ Bem vindo a Drop & That, aqui também está sua permissão.

─ Permissão? – O Kim voltou a indagar sem entender.

─ Sua permissão para sair no fim das aulas. Ao menos que queira ficar preso aqui.

─ Não. Eu não..

─ Ótimo. Já pode ir agora. Descobrirá cedo que não toleramos atrasos aqui sr. Jongin. – falou antes de voltar a atenção ao computador, ignorando completamente a presença o mesmo.

O moreno saiu dali, já que a senhora estava disposta a não mais responder suas perguntas e ignorar completamente sua presença ali.  Olhou a folha de cima e viu sala 247, 2° andar. “Ótimo”, pensou consigo mesmo ao encarar os lances de escadas que ao seus olhos pareciam um tanto quanto precárias. Começou a subir e o ranger da madeira trouxe um arrepio ao mesmo. Abriu aquela papelada para se certificar que estava no local certo e pegar algumas informações necessárias, para pelo menos se sentir mais familiarizado com o local, se é que era possível, mas o que lhe chamou mesmo a atenção foram as regras explícitas na primeira página do regulamento.

─ Proibido músicas? Danças? Por gerar tumulto e desordem? Só pode ser palhaçada.

─ Bem que poderia ser, mas não é. – Jongin ouviu uma voz e se virou para ver quem tinha falado consigo.

─ Quem?

O rapaz que manifestou aproximou-se mais, vestia uma roupa em tons verde-musgo, a gravata bem arrumada e as mãos escondidas nos bolsos dianteiros e o corpo um pouco corcunda lhe dando uma aparência de ser bem menor do que realmente era.

─ Desculpa a minha intromissão, me chamo Oh Sehun.

─ Kim Jong…

─ Kim Jongin. Eu sei quem você é.

─ Como? – perguntou intrigado.

─ Todo mundo sabe quem você é. – Sehun sorriu da careta que o moreno fez. ─ Não nos levem a mal Jongin, mas não é todo dia que recebemos alunos novos no Drop & That, muito menos alguém tão… diferente. – Tentou achar as palavras certas ─ E aquela moto lá na frente acabou chamando muita atenção também.

─  Tudo bem. Eu sou o intruso aqui, é normal, eu acho. – O Kim sorriu, um sorriso tão espontâneo, os olhos castanhos formando apenas dois risquinhos, e Sehun jurou nunca ter visto algo tão lindo em toda sua vida pacata em Wolf City, não que Wolf City tivesse muitas coisas para se ver.

Os dois ficaram ali de frente um para o outro, se encarando sabe se lá por quanto tempo, até Sehun se sentir um pouco desconfortável já que os alunos que passavam por ali encaravam os dois.

─ É… Eu preciso ir agora. – o Oh disse antes de se retirar dali acenando para o mesmo.

Por outro lado, o Kim tinha achado aquela situação um tanto estranha, o porquê da cara de desagrado  de todos que por ali era extremamente óbvia.

⋇⋆✦⋆⋇ 

Durante todo o período de aulas, Jongin observou Sehun, este que descobriu que seria de sua sala no momento que entrou na sala e viu o moreno sentado numa das primeiras fileiras da sala. E algo lhe chamou a atenção durante todo o  tempo em que estavam naquela sala.

O cuidado excessivo  que o Oh recebia, e não só por parte dos alunos, como também dos professores, que sempre lhe perguntavam se estava confortável, se a luz estava boa, se não preferia descansar um pouco. E o Kim como todo aluno, sabia que nenhum professor é tão atencioso, o que de fato era verdade, a única exceção era Sehun.

Jongin até tentou puxar assunto e perguntar o porquê de tudo aquilo mas como resposta recebia apenas o silêncio, o que  acabou lhe resultando algumas broncas por parte do professor, devido a sua insistência.

Quando o sinal bateu, o aglomerado de alunos que não chegava a vinte se espremia na porta, tentando fugir daquele lugar, menos Sehun que permanecia parado exatamente como estava, totalmente focado no caderno. O moreno aproximou-se do mesmo tocando em seu ombro aproveitando que só estavam os dois ali.

─ Hey! Sehun… 

─ Hã?! O que?!

O Oh virou se rapidamente encarando o maior bem próximo a si, este que lhe sorriu, e novamente sentiu as pernas falhar.

─ Eu disse que a aula já terminou. – Tornou a falar , demonstrando que não era a primeira vez que tinha dito ─ Com o que estava tão distraído?

─ N-não é nada… - Fechou rapidamente o caderno antes que o outro pudesse ver qualquer coisa.

─ Tudo bem. – O moreno soltou um suspiro, tentando não mostrar está chateado, mas falhando miseravelmente.  ─ Bom, eu já vou indo. Você vem?

─ Ir? – Sehun perguntou, mas logo entendeu o que o moreno quis dizer, ficando um pouco mais cabisbaixo ─ Eu não vou Jongin.

─ Como assim?

─ Eu não tenho permissão para sair.

─ Pensei que todos os alunos tivessem – Quanto mais o Oh explicava menos Jongin entendia. Só entendeu que Sehun não poderia ir embora como a grande maioria.

─ Alunos que requerem atenção especial não, eles ficam confinados aqui, dentro do Drop & That.

─ Espera…  - Jongin finalmente parecia ter entendido o que  Sehun estava tentando lhe dizer, e podia dizer que estava no mínimo surpreso. ─ Você mora aqui?

O Oh apenas confirmou com a cabeça, guardando os materiais num dos armários cheios de poeira ali da sala.

─ Acho melhor você ir Jongin. Daqui a pouco o portão fecha. E assim como eu não tenho permissão para sair,  você não pode ficar aqui depois que o portão fechar.

─ Até amanhã Sehun. – Jongin despediu-se do menor.

─ Até amanhã Jongin – Sehun falou para se mesmo depois que o moreno sumiu de sua vista.

⋇⋆✦⋆⋇ 

Sehun parou frente ao seu quarto encarando a madeira escura e sem vida , dando dois toques na porta, para caso seu amigo estivesse com o namorado. Ouviu a voz do Byun do outro lado e entrou assim que o mesmo confirmou está sozinho. Jogou uma mochila no canto livrando seu de boa parte daquele uniforme que parecia já impregnado em sua pele.

─ Chegou cedo hoje Sehunnie.

─ Foi sim. – a voz do Oh parecia um tanto desanimada o que machucou o coraçãozinho do mais baixo que o odiava ver o mais novo tão desanimado. ─ Não tem mais nada de bom na biblioteca para se ler, então não tinha mais nada para fazer.

─ Posso tentar arrumar outras coisas para você fazer. – Baekhyun falou sentando-se na própria cama.

─ Tipo o quê? Mais Jogos de tabuleiros para mim jogar sozinho? Mais telas brancas para me preencher de sonhos que eu nunca vou realizar por está preso aqui dentro?  - A voz do Oh estava cheia de mágoa, não que tivesse a intenção de magoar o mais baixo  a sua frente, mas estava cansado daquele lugar e tudo que o envolvia.

─ Desculpa Sehunnie, você podia ter dito que não tinha gostado de nada que lhe trouxe – A voz do Byun soou baixa e triste, gostava muito de Sehun, mesmo que no começo a amizade tenha sido um pouco difícil, já que sua função ali era única e especificamente vigiar os passos do Oh. ─ E-eu pensei que gostasse de pintar.

Ao olhar para o menor, Sehun notou a burrada que tinha feito ao ver o mesmo todo cabisbaixo, já que este era muito sensível.

─ Me desculpa Baekkie – falou brincando com os próprios dedos. ─ Eu sei que você sempre tenta me ajudar da melhor forma possível. E sim, eu gosto de pintar,  mas é que quando você faz a mesma coisa todo o tempo você acaba se cansando, mesmo que seja algo que você goste muito.

─ Tudo bem Sehunnie. – Baekhyun caminhou até o maior se jogando sobre o mesmo lhe enchendo que beijinhos e de cócegas fazendo-o sorri alto. O mais velho era totalmente imprevisível e seu humor mudava de uma hora para outra. ─ Eu prometo trazer algo bem especial para você da próxima vez.

─ Eu já tenho esse algo especial. Você.

─ Besta.

Baekhyun acabou sorrindo um tanto envergonhado das frases aleatórias do mais novo. Ficaram horas ali conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Contaram o que fizeram durante o dia, não que fosse algo tão especial, sorriram  dos professores e dos alunos. Ali era o único lugar que Sehun conseguia ser ele mesmo, sem todos a volta tratando como  cuidado excessivo, ali era só ele e o Byun, dois adolescentes idiotas conversando sobre tudo que todos os adolescentes idiotas conversam, ou quase tudo.

⋇⋆✦⋆⋇ 

Jongin encontrava-se sentado de um jeito largado no alto da escadaria que dava acesso a sua sala, já fazia algumas semanas que estudava ali e até já se sentia habituado com o lugar, apesar de ainda reclamar que o cheiro de mofo era ruim e que aquelas escadas ainda iam derrubar alguém.

Ajeitou a postura ao ver o outro se  aproximar, nos últimos dias tinha conversado com Sehun, se é que podia chamar de conversa já que o mais novo – Jongin tinha descoberto isso recentemente – não respondia metade de suas perguntas, mas também tinha descoberto algumas coisas interessantes sobre o mesmo, como por exemplo seu talento nato para as artes, a falta de interesse que demostrava nas aulas de Educação Física, e olha que era o único momento de diversão dali, se bem que o Kim não chamaria de diversão ficar 50 minutos correndo de um lado para o outro com um taco atrás que uma bola minúscula, já que beisebol era o único esporte disponível também.

─ Você ainda não aprendeu que o Drop & That Institute não tolera atrasos, sr. Oh Sehun. – Jongin falou imitando a voz da mulher da Secretaria, pelo menos o moreno achava que era uma mulher e se pôs de pé em seguida.

─ Muito engraçado Jongin – Sehun acabou rindo de um jeito gostoso que só o mais velho conseguia fazê-lo sorri. ─ Mas as sextas os primeiros horários são livres.

Sehun deu um peteleco na testa do moreno que fez uma cara emburrada pela atitude do mesmo.

─ Então, por que me pediu para vir cedo hoje?

─ Eu preciso fazer umas coisas e eu queria que me ajudasse. Geralmente eu pediria ao Baekkie mas ele está ocupado com o namorado e eu não quis atrapalhar.

