Stalker - Um clichê [Concluída]

Sombras do passado

Anime: ????

              ~~3 anos atrás~~

Thiago corria até a casa de Carla, ele estava aflito. Alguns momentos antes ele havia recebido uma mensagem de áudio da garota, ela parecia desesperada, aquelas palavras não saiam de sua cabeça.

"Thiago, por favor, me ajuda. Ele está subindo, eu não aguento mais, ele vai me pegar de novo, se isso acontecer eu não vou conseguir mais suportar. Ele está chegando perto, me ajuda, por favor, por favor, por fav- NÃO!"

Thiago só conseguia lembrar da voz de choro, do desespero e dos soluços da garota. Ele não conseguia imaginar o que poderia ter a deixado naquele estado, mas ele sabia que precisava ajudá-la.

Por algum motivo, o pai de Carla tinha uma cega confiança na família de Thiago, ao ponto de dar uma cópia de todas as chaves da casa para o pai do garoto. Aquilo ajudou Thiago a entrar na casa sem ser percebido.

Quando entrou na sala de estar, o garoto viu Marjia, a avó de Carla, encolhida em um canto do sofá, ela parecia chorar.

— Dona Marjia? O que aconteceu? — Thiago foi rapidamente até a mulher.

— Thiago?! — Marjia levantou o rosto encarando o garoto.

A mulher tinha alguns hematomas roxos no rosto, sua testa estava cortada e sangrava.

— Meu Deus! O que aconteceu com a senhora? — Thiago se aproximou.

— Thiago, você não deveria estar aqui. — Marjia falou desesperada. — Você precisa ir embora.

— Onde está a Carla? — Thiago pergunta sério, ignorando o pedido desesperado da mulher.

— Thiago...

— Dona Marjia, onde está a Carla? — Thiago perguntou novamente de uma forma grossa.

— E-ela está no quarto... — Ela falou baixo. — Por favor, ajude ela. — Marjia começou a chorar de novo.

— Eu vou. — Thiago caminhou até a escada que dava até o segundo andar.

Ele pôde perceber que estava acontecendo algo muito sério alí.

Thiago subiu até o quarto de Carla, dava para ouvir alguns gritos, pedidos de ajuda, vindos de dentro do quarto, ele tentou abrir a porta, estava trancada.

Ele sabia que não poderia entrar dentro daquele quarto desarmado, poderia ser perigoso.

O garoto foi até um quarto de hóspedes que ficava no fim do corredor. A janela daquele quarto ficava fechada pois havia uma obra sendo feita do lado de fora.

Ele abriu a janela e deu de cara com vários sacos de cimento e uma caixa cheia de ferramentas. Alí havia algo que Thiago poderia usar. Uma marreta.

Ele pegou a ferramenta e voltou para a porta do quarto da garota, pegou as chaves do bolso e abriu a porta lentamente. O que ele viu lá dentro, jamais iria sair de sua cabeça.

Carla estava deitada seminua na cama, suas mãos estavam amarradas na cama com uma cinta. O rosto da garota estava vermelho de tanto gritar e chorar. Ela viu Thiago parado na porta, mas não fez nada para não entregar a presença do garoto para o homem que estava parado no pé da cama de costas para a porta.

Alí, só de cueca, estava Henrique, um homem enorme. Ele era sócio do pai de Thiago e além disso, era pai de Carla.

Thiago entendeu imediatamente o que estava acontecendo, um ódio imenso subiu no corpo do garoto.

Ele caminhou lentamente com a marreta na mão até onde o homem estava.

— Não chora meu amor, você sabe que eu amo você filha. — Henrique falou com uma mão na cintura, encarando Carla.