─ O que você quer que eu faça Sehunnie?

─ Sossega a empolgação ai. – Sehun sorriu e voltou a andar subindo ainda mais as escadas. ─ Você vem?

─ Vou – Jongin falou após sair de seu transe, sempre que estava próximo ao mais novo se perdia em sua beleza, a pele branquinha como leite sempre coberta pelo uniforme verde-musgo, os cabelos preto ônix caído sobre os olhos e os lábios fininhos e rosados.

Para qualquer pessoa, Sehun era como qualquer aluno daquela escola, se encaixando perfeitamente em cada detalhe daquele lugar como se cada cantinho dali fosse pensado para se encaixar ao Oh, o que, de fato não era em total uma mentira, mas para o Kim, o mais novo era como um anjo, perdido num limbo pronto para abrir suas asas e alçar voo pelo céu azul assim que este fosse mostrado para ele, e Jongin estava decidido queria ser o céu de Sehun e lhe ensinar a voar.

A cada passo que davam, as escadas tornavam se mais precárias, o cheiro de mofo mais forte e o ambiente mais escuro fazia Sehun tropeçar várias vezes e ter que se segurar várias vezes no corrimão nem um pouco seguro.

─ Eu ajudo você. – Jongin segurou em sua cintura o ajudando a subir os últimos degraus que ainda restava.

─ Obrigado. – Sehun sorriu meio tímido, era a primeira vez que sentia o maior tão próximo de si e o cheiro forte do moreno lhe deixava inebriado. As mãos firmes ainda seguravam em sua  cintura embora não houvesse mais nenhum perigo, deixando um clima tenso pairando no ar. ─  Já podes me soltar Jongin.

─ Tá.

Só então o Kim percebeu a aproximação que estava do menor e se afastou soltando sua cintura, mas não antes de se assegurar que o mesmo estava em total segurança.

Sehun abriu a porta e acabou por tossir um pouco, a poeira que habitava naquele cômodo muito pouco visitado causando-lhe uma irritação na garganta. Ligou um abajur que estava ali torcendo mentalmente para que funcionasse, a pouca luz do lugar dificultando ainda mais sua visão.

Com a luz acesa podiam circular mais livre pelo local onde tinha alguns móveis empilhados, alguns livros e muito, muito pó.

─ Jongin, pode tentar abrir a janela para nós? Está muito abafado aqui.

O moreno caminhou se desviando entre os móveis até a janela, que não era tão grande, mas pelo menos teve facilidade para abrir.

─ No que você precisa de minha ajuda Sehunnie?

─ Em tudo. Eu estava pensando em transformar esse lugar num cantinho só nosso.

─ Nosso?

─ É. Se você quiser. Se não quiser, tudo bem.

Jongin sorriu largo, tinha adorado a ideia de ter um lugar só dos dois.

─ Por onde eu começo?

Foi a vez de Sehun de sorrir, estava feliz pelo moreno ter aceitado ajudar com a arrumação daquele local. Seria bom terem um local para conversarem sem correr o risco o tempo todo de serem pegos.

─ Primeiro vamos tirar tudo para fora e limpar o local depois decidimos o que podemos reutilizar e depois damos um jeito no que sobrar.

Após receber as instruções do Oh, Jongin tirou um pequeno aparelho de música que sempre carregava consigo do bolso, fazendo um “shh” antes mesmo que o mais novo pudesse perguntar onde tinha conseguido aquilo.  Deu play na música e colocou num cantinho o volume não mais alto que a metade e rezava que ninguém mais além deles dois ouvisse. Agora “Human” do Rag'n Bone Man invadia o recinto minúsculo e Sehun sorriu pela escolha de música  do amigo, embora não conhecesse nem a música nem artista, Jongin tinha um gosto peculiar.

Maybe I'm foolblind
(Talvez eu seja idiota)
Maybe I'm blind
(Talvez eu seja cego)
Thinking I can see through this
(Pensando que eu posso ver através disso)
And see what's behind
(E ver o que está por trás)
Got no way to prove it
(Não tenho como provar isso)
So maybe I'm lying
(Então talvez eu esteja mentindo)
But I'm only human after all
(Mas sou apenas humano, afinal de contas)
I'm only human after all
(Eu sou apenas humano, afinal de contas)
Don't put your blame on me
(Não coloque sua culpa em mim)
Don't put your blame on me
(Não coloque sua culpa em mim)
(...)
⋇⋆✦⋆⋇ 

Sehun se sentia quente, as roupas pesadas do uniformes grudado a pele devido o suor e poeira, levou a mão a testa tentando secar-se um pouco, inutilmente. Estava quente demais ali, e definitivamente não era porque estavam cubículo onde o ar mal circulava devido a precária ventilação e a janela ser pequena demais, mas sim o fato de Jongin está desfilando de lá para cá sem camisa enquanto carregava os moveis de volta para o lugar.

O mesmo havia se livrado da peça alegando que ficaria sujo e não teria nada  para vestir depois e Sehun não tinha visto problema nenhum naquilo, até aquele momento em que seus olhos  não se desgrudavam do Kim, mordendo inconscientemente o lábio.

─ J-Jongin… -  Sehun chamou, a voz o traindo saindo baixa e fraca.

─ Hm? -  Jongin se virou, e merda, aquela visão poderia ser a visão do céu, ou do próprio inferno, já que Sehun sentia seu corpo inteiro queimar.

─ Você poderia me ajudar aqui? – Falou tentando se controlar para não estapear o rosto do moreno que ria do seu modo todo acanhado.

─ Do que você precisa Sehunnie?

Jongin mantinha o sorriso nos lábios e a voz saiu um tanto quanto maliciosa enquanto observava o menor o secar com o rosto corado.

─ Qual cor para o papel de parede você prefere?

─ Que tal azul? Dizem que é a cor mais quente – O Kim respondeu sem abandonar o tom malicioso, fazendo Sehun corar mais ainda e desviar o olhar.

─ Eu tô falando sério Jongin – Sehun fez um bico emburrado.

─ Eu também, poxa. E azul é lindo e diferente de tudo aqui.

Sehun tinha que concordar azul era lindo, não que qualquer cor que colocasse fosse fazer diferença para si então concordaria com qualquer cor que o moreno quisesse.

─ Pode pegar aqui para mim?

─ Mas está bem na sua frente Sehun – Jongin encarou o menor de sobrancelha arqueada sem entender o motivo para o pedido do mesmo.

─ Por favor, Jongin. – Pediu mais uma vez e esperava o maior atendesse o pedido sem muitas perguntas.

─ Tá. Tudo bem.

Jongin caminhou até onde o mais novo estava após largar tudo que carregava nos braço em um canto do local se ajoelhando de frente para o mesmo e pegou os papéis de parede entregando em na mão do menor

─ Esse azul aqui. – Falou o Kim e sorriu bagunçando os cabelos do menor ─ Só não entendi o porquê você mesmo não pegar.

─  Eu queria ter certeza que colocaria o certo Jonginnie. – Sehun deu uma desculpa qualquer que esperava que funcionasse.

─  Mas só tem um azul, Sehun.

─  É-é?

─  Uhum. – Jongin acabou rindo do modo como o menor ficou envergonhado e ao mesmo tempo tenso se afastando assim que o sinal anunciando que os períodos vagos tinham chegado ao vim.

─ E-está na hora de ir. Fecha a janela e se veste Jongin. 

Fecharam ali se certificando de quer tudo estava no lugar e Sehun  trancou e guardou a chave pendurada em um cordão no pescoço e olhou para o moreno.

─  Depois eu peço para o Byun arrumar uma cópia para você, mas por enquanto essa fica comigo.

O Oh falou sem evitar ri da cara de tacho do Kim e logo depois voltaram a rotina monótona e cinza do Instituto.

⋇⋆✦⋆⋇ 

─ SEHUN!

O rapaz quase caiu para trás ao ouvi o berro do melhor amigo e logo em seguida o peso do mesmo se jogando sobre o mesmo.

─ Por Deus, está tentando matar seu melhor amigo de susto Baekkie?

O Byun sorriu de um jeito escandaloso sentando-se ao lado do mesmo debaixo daquela pequena árvore, o Sol tinha resolvido dar as caras naquele dia e os alunos aproveitavam para receber um pouquinho de vitamina D.

─ Nha…  - o menor bagunçou os cabelos do mesmo ─  Eu vi você com o aluno novato ontem, aonde vocês foram?

─ Você nos viu?

─  Uhum…  Eu estava saindo da sala. E vi vocês saindo juntos.

─  Ele queria conhecer o campus. E eu fui mostrar para ele.

─  Logo você? Que não fala com ninguém. – Sehun abriu a boca para falar mas Baekhyun o interrompeu ─  E não vale, eu, o Yixing, seu pai e a bibliotecária.

Sehun calou-se. Era verdade. Nunca foi de falar com ninguém, justamente porque não queria ninguém lhe tratando como incapaz,  ou querendo lhe proteger.

─  Você sabe bem o porquê. – A voz do Oh não era de repreensão, só um pouco triste.

─  E ele lhe trata diferente?

─  Ele não sabe…

⋇⋆✦⋆⋇ 

Sehun estava deitado no carpete felpudo do cantinho que ele e Jongin arrumaram, aproveitava a luz para desenhar. Era sábado  e naquele dia o Kim não iria ao Instituto. O que era uma pena. Por um momento Sehun desejou ser livre para sair além dos limites do portão nem que fosse por um dia. Andar pelas as ruas de Wolf City, como fazia antigamente, mas seu pai jamais iria lhe permitir.

Estava confinado naquele lugar.

Por sorte, Yixing, namorado de Baekhyun e também seu amigo, havia lhe arrumado um celular, não era novinho mas até que funcionava bem, e de bônus ainda tinha deixado gravado o número de Jongin no celular. Aquele chinês conseguia qualquer coisa mesmo, já tinha fama no Instituto por isso.

“Assim você não passa seu fim de semana completamente sozinho”

Lay, como o chinês gostava de ser chamado havia lhe dito antes de entregar o aparelho e mais algumas recomendações sobre ter cuidado para não ser pego.

Deixou o lápis de canto e tirou o aparelho do bolso ligando o mesmo e abrindo nas conversas. O único número ali sendo o do moreno que tinha lhe feito companhia nos últimos dias. Digitou algumas palavras ainda incerto se devia mandar ou não a mensagem, por fim acabou enviando.

Sehun:
Oi

Sehun esperou ansioso pela resposta que não tardou a vir.

Nini:
Oi,
Quem é?

Sehun:
Sou eu Jongin, o Sehun.

Sehun respondeu mordendo o lábio já que o moreno demorou um pouco para responder, talvez não tivesse sido uma boa ideia.

Nini:
Sehun?
Como conseguiu o meu número?


Sehun:
Foi o Yixing, assim como o telefone também.
Espero que não fique chateado.
E desculpa mandar mensagem sem avisar. Mas é que aqui não tenho mais ninguém para conversar.

Nini:
Tudo bem Sehunnie. Eu só fiquei surpreso. Mas e aí, como você está?

Sehun:
No tédio e você?

Sehun sorriu inconscientemente, estava feliz pelo moreno lhe ter respondido. Assim pelo menos teria alguém para conversar.

Do outro lado, Jongin também estava feliz por ter recebido notícias do menor, assim não precisaria passar o dia encarando o telhado do próprio quarto.

Nini:
No tedio também.
Quer que eu vá para ir?

Sehun olhou a mensagem e ficou extremamente nervoso. Queria que o maior estivesse ali consigo, não do outro de uma tela, mas poderia ser muito arriscado, se o mesmo fosse pego dentro dos limites do Drop & That fora do período de aula.

Sehun:
Eu não sei Jonginnie. Alguém pode ver você.

Nini:
Eu prometo que ninguém vai saber que eu estive aí.
Mas se não quiser me ver tudo bem.

Jongin sabia jogar como ninguém com o psicológico de alguém, fazendo com  que a ocasião ficasse totalmente a seu favor. Era injusto apelar para o lado emocional do mais novo, mas ele próprio não havia lhe deixado escolha.

Sehun:
Não fala isso Jonginnie, é claro que eu quero ver você.

Sehun pareceu querer digitar mais alguma coisa o que não passou despercebido pelo moreno que sorria, já imaginando a resposta do mesmo

Nini:
Então..

Jogou a última cartada, se Sehun não respondesse o assunto morreria ali.

Já o Oh encarava aquela última mensagem a quase cinco minutos sem saber o que que responder para o moreno. Queria muito ver o mesmo, compartilhar um fone de ouvido com as músicas preferidas de ambos, mas seriamente pensava nas consequências, se fossem descobertos provavelmente seu pai iria trancá-lo novamente no quarto, e aquilo o mais novo não iria suportar, não de novo.

Nini:
Responde Sehunnie.
Eu sei que você está aí.

Jongin  já estava impaciente com a demora do menor e estava preste a mandar uma mensagem desistindo de ir, quando recebeu a resposta que tanto queria.

Sehun:
Está bem Nini.
Você pode vim.
Só toma cuidado tá?

Nini:
Está bem. Eu vou tomar. Aonde você está?

Sehun:
No nosso cantinho. Te espero aqui.

Nini:
Okay.
Jajá estou aí.

Jongin ficou off-line e o Oh mordeu o lábio nervoso. Agora não dava mais para voltar atrás.

Sentou-se próximo janela observando dali boa parte do campus, ou pelo menos tentava, já era noite, e Sehun se perguntava quando tinha escurecido tão rápido. A luz do abajur ajudava a iluminar precariamente o lugar, o que era bom, assim ninguém conseguia notar a presença de gente ali.

Passou a andar de um lado para o outro, tentando acalmar seu coraçãozinho. Há quanto tempo se sentia tão nervoso apenas por rever Jongin? Ele era seu amigo oras, não tinha porquê ficar assim. Mas mesmo assim não conseguia evitar.

Olhou a si mesmo se xingando mentalmente, pelo que vestia. O tradicional uniforme verde-musgo sem graça, que na visão do Oh, ficava mais sem graça ainda. 

Tirou o blazer e dobrou a manga da camisa, se livrando também da gravata, abrindo os botões da camisa deixando a solta para fora da calça. Se sentia patético. Mas não podia evitar.

“É só o Jongin, Sehun”

Sehun pensou.

Mas não era somente o Jongin.  Era o Jongin com sua pele morena cor de pecado, os seus cabelos castanho chocolate despenteados, que a seu modo estava sempre bem arrumado, e seu sorriso assustadoramente sexy que deixava o menor de pernas bambas.

E como o Oh sabia disso? Bem vamos dizer que ele praticamente obrigou seu melhor amigo Baekhyun a contar-lhe cada mínimo detalhe, mesmo depois tendo que ouvir o mesmo falar sobre não se apaixonar por um badboy.

Entretanto, Sehun não achava Jongin um badboy, muito pelo contrario, o Kim sempre fora gentil consigo, respeitando sempre que o mesmo não lhe respondia alguma coisa. Era atencioso, amável e muito carinhoso. Alegre.

Jongin exalava vida e foi exatamente isso que atraiu a atenção do Oh.

Saiu de seus devaneios ao ouvir os toques na porta, já sabendo quem se tratava e não evitou ficar mais nervoso ainda, sobretudo com a imagem que viu assim que o moreno adentrou a porta.

Jongin vestia uma calça que o Oh julgava ser branca, uma blusa com estampa tropical, embora não soubesse identificar a cor e o maldito/bendito sorriso sexy nos lábios.

─  Demorei Sehunnie? – O Kim perguntou já bem próximo ao mais novo o envolvendo em um abraço caloroso.

─ Não Jonginnie – Retribuiu ao abraço do mesmo, sentindo seguro entre seus braços e sentindo o cheiro amadeirado que o maior exalava. ─  Estou feliz que veio.

─  Hm.. Que bom. Eu trouxe algumas coisas para nós.

Jongin se afastou a contra gosto do menor e pegou a sacola que tinha deixado do lado de fora da porta caminhando até o centro do carpete vendo os cadernos de desenho do Oh espalhado por lá.

─ Uau, você estava desenhando antes de eu chegar.  – Se abaixou para olhar melhor o desenho que mesmo estava fazendo.

─  É-é. Eu estava…

─  Por que está tão nervoso Sehun? Você desenha muito bem, não precisa ficar nervoso desse jeito.

─  É-é que… 

Nem precisou responder. Ao folhear as páginas do caderno do menor, Jongin entendeu os motivos do nervosismo do mais novo. Não era qualquer desenho, era ele próprio, e não só um, inúmeros desenhos do Kim, alguns retratando cenas que realmente acontecia, como um de Jongin sentado sobre a moto enquanto esperava o portão abrir.

E outros um tanto mais ousados, como uma de Jongin sem camisa, o tronco orvalhado de suor, e o zíper meio aberto, com o volume bem marcado, algumas tatuagens espalhadas pelo abdômen e braços e um sorriso indecente nos lábios.

Jongin olhava tudo surpreso e admirado. Virou se de frente para o Oh que tinha congelado onde estava apenas esperando qualquer reação do mais velho para que pudesse sair correndo dali.

─  J-jongin…  m-me desculpa…  e-eu não devia… - O Oh estava cada vez mais nervoso tentando entender o que passava na cabeça do moreno

─ Não devia o quê? Ter me desenhado?

─ É-é…  não fica bravo, por favor.

─ Por que eu ficaria bravo Sehunnie? – Jongin perguntou estendendo a mão chamando o menor até si.

─ Você pareceu não ter gostado, sei lá.  – Sehun falou sentando se ao lado do maior, assim como este havia lhe pedido mas sem ainda consegui o encarar.

─ Você está enganado Sehunnie. Eu gostei e muito. Só fiquei surpreso. Poderia ter me falado que queria me desenhar, eu teria pousado para você – Falou com a habitual malícia.

─  Para Jongin! – O menor falou ficando vermelhinho.

─  Qual é Sehun, você me desenha seminu e não quer que eu falei nada?

─ Não. – Fez um bico nos lábios bonitos.

Jongin observou o mesmo por alguns segundos, o rosto corado bem próximo a si e os lábios rosados implorando para ser beijado. Sem consegui resisti segurou na nuca do mais novo o trazendo mais para perto unindo seus lábios ao dele em um beijo calmo.

Era um simples selar, mas o suficiente para fazer o coração do Oh disparar a ponto de querer sair de sua caixa torácica. Sempre desejou saber que gosto tinha os lábios carnudos do moreno, mas nunca passou pela sua cabeça que talvez ele desejasse o mesmo.

Fechou os olhos ao ter seu inferior sugado de modo delicado, as mãos firmes de Jongin segurando em sua cintura, o impedindo de fugir do contato, não que realmente ele quisesse isso.  Levou as mãos aos fios macios do Kim,  assim que o mesmo aprofundou o beijo, as línguas se encontrando em uma dança perfeita, os corpos de encaixavam muito bem.

Suspiros baixinhos escapavam por parte de Sehun sempre que as mãos grandes do moreno apalpava suas costas arranhando de leve, descendo até as nádegas redondinhas, mesmo que não tivesse malícia em seus atos.

Afastaram os lábios, xingando mentalmente a maldita falta de ar que se fez presente. Mantiveram ainda próximo a tez coladas, podendo um sentir a respiração do outro e um turbilhão de sentimentos até então desacordados pairando no ar.

Não trocaram palavras, não precisavam delas, o corpo falavam por si.

O Oh deitou a cabeça no ombro de Jongin aproveitando o calor do mesmo.

O moreno era quente, extremamente quente, naturalmente quente, e Sehun gostava tanto de sentir esse calor, que tinha medo, tanto medo que seu coração chegava a doer.

─  Sehun, diz alguma coisa.

O silêncio do menor estava deixando Jongin nervoso, já que quando estavam a sós ele era sempre muito falante, embora nada que falasse fizesse sentido e nunca respondesse suas perguntas.

─ Não quero falar nada Jonginnie, só quero ficar agarradinho a você.

E Jongin? Jongin não era nem louco se recusar um pedido daquele. Deitou se no carpete fazendo carinho nos fios do mais novo que agarrou-se ainda mais a seu corpo. E por ali ficaram.

⋇⋆✦⋆⋇ 

Uma semana se passou…

Sehun estava cada dia mais envolvido com Jongin, os beijos mais frequentes e vez ou outra algumas mãos bobas, que faziam depois o Oh ter que se aliviar no banho gemendo o nome do moreno. Estavam mais próximos, quase inseparáveis, o que fazia até Baekhyun reclamar que o mais novo não tinha mais tempo para si.

Duas semanas depois…

Sehun estava fodidamente apaixonado e não conseguia mais esconder. Seus pensamentos sempre corriam para a imagem de Jongin, dos beijos trocados, das palavras não ditas mas estavam lá.

Fechou os olhos e quase gemeu inconscientemente ao ter sua mente inundada pelo moreno, estavam os dois no cantinho, Jongin sentado no carpete com o menor em seu colo, trocavam um beijo quente,  o corpo de Sehun reagindo a cada toque e provocação, uma ereção indecente marcando o tecido da calça e suspiros escapando de seus lábios. O Oh tinha a mente bem fértil as vezes.

Queria tanto Jongin, como nunca quis alguém.

Deslizou a mão por dentro da boxer que usava, já que era a única peça que usava, por está no quarto, apertando o próprio membro iniciando uma lenta masturbação , desejando o moreno ali consigo o olhando lascivo e o sorriso malicioso nos lábio carnudos que tanto gostava de beijar. Acelerou os movimentos da mão, mordendo o lábio com força tentando abafar os gemidos, sentindo o gosto férreo na boca.  Estava próximo, tão próximo que seu corpo fervia, sua visão tornando-se nublada e já não conseguia conter seu próprio escândalo. Não precisou de muito, só imaginar Jongin ali consigo, lhe fodendo daquele jeito gostoso que outrora sonhara para gozar na própria mão chamando em lamuria o nome do Kim.

Três semanas depois….

Sehun estava deitado em sua cama mexendo em seu celular enquanto observava do outro lado Baekhyun se agarrando com o namorado sem vergonha alguma.

Os dois não ligavam se o menor estava descumprindo as regras do Instituto, Sehun estava feliz e isso bastava para os dois, já cansados de ver o pequeno Oh tão preso.

O celular na mão de Sehun vibrou indicando uma nova mensagem, logo a lendo todo afoito.

Nini:
Se arruma.
Estou indo aí buscar você. Vamos dar uma volta hoje
Bjs.

─  Meninos…  - Chamou Lay e Baekhyun que logo estavam sentados o encarando.

─ O que foi Sehun? – Lay perguntou com a voz cortada já que o Byun insistia em continuar a lhe provocar.

─ O Jonginnie está…  está vindo me buscar. O que eu faço?

─ Vai ué – O Byun respondeu mais interessado em continuar o que fazia com o namorado.

─ M-mas…  - O Oh não sabia o que dizer.

─ Você não quer ir? – Lay perguntou, afastando o Byun. ─  Para Baekkie.

─ Quero. É só que

─  Vai besta. A gente cobre você.

─  Vocês são os melhores. – Sehun se jogou sobre os mesmos em um abraço coletivo.

─  Tá. Tá. Nós sabe. Agora vai se arrumar.

Sehun caminhou até o banheiro e tomou um banho rápido, não queria se atrasar e pegou a melhor roupa que tinha, ou seja, o uniforme sem graça do Drop & That e parou meio do quarto olhando para os dois.

─  Tô pronto.

Baekhyun o olhou, escaneando de cima abaixo. E balançou a cabeça negativamente.

─ Nem sonhando você vai sair com o moreno tentação vestido nisso – o Byun falou apontando para a roupa do mais novo.  ─  Tira isso, vou arrumar algo para você.

Sehun  não questionou, apenas obedeceu o mais velho. Logo Baekhyun lhe entregou umas peças de roupa.

─ Veste.

A roupa se resumia a uma calça preta com rasgos , que marcava muito bem as coxas e a bunda farta do mais novo. Uma camiseta preta do Nirvana, Sehun sempre foi apaixonando por músicas do século passado e uma jaqueta rosa entregue por Yixing. Os cabelos bem arrumados e um perfume, tudo sem exagero.

─ Ficou gostoso – Lay soltou levando um tapa do namorado ─  Que foi amor? E verdade.

Baekhyun  analisou o mesmo de cima a abaixo, tinha que concordar com o namorado, o Oh estava uma delicia naquela roupa.

Foram interrompidos com os toques na porta. Jongin tinha chegado. Lay se levantou e foi abrir a porta, ficando um tempo encarando o moreno parado na porta.

─ O Sehun… - Foi tudo que Jongin disse sem conseguir evitar sorri do jeito que o chinês o olhava.

─  Ele já tá vindo.

Abriu a porta desejando o Kim a vista de todos. Sehun sorriu. O moreno estava mais lindo, se é que era possível, naquela calça de couro, camiseta preta com a estampa de alguma banda que Sehun não conhecia e a inseparável jaqueta.

─  Vamos?  - o Kim perguntou sorrindo.

─  Sim.

Sehun caminhou até o moreno, do qual recebeu um selar nos lábios.

─ Hey Sehunnie…

─ O que Yixing?

─ Se você não der para ele, eu dou – falou no ouvido do menor, mas o moreno acabou ouvindo também deixando o mais novo extremamente corado.

─  Yixing…

Repreendeu antes de ser puxado pelo moreno pelos corredores. A pouca iluminação ajudava os dois passar despercebido até o muro dos fundos do local.

─  Você está muito lindo hoje. – O Kim soltou ao ajudar o menor subir no muro com certa dificuldade devido a falta de iluminação.

─  Só hoje? – Sehun olhou o moreno  que a essa altura já tinha pulado para fora e abriu os braços para segurar o mesmo.

─  Não Sehunnie. Você está sempre lindo. Mas é que hoje, está mais, sem aquele uniforme feio. – disse roubando um beijo em seguida de modo terno e apaixonado.

De mãos dadas caminharam até a moto do Kim que foi deixada um pouco mais afastada, sendo ajudados pela lanterna do celular, já que naquela parte não existia nenhum tipo de iluminação. Como de costume Jongin abraçou a cintura do menor evitando que o mesmo tropeçasse e se machucasse.

Subiu na moto e ajudou o Oh, que agarrou em sua cintura assim que sentiu o vento contra seu rosto.

O sentimento de liberdade era tão bom e fazia muito tempo que Sehun não se sentia assim, livre. Observava as ruas, Wolf City não tinha mudado quase nada em seus três anos de ausência, talvez só um pouco mais cinzenta, não que já não estivesse acostumado.

─ Aonde está me levando Jongin? – Perguntou alto o suficiente para que pudesse ser ouvido.

─ Surpresa. – respondeu ao menor acelerando mais , apenas para sentir o mesmo lhe apertar.

⋇⋆✦⋆⋇ 

Estavam parados frente a um bar, e uma sensação de dejavu percorreu Sehun, conhecia bem aquele lugar, e sinceramente desejava não se lembrar mais. Segurou firme a mão de Jongin ao adentrar o local, estava tão diferente da última vez que estivera ali, mas ainda era o mesmo lugar, as mesmas pessoas. E Sehun, quase chamou Jongin para sair dali, mas acabou deixando-se ser arrastado até o bar pelo moreno.

─ Sehun, o que você quer beber? – Jongin perguntou sem obter uma resposta. ─  Hey, Sehun…Está tudo bem?

Sehun ainda conseguia ouvir os risos, os gritos sendo cobertos por sons de sirenes de ambulância. Balançou a cabeça negativamente antes encarar um moreno confuso a sua frente.

─  Está sim.

─  Tem certeza? – perguntou Jongin, o Oh estava pálido, mais pálido que o normal.

─  Tenho. – Sehun sorriu tentando amenizar a situação.  ─  Podemos dançar?

─  Podemos sim.

O Kim guiou o menor até o centro do local, após pegar uma bebida qualquer no bar, começando a dançar ao som de “The Promise “ do When In The Rome, esse era um dos motivos de Sehun tanto gostar do The Eve quando era mão jovem, o ótimo gosto musical e também o fato de não se importarem de vender bebidas alcoólicas a menores, os corpos se movimentando sincronia perfeita. Aproveitando se da proximidade que estavam Jongin passou a cantar a letra da música no ouvido do menor.

If you need a friend
(Se você precisar de um amigo)
Don't look to a stranger
(Não olhe para um estranho)
You know in the end
(Você sabe que, no final)
I'll always be there
(Eu sempre estarei lá)
And when you're in doubt
(E quando você estiver em dúvida)
And when you're in danger
(E quando você estiver em perigo)
Take a look all around
(Dê uma olhada ao redor)
And I'll be there
(E eu estarei lá)
I'm sorry, but I'm just thinking of the right words to say
(Me desculpa mas eu estava pensando nas palavras certas para dizer)
(I promise)
(Eu prometo)
I know they don't sound the way I planned them to be
(Sei que elas não soam do jeito que planejei)
(I promise)
(Eu prometo)
But if you'll wait around a while, I'll make you fall for me
(Mas se você esperar um tempo, eu farei você apaixonar-se por mim)
I promise, I promise you I will
(Eu prometo, Eu prometo a você que farei)
(...)
Continuaram a dançar e Jongin continuava a cantar baixinho, como se as palavras fosse ditas propositalmente ao outro. Sehun tentava apagar as lembranças que insistia em lhe visitar, mas os olhares acusadores sobre si, deixava um clima tenso.

─ Sehun, por que estão te olhando desse jeito? – Jongin perguntou depois de um tempo com o corpo colado ao do menor vendo o mesmo ficar mais tenso e apertar seus ombros. ─  Tudo bem Sehunnie, não precisa falar, mas se quiser podemos sair daqui.

─ Eu quero sim. – O Oh falou já começando a andar para a saída mais foi interrompida por uma voz, que era a última que queria ouvir.

─ Isso Sehun, foge de novo. Continua fingindo que nada do que aconteceu foi culpa sua.

Sehun se encolheu ainda mais sem evitar algumas lágrimas cair, agarrou mais ao moreno e desejou mentalmente que o terceiro ali calasse a porra da boca. O que de fato não aconteceu.

─ Pelo menos ele sabe? Sabe quem você é de verdade? Sabe o que você fez?

─  Cala a boca Tao. CALA A MALDITA DA PORRA SUA BOCA PELO MENOS UMA VEZ. – Sehun explodiu tampando os ouvido de modo infantil, sem consegui conter o choro que chegava com força.

─ ELE ERA SEU IRMÃO! SEU IRMÃO! E SE ELE NÃO ESTÁ AQUI AGORA, A CULPA É TODA SUA. SE NÃO FOSSE POR SUA CAUSA O YIFAN AINDA ESTARIA VIVO. VOCÊ O MATOU, VOCÊ SEHUN – Huang Zitao explodiu, sem aguentar mais a mágoa que guardava em seu coração durante aqueles três anos, e agora não conseguiu se conter ao ver o menor ali, “bem e feliz”. Não era justo.

─ Eu sei, eu sei…  - Sehun repetia meio o choro e foi abraçado por um Jongin  que não estava entendendo muita coisa.

─ Vamos Sehun. Vamos embora. – Jongin ergueu o menor do chão carregando o mesmo em seus braços até estarem bem longe daquele local, depois pegaria sua moto, ela não tinha a menor importância agora, mas sim o estado de Sehun, que continuava a chorar compulsivamente em seu ombro.

─ M-me desculpa Jonginnie.. Me desculpa estragar nossa noite.

─ Tá tudo bem Sehunnie. Só tenta ficar calmo hm? – Jongin falou com a voz mansa, na intenção de acalmar o menor e de certo modo tinha dado certo, embora o corpo do menor, ainda sofresse tremores devido os soluços.

Sehun agarrou-se mais ao moreno apertando-o em um abraço sofrido, como se tentasse desculpar por algo que sequer tinha culpa, Zitao tinha sido um completo idiota. As palavras do chinês tinham trazido à tona lembranças que o Oh tentava esquecer a todo custo, a culpa lhe corroendo por dentro novamente.

Por outro lado, Jongin não sabia bem o que fazer depois do que ouviu, tinha medo de perguntar e machucar ainda mais o menor, embora as acusações do tal Zitao tinham sido forte. Parou em uma praça se sentando em um banco deixando o menor sobre seu colo. Não poderiam voltar a pé ao Instituto, e muito menos chegar lá com um Sehun naquele estado.

Acariciou o rosto do mesmo secando os últimos rastros de lágrima. Encolhido em seu colo o Oh parecia tão menor e tão frágil, como o próprio nunca tinha visto.

─ Está tudo bem? – Arriscou a perguntar sem abandonar os carinhos que fazia no mesmo.

─ O que você acha? – Sehun perguntou retórico, brincando com os próprios dedos. A pouca luz naquela praça dificultava que ele visse com perfeição o rosto do moreno.

─ Olha eu não sei o que aconteceu. Mas eu tenho certeza que não foi culpa sua. Aquele idiota lá só devia está com raiva. – O Kim falou calmo, não acreditava que Sehun fosse culpado pela morte do próprio irmão como o rapaz do bar o tinha acusado mais cedo.

─ N-não. – Sehun mordeu o lábio e abaixou a cabeça sem consegui encarar o moreno. ─  Ele tem razão Jonginnie, se naquele dia eu não tivesse… não tivesse…  - Tentou falar mais a voz estava embargada. Doía tanto.

─ Não precisa falar. – Jongin depositou alguns beijinhos no rosto do mesmo.

─ Eu sei, mas eu quero. Eu nunca falei disso com ninguém, então é difícil. – Sehun estava mais calmo, embora os olhos ainda estivessem marejados. ─  E dói Nini, bem aqui. – Apontou pro próprio coração.

─ Então me conta. Quem sabe dividindo essa dor comigo, passe a doer um pouco menos, hm? – Fez o cotorno dos lábios fininhos e machucados do mesmo ─ E ninguém mais precisa saber, mas também você não precise mais carregar tudo sozinho.

Jongin estava certo. Não precisava carregar tudo sozinho e o moreno estava ali, disposto a ouvi-lo e conhecendo o Kim como conhecia sabia que nunca seria julgado pelo mesmo. Amava Jongin, confiava nele mais do que em qualquer pessoa, embora só o conhecesse a algumas semanas.

─ Isso foi a três anos. E na época eu era um pouco rebelde e idiota também.

─ Hey, não fale assim.

─ Tá tudo bem Nini. Eu não era um garoto fácil mesmo.   E certa noite…  - Sehun fechou os olhos, as lembrança daquele trágico dia ainda tão frescas em sua memória.


Flashback On – Pov’s Sehun.

Eu tinha acabado de sair de casa, de novo, já tinha virado rotina entrar em casa apenas para trocar de roupa pedir dinheiro para minha mãe e sair novamente para encontrar os caras, não era amigos, apenas companheiros que tínhamos vontade em comum, beber, fumar e virar mais uma noite na rua. Eu sei. Eu sei. Não é assim que um garoto de 16 anos deveria viver, mas era exatamente assim que eu era.

─ Filho, fica em casa só hoje. Seu irmão está para chegar. – Ouvir a voz da minha mãe, e se na época eu soubesse o que iria acontecer, com certeza eu teria escutado ela.

─ Não mãe, nem pensar. Os caras tão me esperando no The Eve. Não posso me atrasar. E eu preciso de uma grana

─ Os caras? Que caras Oh Sehun?

─  Meus amigos mãe.

─ Seus amigos não tem nome não?

─ Qual é mãe? – Perguntei já sem paciência, se eu falasse com quem estava andando aí que ela surtaria de vez mesmo. ─ Vai me dar a grana ou não?

─ Hoje não tem grana para você.

─ Se fosse para o Yifan…

─ Se fosse para o Yifan? – Ouvir a voz da mesma ficar alterada, tinha encostado em sua ferida. ─  Primeiro que se fosse para o Yifan, eu não precisaria dar porcaria de dinheiro alguma, porque ele estuda e trabalha. E você? Você não faz nem uma coisa, nem outra.  Quer sair com seus caras aí? Saia, mas hoje não ver tá dinheirinho de mamãe para sustentar seus luxos podres não.

─ Ótimo. Eu vou. Fica aí esperando seu queridinho sozinha então.

Sair de casa batendo a porta com força. Estava com raiva. Com raiva da dela, de Yifan. Entrei em um carro e fui para no The Eve, disposto a beber tudo que visse pela frente até esquecer de tudo que tinha ouvido mais cedo.

Flashback Off.


─ S-Sehun? – Jongin estava em choque, jamais imaginaria que aquele garoto gentil e calmo que conhecera a poucas semanas, tivesse a coragem de fazer o que  havia acabado de contar.

─ Eu disse que eu era um rapaz difícil Jongin, mas isso foi antes, antes de tudo acontecer. – Sehun mordeu o lábio e o Kim sabia que a parte difícil daquela história toda ainda estava por vir.

─ Se você não quiser falar mais, eu vou entender. – Jongin disse calmo, não queria que o menor se sentisse pressionado ou algo do tipo.

─ Eu quero terminar Jongin. Acho que vai ser bom para mim desabafar tudo sabe.

─  Pode falar então. Eu sou todo ouvidos.

─ Como eu estava dizendo…


Flashback On – pov’s Sehun.

Naquela noite, eu bebi muito, e não me lembro muito do que foi, eu sempre bebia mais só chopp mas pareceu insuficiente, então passei a beber outras bebidas junto com os caras que riam dizendo que eu ia acabar por ter um coma alcoólico.

Já passavam  das três da manhã quando ouço uma voz na porta do bar, e  tinha cara de poucos amigos. Era meu irmão Yifan.

─  Sehun vamos para casa – Sua voz era grave e firme.

─  Vai você, eu não vou. – Falei com a voz embolada mas decidido a ficar ali.

─  Não estou lhe chamado para ir, estou dizendo que vamos para casa. – Ele caminhou até mim, e como fazia sempre que ele se aproximava, dei alguns passos para trás me encolhendo um pouco. ─ E você vai. Não tem escolha não.

─ Eu não vou Yifan, me deixa em paz.

─  Você só tem 16 anos, acha mesmo que se manda?

Ele me agarrou, jogando em seus ombros e por instinto passei a estapear suas costas na tentativas que ele me soltasse, não que fosse fazer efeito já que meu irmão era um brutamonte de quase 1,90.

─ Me solta Yifan, eu não sou criança. – Continuava a estapeá-lo várias vezes.

─ Então pare de agir como uma e cresça Sehun

Yifan jogou sem delicadeza alguma no banco do carona de seu carro e entrou furioso do lado do motorista.

─ E só avisando, se vomitar no meu carro, vai lavar.

Ele deu a partida do carro, me tirando dali, suas expressões estavam fechadas o que dizia que não estava bravo comigo só porque eu estava bêbado, tinha algo mais.

─ Tem noção de como nossa mãe ficou depois que você saiu daquele jeito Sehun? Tem noção que tudo que você faz só faz magoar ela e nosso pai. E a mim também.

─ Nosso pai não se importa…

─  Cala a boca que eu estou falando Sehun! – Sua voz era fria que chegava a causar calafrios,  embora o tom continuasse igual. ─  E você? Você se importa?

─ Eu…

─ Não Sehun, você é o que menos se importa. Você não se importou quando deixou de estudar e passou a beber, fumar  e andar com os caras que você sequer lembra o nome. Você não se importa quando deixa nossa mãe todas as noites quando sai sem dizer que horas volta. E como eu sei? Porque é para mim que ela liga chorando, se martirizando sobre o que fez de errado para você odiar tanto a gente.

─  Eu não odeio vocês…

─ Então fala Sehun, por que faz isso consigo mesmo? Acha que isso vai ser futuro para você? Até onde você acha que essa sua vidinha de merda pode te levar. Você só tem 16 anos, ainda não sabe de nada. Acha que todos vai se importar com você para sempre sendo que nem você se importa.

─ Para Yifan – falei soltando um soluço.

─  Parar por quê? Dói ouvir a verdade né. Ouvir que ninguém vai gostar ou se importar com você, nem mesmo os caras que você tanto orgulha em chamar de amigos. Porque eles só vai se importar enquanto você tiver dinheiro de papai e mamãe para bancar eles. Eu to mentindo Sehun?

Não, ele não estava, Sehun tinha tirado prova disso hoje, quando chegou no bar e falou que estava liso, e ninguém mais quis falar consigo, exceto Junmyeon, que tinha falado que iria pagar para ele as bebidas em troca de um boquete mais tarde.

─  A mamãe  vai me dar dinheiro – falou não tão convicto.

─ Não Sehun, ela não vai. Hoje mesmo ela não te deu. Não é mesmo?

─ Como… ?

─  Como eu sei? – Yifan riu, e tinha certeza que era da minha cara de tacho. ─ Foi eu quem disse para ela não te dar mais dinheiro.

─ Por quê? Por que fez isso?

─  Para ver se assim você cresce…

─ Você não tinha esse direito. – Começo a estapear o mesmo lhe arranhando chegando a deixar marcas das unhas ─  EU ODEIO VOCÊ, ODEIO, ODEIO VOCÊ…

─  Para Sehun, a gente vai bater…

Ele desviou o olhar da estrada tempo suficiente para me empurrar contra o estofado, mas também tempo  suficiente para perder o controle do carro por alguns segundos, devidos as pistas sempre molhadas de Wolf City, e só podemos ver a luz branca de um caminhão  em nossa direção, Yifan ainda tentou desviar mas já estava próximo demais…

Flashback Off


Aquela altura Sehun já não conseguia mais conter o choro, que molhava a camisa de Jongin que sem saber o que falar apenas o abraçava-o mais forte que conseguia.

─ E-ele se foi Jongin, e a última coisa que eu disse para ele, era que o odiava.- Sehun falava entre soluços apertando o maior contra si. Os olhos chegavam a arder mas ele não se importava, só queria chorar, tudo que tinha guardado consigo nos últimos anos.

─ Ele sabia que você estava bêbado e cabeça quente Sehunnie. – Jongin falou com a voz calma no ouvido do mesmo ─  E onde quer que ele esteja, seu irmão sabe o quanto você o amava.

─ Mas se não tivesse sido tão imaturo e teimoso, nada disso teria acontecido.

─ Você tinha 16 anos, é natural ser imaturo e teimoso aos 16. – Jongin sorriu olhando para o mesmo que acabou sorrindo também.

─ Obrigado por está aqui comigo Nini. E por ser assim tão maravilhoso sempre.

─ Eu sempre vou está com você.

─ Vai mesmo?

─ Vou sim e sabe por quê?

─  Por que Nini?

─ Porque eu amo você. E quem ama apoia e está sempre perto.

─ Nini, eu… - Sehun não falou mais nada apenas abraçou o maior unindo seus lábios ao dele, dizendo naquele gesto tudo o que não tinha palavras para dizer.

A noite já estava alta quando Jongin ajudou Sehun atravessar o muro do Instituto prometendo voltar no dia seguinte. Despediram se com beijinhos sentados sobre o muro, tão tipicamente romântico. O Oh voltou ao quarto, com o coração mais leve e com mais de um motivo para bater mais forte.

⋇⋆✦⋆⋇ 

Jongin não mentiu quando disse que voltaria no dia seguinte, e no outro, no outro e no outro, estavam praticamente inseparáveis. O Kim já até tinha se enturmado com Baekhyun e Lay formando um quarteto meio maluco. Aos poucos ia sabendo mais da rotina de Sehun, dos motivos do menor ficar sempre preso ali, mas algumas coisas ainda não entendia direito e os demais não pareciam disposto a contar mais nada sobre o assunto.

Agora,  Jongin e Sehun encontravam deitados no carpete, olhando pela pequena fresta, era uma manhã  de domingo e os dois decidiram passar o dia no cantinho que era só deles, compartilhando beijinhos e um fone de ouvido, onde tocava baixinho “Home” com a participação de Machine Gun Kelly, um dos artista favoritos do moreno.

Look, I been through so much pain

(Olha, já passei por tanta dor)
And it's hard to maintain, any smile on my face
(E é difícil manter qualquer sorriso em meu rosto)
'Cause there's madness on my brain
(Porque há loucura em meu cérebro)
So I gotta make it back, but my home ain't on the map
(Eu tenho que voltar mas minha casa não está no mapa)
Gotta follow what I'm feeling to discover where it's at
(Preciso seguir o que estou seguindo descobrir onde ela está)
I need the (memory)
(Eu preciso da (memória))
In case this fate is forever
(Caso este destino seja para sempre)
Just to be sure these last days are better
(Apenas para ter certeza que esses últimos dias são os melhores)
And if I have any (enemies)
(Esse  eu tiver alguns (inimigos))
To give me the strength
(Para me dar a força)
To look the devil in the face and make it home safe
(Para olhar na cara do diabo e chegar em casa a salvo).

─ Nini… Quer cor está o céu? – perguntou Sehun, já que de onde estava parecia tão bonito.

─ Azul Sehunnie. – Jongin já tinha se acostumado com a mania do Oh perguntar as cores das coisas.

─ Azul quente?

─  Não Sehun – o Kim sorriu encarando o menor que o olhava de volta.  ─ Azul céu.

Naquele momento as mãos de Jongin percorria a cintura fina apertando fracamente ali, observando cada detalhe do mesmo  e aproveitando da ocasião em que falavam de cores, aproveitou para perguntar o que tanto percorria sua cabeça nos últimos dias, desde que Sehun lhe contou o que aconteceu a alguns anos atrás.

─  Sehun eu posso perguntar algo a você? Se não puder responder promete não ficar bravo?

Sehun mordeu o lábio imaginando o que Jongin iria lhe perguntar e somente depois de alguns segundos afirmou com cabeça que sim.

─ Que cor são meus olhos?

─  Que pergunta é essa Nini?

─ Só responde Sehunnie. Que cor são meus olhos?

─ Castanho amendoado, bem escuros.

Jongin sorriu afirmando com a cabeça e deu um selar na testa do menor.

─  E meus cabelos, que cor estão?

─ Hm…  Castanho chocolate – o Oh se arriscou a falar, embora não tivesse certeza, mas era a última informação que tinha das madeixas do Kim.

─  Não Sehunnie. Estão azuis. – Aproximou-se do ouvido do menor sussurrando ─ Azul quente. Eu pintei antes de vir para cá hoje.

─ M-mesmo? – sentiu a pele se arrepiar pela aproximação do maior.

─ Mesmo Sehunnie. Tem algo que queira falar sobre isso.

─ Jonginnie, eu.. Eu ia te contar..

─ Ia me contar o que Sehunnie? Por que não me conta agora, hm?

─  Está bem. – Sehun continuou a olhar o mesmo fixamente. ─ No acidente, acabou acontecendo uma coisa…

─  O que Sehunnie? – Jongin perguntou fazendo um carinho nos fios negros do menor.

─ Eu acabei batendo minha cabeça com força por causa da falta do cinto de segurança. E isso acabou causando uma interrupção nas vias neuronais entre o olho e o centro de visão do cérebro, causando uma acromatopsia parcial.

─  Eu não entendi Sehunnie, tem como me explicar melhor.

─ Eu sou daltônico Nini. Não consigo distinguir as cores.

─  Por que não me disse antes, hm?

─ Porque eu tive medo – Sehun abraçou o maior escondendo a face em seu peito.

─ Medo? De quê?

─ De você passar a me tratar como todo mundo.

─ Eu jamais iria te tratar como qualquer um Sehunnie, você é muito especial para mim e eu amo você.

─ Eu também amo você.  – Sehun respondeu para o maior.

─ E tem mais alguma coisa que você ache que eu deva saber?

─ Tem Nini…

─ O que Sehunnie?

─ Sabe sobre a proibição de música e dança no campus do Instituto.

─ Sei. O que isso tem a ver?

─ De certo modo é culpa minha também – Sehun falou mais baixo.

─ Por que? Como assim?

─  O Coordenador do Instituto é meu pai – Sehun mordeu o lábio antes de prosseguir ─ E ele proibiu tudo isso, quando passei a morar aqui, assim que sair do hospital. Ele alegava que foram essas coisas que tinham me corrompido e ele queria evitar acontecer com mais alunos.

─ E desde quando música e dança corrompe alguém?

─ Eu não sei Nini. Eu já tentei fazer ele voltar atrás quanto a isso, mas ele só disse que faria se eu provasse que tinha voltado ao normal.

─ E você voltou não é mesmo? Aprendeu com tudo e está tentando ser melhor.

─ Sim Jonginnie mas ele não vai acreditar em nada que eu disser.

─ E se outra pessoa disser?

─ O que você quer dizer com isso?

─ Quer dizer que talvez esteja na hora de certas coisas mudar.

Antes de dar a chance de Sehun falar mais alguma coisa Jongin tomou seus lábios em um beijo intenso e urgente, onde as línguas se encontravam em uma dança de perfeita sintonia. O Oh levou as mãos até os fios do moreno unindo ainda mais seus corpos.

As mãos possessiva do  Kim segurando firmemente a cintura do menor, apertando ali apenas para ouvi-lo soltar suspiros manhosos em deleite.

Aos pouco, o beijo ia se tornando mais necessitado, Jongin ficou sobre o menor sugando seu lábio, movimentando o corpo causando um atrito entre os membros e  fazendo ambos gemer em uníssono.

As mãos de Sehun abriu cada botão da camiseta de Jongin expondo o abdômen perfeito do moreno, conhecendo cada pedaço de pele na ponta dos dedos.

Estava quente, muito quente, Jongin aproveitava para marcar a pele branquinha do pescoço do Oh, sua mão grande apertando o membro deste o fazendo gemer novamente.

─ J-Jongin…

Sehun gemeu um pouco mais alto, estava tão excitado e necessitado de Jongin. Seu corpo clamando pelos toques que tanto ansiava.

Jongin acabou rindo daquele modo sacana que só ele sabia ao notar o estado do menor, suado, ofegante e com uma ereção indecente entre as pernas marcando o tecido do uniforme.

Abriu os botões da camisa social do menor lentamente expondo aquela pele branquinha e imaculada que tanto desejava marcar, logo se livrando da peça, ficando um pouco surpreso com o que vira.

─ Sehun, você tem tatuagem e nunca me disse? – o Kim falou olhando os desenhos que nasciam próximo a costela e iam descendo pelo corpo e continuava por baixo do tecido da calça.

Eram traços simples porém muito bem feitos, formando um dragão emaranhado a ramos de flores, segurando uma rosa na boca.

Jongin desceu a calça do menor lentamente junto com a boxer desejando descobrir o resto do desenho.

O dragão continuava ainda por boa parte da pele, finalizando com o rabo do mesmo enrolado na coxa direita.

O desenho colorido se destacava na pele branquinha do Oh, que a essa altura encarava o moreno completamente corado.

─ Ela é linda Sehunnie. – O Kim subiu com os lábios beijando cada detalhe do desenho, causando arrepios vendo o menor se contorcer debaixo de seu corpo. ─ Quando fez ela?

─ Quando tinha 16 anos, eu estava passando o fim de semana na casa do Junmyeon e ele tem um estúdio em casa. – Sehun falou sorrindo da careta que Jongin fez ao ouvir o nome do tal Junmyeon. A tatuagem era uma das poucas coisas que Sehun não se arrependia de ter feito. ─ Ele disse que seria uma boa ideia, e eu bobinho acreditei. Doeu para caralho por sorte tinha muita tequila na casa dele.

─ Pelo menos nisso eu preciso concordar com ele, foi uma ótima ideia. – Jongin falou antes de voltar aqueles lábios fininhos que tinham se tornado seu vício. Apertou as nádegas redondinha do menor que só conseguia gemer baixinho abraçando mais o moreno.

Jongin voltou a abandonar os lábios do menor só quando este estava ofegante, fazendo uma trilha de beijos pelo pescoço e peito, prendendo um seus mamilo entre os dentes, em seguida lambeu e chupou sem nunca deixar de encarar o Oh que mantinha os lábios abertos em busca de ar.  Deixou marcas também pela barriga lisinha do Oh, segurando seu membro na mão passando a masturbar lentamente e lambeu a glande  e Sehun gemeu, chupou a glande rosinha e o menor levou as mãos até seus fios, implorando por mais.

─ Jongin, por favor…

Sehun pediu com as bochechas vermelhas e o olhar nublado de desenho e o Kim não era louco de recusar um pedido desses. Sem mais delongas, abocanhou o falo gotejante do menor deixando a língua percorrer a extensão, passando a fazer movimentos lentos de vai e vem.

─ Aahh Jonginnie…  - O Oh gemeu em deleite puxando os fios do mais velho. A quanto tempo não era tocado desse jeito, sequer se lembrava, e nem tinha importância, porque ele sabia que ninguém seria como Jongin. O Kim  lhe provocava nos menores detalhes e poderia gozar só de olhar o maior lhe chupar com um olhar de luxúria e o riso arteiro nos lábios.

Jongin acelerou os movimentos, usando a mão para ajudar na parte para ajudar com os movimentos, chupando a glande, provocando-o.  Não demorou, Sehun se desfez em sua boca gemendo um “Jonginnie” tão manhoso que o Kim sequer se importou ao engolir todo o líquido agridoce do menor que respirava ofegante.  Voltou a beijar os lábios do menor sem dar tempo para este recuperar o fôlego, sendo correspondido pelo mesmo que voltou a enlaçar seu pescoço segurando nos fios de sua nuca.

Jongin segurou apertou as nádegas fartas do menor, sua ereção dolorida sob o Jeans, incomodava precisando de alívio. Há muito tempo não se sentia tão excitado com alguém, mas jamais faria a qualquer coisa se o menor estivesse se sentindo desconfortável e fora pensando nisso que interrompeu o beijo ficando de joelhos no carpete.  Sehun sentou-se encarando-o sem entender.

─ Sehunnie, tem certeza que quer continuar? Você sabe… - Perguntou passando a mão sobre o membro marcado.

─ Tenho Jonginnie, eu quero você… quero tanto – o Oh respondeu sem evitar ficar corado.

Jongin se levantou ficando bem próximo ao menor que o encarava de baixo para cima.

─  Então me ajuda com essas roupas Sehunnie. – Jongin pediu com a voz rouca.

Sehun ficou de joelho e de modo tímido começou a abrir o botão da calça do maior, descendo a peça lentamente. O membro marcando o tecido da boxer de modo tão indecente que Sehun quase gemeu em deleite.  Agradeceu mentalmente por ser uma manhã de sol e a luz lhe permitir ver cada detalhe do homem que amava, embora a ausência de cores se fizesse presente,  nada que atrapalhasse o menor, pelo contrário, Jongin parecia ainda mais lindo em tons cinzas.

Após se livrar da peça puxou também a boxer, que por está clara Sehun julgou ser branca, molhada de pré-gozo onde a cabeça do membro do maior repousava. Se livrou da peça também, fazendo o falo pulsante saltar para fora, as veias inchadas e a glande expelindo líquido, tão convidativa e sem muita resistência o Oh lambeu ali, vendo Jongin prender um gemido. Lambeu novamente e chupou a cabecinha, seu próprio membro ganhando vida novamente. O Kim era tão fodidamente sexy.  Sem cerimônia alguma, passou a língua pelo membro, percorrendo cada uma das veias antes de colocar na boca. Soltou um gemido, ao ter sua cabeça forçada pelo maior, o que causou uma vibração, fazendo Jongin gemer mais alto e repetir o gesto, fodendo de maneira lenta a boca do mesmo.

Jongin olhou para baixo e a cena não poderia ser a mais linda, Sehun de joelhos, com os olhos fechados e as bochechas vermelhinha enquanto tinha a boca sendo maltratada pelo membro grosso, soltando gemidos abafados.

Afastou o menor de seu membro, não queria gozar cedo demais, voltou a  se ajoelhar frente o menor e iniciou um beijo afoito, chupando a língua do menor o ofegar, deitando-o cuidadosamente no carpete ficando por cima, sem colocar seu peso. Sua mão não conseguia ficar parada apertando cada parte do menor que gemia em resposta.

Finalizou o beijo quando a falta de ar se fez presente,  Sehun mantinha os lábios abertos e aproveitando-se disse Jongin levou dois dedos a boca do mesmo.

─  Chupa para mim Sehunnie.

O Oh novamente atendeu ao pedido, sem evitar corar, já sabia para que serviria, e seu corpo tremeu de ansiedade, finalmente teria Jongin e só isso faria seu coração acelerar.

─ Já está bom Sehunnie, agora só tenta ficar relaxado, hm? E se doer me fala.

Sehun afirmou com a cabeça, se sentia incapaz de pronunciar qualquer palavra no momento.

Jongin penetrou o primeiro dedo, lentamente, não tinha nenhuma pressa, embora seu membro dissesse o contrário. Não viu nenhuma expressão no menor que indicasse dor, só um desconforto. Fez movimentos lentos até julgar suficiente antes de penetrar o segundo, Sehun fez uma careta e mordeu o lábio, Então passou a lamber e morder fraquinho seu mamilo no intuito de distrai-lo, fazendo movimentos de tesoura. Poderia gozar só de imaginar seu pau ali no lugar dos dedos sendo esmagado de uma forma gostosa, então teve que se conter. Um terceiro dedo e Sehun gemeu, uma lamuria manhosa e apertou os ombros do mesmo para descontar a dor e tudo aquilo estava enlouquecendo Jongin, movimentou os dedos o mais fundo que conseguia e xingou baixinho.

─ Aahh Jonginnie… - Sehun gemeu, e não tinha dor ou incômodo em sua voz, só prazer e desejo por mais.

Jongin retirou seus dedos do interior do menor, se ajeitando melhor entre suas pernas as colocando em sua cintura, masturbou-se rapidamente usando o pré-gozo abundante e mordeu o lábio do menor, pincelando sua entrada antes de força sua glande aos poucos.

Sehun gemeu arranhando as costas do maior, sentindo ser invadidos aos poucos. Era dolorido e ardia um pouco mas nunca tinha se sentido tão completo. Puxou os fios do maior o beijando em seguida, movimentou o quadril lentamente e o Kim soltou um gemido, tão necessitado,  se movimentou novamente acostumando aos poucos com o volume e gemeu de boca aberta. Jongin  apertou sua cintura, desejando jogar toda sua delicadeza fora e foder Sehun até o mesmo não aguentar mais, mas se segurava por não querer machucar o menor.

─ Jonginnie…  - o menor gemeu novamente rebolando mais intenso contra o quadril do Kim. ─  Já pode…

Jongin quase soltou um aleluia, começando a fazer movimentos lentos e fundos enquanto marcava a tez branquinha de Sehun que aos pouco ia ficando vermelha e em alguns pontos  até roxa.

─ Porra Sehun -  gemeu rouco aumentando a intensidade dos movimentos . O interior apertado do menor lhe recebendo tão bem.

Sehun  gemia alto agarrado as costas do maior, querendo mais e mais das investidas de Jongin, que lhe preenchia tão bem. O Kim o completava de todos os modos, mordeu seu lóbulo e gemeu seu nome pedido por mais, mais forte e mais fundo. E sempre recebendo mais, Jongin lhe daria qualquer coisa que ele lhe pedisse, já tinha dado seu coração, afinal.

Os corpos se chocavam, compartilhando suor, os fios preso a testa, a respiração ofegante, as pupilas dilatadas.

─ M-mais forte Jonginnie…  - Sehun pediu entre gemidos, desejando mais do prazer o maior lhe proporcionava.

Jongin jogou todo seu outro controle longe, com o pedido tão manhoso e indecente do menor. Pegou uma de suas pernas  colocando sobre seu ombro, passando a estocar mais forte, segurando firme na cintura fina impedindo seu corpo de ir para frente.

As estocadas fortes e fundas, arrancavam gemidos/gritos do menor que segurava no carpete a ponto dos nós  dedos ficarem brancos. As borboletas no estômago causando lhe arrepios e o membro dolorido e gotejante.

Jongin apertou forte a coxa do menor indo mais forte e mais rápido, os gemidos roucos e contidos escapavam de sua sua boca. Gemeu rouco ao sentir o menor se contorcer e comprimir a entrada esmagando seu pau, tinha acertado o pontinho especial do mesmo. Passou a estocar mais rápido focando só naquele ponto.

─ Sehunnie…  Hmm – Gemeu rouco se perdendo na visão do Oh todo descabelado e ofegante.

Já Sehun não conseguia manter os olhos abertos, pequenas lagrimas se formavam no cantinho dos seus olhos, pelo prazer de ter sua próstata estimulada consecutivas vezes. Nem sequer continha seu próprio escândalo, os gemidos alto ecoando pelo local, e seriam ouvidos, se o prédio não estivesse vazio naquele dia. Levou a mão ao próprio membro, masturbando-se de um modo desajeitado, o Kim mantinha as estocadas forte e firmes em seu ponto especial e sem consegui mais se conter gozou pela segunda vez chamando arrastado o nome do amado.

─  Jonginnie..

Jongin tirou a perna do menor de seu ombro deixando seu corpo cair sobre o mesmo sem se importar com o gozo ali presente e tomou os lábios do menor num beijo desengonçado mantendo as estocadas firmes até atingir o próprio prazer se derramando no interior quente que o abrigava tão bem.

Foi parando os movimentos aos poucos prolongando a sensação de prazer, até o cansaço se fazer presente e ele rolar para o lado saindo lentamente do interior do Oh que ainda tentava recuperar o fôlego. Puxou o mesmo para deitar mais perto beijando a testa suada do pequeno.

─ Está tudo bem Sehunnie? Não machuquei você né? – Perguntou fazendo carinho em seu rosto, não suportaria machucar seu pequeno.

─ Não Jonginnie – Sehun sorriu para o maior, se sentia nas nuvens. ─ Você foi incrível, foi tudo incrível.

─ Você também meu amor. – Jongin deu mais um beijinho no menor ─ Que tal descansar um pouquinho agora, hm?

─ Uhum – Sehun respondeu sonolento já de olhos fechados se acomodando no peito do maior.  ─  Eu amo você.

─  Eu também amo você Sehunnie – Jongin sorriu bobo fazendo carinho nos fios  do menor até ambos serem vencidos pelo sono e levados ao braços de Morfeu.

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Sehun foi o primeiro a acordar, estava escuro, indicando que passaram a tarde toda dormindo. Jongin ainda abraçava sua cintura enquanto ressonava baixinho, o Oh nunca se sentiu tão sortudo, fez um carinho nos cabelos do mesmo contornando também o rosto. O local não tinha iluminação nenhuma então desenhava cada detalhe do seu rosto contornando os lábios carnudos acabando por receber uma mordida em resposta.

─ Jongin, desculpa.. Não queria ter te acordado.

─ Não me acordou Sehunnie…  - respondeu o trazendo para perto e mesmo no breu conseguiu encontrar os lábios fininhos do mesmo unindo aos seus num selar apaixonado.

─  A gente dormiu a tarde toda Nini. – Sehun falou detectando o óbvio.

─ Foi mesmo  - Jongin se espreguiçou que nem um gato, causando uma risada no menor.

─ Você precisa ir…  - Sehun tornou a falar, já estavam ali a tempo demais.

─ Está me mandando ir embora, depois da nossa primeira transa Sehunnie. Deveria saber que você só queria usar do meu corpinho bonito.

─ Não é isso Jonginnie… é que amanhã temos aula.  – Se levantou, ou pelo menos tentou, já que acabou tropeçando e caindo sobre o maior.

─ Ai – ambos falaram e depois caíram na risada do próprio desastre.

─ Hoje eu vou dormir aqui, com você.

─ Jongin não podemos…

─ Não podemos por quê?

─ Porque, porque…

─  Está decidido, vamos dormi aqui. Trouxe lençol. – falou Jongin tateando o chão ate achar a mochila onde tinha o bendito objeto e jogando sobre ambos voltando a abraçar o menor.

Ficaram conversando até o sono se fazer presente novamente e  voltaram a dormir agarradinho. E Sehun só conseguia pensar que  poderia facilmente se acostumar aquilo.

⋇⋆✦⋆⋇ 

A ideia de Jongin, era acordar cedo e sair despercebido e depois voltar no horário de aula, mas o calor de Sehun ao seu lado estava tão gostoso que acabou dormindo um pouco mais. Só percebeu que estavam atrasados ao ouvir o barulho dos alunos no andar debaixo. Se levantou e vestiu acordando Sehun também.

─ Sehunnie acorda. A gente dormiu demais – Chamou dando um beijo no mesmo que acordava lentamente.

─  Bom dia Jonginnie… - Falou com a voz manhosa e mansa.

─  Bom dia Sehunnie.

Sehun se sentou ao ouvir os barulhos no andar de baixo.

─  Isso são os alunos?

─ São sim – Acabou por ri.

─ Puta merda Jongin, a gente dormiu demais – Se levantou vestindo as roupas as pressa.

─ Foi o que eu acabei de dizer – Jongin mantinha o sorriso arteiro nos lábios.

─ Aish – Sehun sorriu corado.

Saíram do cantinho, Jongin mantinha a camisa aberta já que Sehun tinha feito o favor de arrancar os botões.

─ Eu já ia me esquecendo – Sehun tirou uma chave do bolso e entregou ao mesmo ─  Agora você tem a sua própria chave também.

─  Eu já tenho você amor… - Selou os lábios e voltando a descer a escada sem soltar as mãos.

No andar debaixo os alunos encaravam os dois, principalmente o pescoço marcado de Sehun e o abdômen exposto de Jongin, mas um olhar em específico, fez o corpo do mais novo tremer.

─ P-pai.

─  Então é aí que você anda se escondendo nos últimos dias Sehun? – A voz era calma e Sehun não sabia dizer o que se passava na cabeça do pai.

─ Pai.. Eu posso explicar.. – Falou quase em um sussurro.

─ Deixa para explicar na minha sala. Agora, os dois.

─ Sim senhor…

Os dois andavam lado a lado sendo acompanhado pelo Coordenador, os alunos encaravam e até um Baekhyun apareceu sussurrando “Ferrou”.

Entraram  na sala em silêncio até o Oh mais velho se pronunciar.

─ Pode começar a falar agora.

─ Eu e o Jongin…  - tentava achar as palavras certas.

─ Eu estou namorando o seu filho. – Foi Jongin quem se pronunciou ─ Eu não queria que o senhor descobrisse desse modo mas agora já foi.

─ Namorando o meu filho? E você sabe?

─  Sim pai, ele sabe… - Sehun falou sem soltar a mão de Jongin ─ Eu mesmo contei para ele.

A cara do Oh mais velho não poderia ser mais do que esperava, estava surpreso, já que o filho nunca tinha falado disso com ninguém.

─ Eu amo seu filho, sr. Oh. – Jongin tinha a voz firme enquando encarava o Coordenador. ─ E eu sei que o que estamos fazendo não é certo, mas você mesmo não nos deixou muita escolha.

─ Como assim? Culpa minha?

─ Se o senhor não mantivesse ele tão preso, não precisaríamos nos encontrar as escondidas.

─ Se você sabe a história, sabe o porquê de o manter aqui.

─ Já fazem três anos sr. Oh. – Jongin falava calmo e abraçou o menor mais ainda. ─ Sehun já não é mais o mesmo. Suas companhias não são mais as mesmas. E ele já não está mais sozinho. Tem a mim agora.

O Oh ouvia as palavras de Jongin atentamente e ele tinha razão, Sehun tinha mudado bastante nos últimos anos e não era mais aquele garoto encrenqueiro que adentrara os portões do Drop & That. Tinha amadurecido mesmo que dolorosamente, tinha aprendido que seus atos tinham consequências e algumas marcariam para sempre. Mas talvez o Kim estivesse certo, estava na hora de começar a soltar as rédeas do menor, ele já ia fazer 19 anos e precisava mais de liberdade.

─ Está certo Jongin, eu venho pensando nisso a alguns dias e sim, talvez esteja na hora de dar mais liberdade ao Sehun, mas vamos com calma. No começo, ele pode sair, com supervisão de alguém, no caso você Jongin. Aceita?

─ Aceito. Eu prometo cuidar dele.

─  Certo. Ficamos assim então.

─ Pai, eu posso pedi uma coisa…  - Sehun se pronunciou depois de um tempo em silêncio.

─ O que Sehun?

─ Sobre as proibições, poderia retirá-las, eu sei que você acha que música e dança corrompe alguém, mas não é. Dança e música é vida, e é isso que o Drop & That precisa.

─ Okay, Okay, mas sem exageros.

─ Obrigado pai, por tudo. – Sehun aproximou do mesmo o abraçando de modo carinhoso como a muito tempo não fazia. ─ Obrigado por não desistir de mim nesses anos.

─ Eu jamais desistiria de você Sehun, você é  meu filho. Tudo que eu tenho demais precioso. – o Oh mais velho sorriu feliz, como a tempos não fazia. Esperou por aquele abraço tanto tempo, e aquele momento fazia tudo valer a pena.

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Um mês se passou…

Jongin e Sehun caminhavam pelos corredores do Drop & That Institute, que agora estava tão cheio de vida. Colorido e vivo. Músicas ecoava nas pelos corredores e os alunos conversavam animados dançando. Tudo exatamente como devia ser. Wolf City já nem parecia tão cinzenta embora ainda a ausência do Sol se fizesse presente.

Os dois caminharam até o terceiro andar abrindo a porta do cantinho, mesmo Sehun tendo permissão para ir a qualquer lugar desde que fosse com o maior, aquele cantinho ainda era o lugar preferido deles.

Jongin se sentou no pufe puxando Sehun para seu colo trocando alguns beijinhos. Estavam mais apaixonados do que nunca.

─ Tanta coisa mudou não é Nini.

─ Mudou sim. Mas esse é o natural das coisas, não é mesmo?

─ É Jonginnie, mas nada disso teria acontecido se você não tivesse chegado. Você trouxe cor.

─ Está errado Sehunnie, nada teria acontecido se eu não tivesse me apaixonado por você, no primeiro momento em que te vi.

─  Jongin eu…  - Sehun abriu a boca e fechou tentando falar mas nada saiu. O Kim só riu tornando a falar.

─ Quando te vir naquele dia, encolhido dentro daquele uniforme feio, eu prometi a mim mesmo que iria transformar seu mundo cinza, numa aquarela.

─ E você fez, uma aquarela só minha, mas eu já tenho minha cor preferida.

─ E qual é a sua cor preferida Sehunnie?

─ Azul – Sehun puxou os fios de mesma cor do Kim, que outrora havia lhe dito que pintou o cabelo nessa cor, justamente por sua causa. ─  E você sabe por quê Jonginnie?

─  Hm, por que Sehunnie?

─ Azul é a cor mais quente.

Azul era quente, assim como Jongin. E Jongin, bom, Jongin sempre seria a cor preferida de Oh Sehun.

⋇⋆✦⋆⋇ FIM⋇⋆✦⋆⋇ 


Acromáticos (sekai)Onde histórias criam vida. Descubra agora