Capítulo 20

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Não consigo negar como sinto um choque imenso dentro de mim, ao constatar que estou indo conhecer os pais de Tony. Meu estomago é um bolo de água e minha espinha, fios elétricos sintonizados ligados em alta voltagem. Mesmo assim, inspiro fundo tentando aparentar uma confiança que não sinto. Para mim, depois de todos esses anos e após meu único e catastrófico relacionamento, nunca mais senti o desconforto de conhecer meus sogros. E olha, a sensação não é nada legal.

Sei que também sou a primeira mulher que Tony leva para os pais conhecerem, após seu trágico e triste passado, com a amante do irmão. Para ele também deve ser algo desconfortável e ao mesmo tempo excitante, levando em consideração seu ânimo e seu modo descontraído e até divertido de conversar no caminho até o Morumbi.

Tá legal, eu sei que Tony é rico, bem como sua família.

O avô de Tony quemfundou a sede da empresa por volta da década de 60. A Radical é uma empresa de engenharia industrial de gênero Sociedade Anônima, hoje de capital aberta. Seus principais produtos vão desde motores elétricos, disjuntores, controle de automação industrial, até equipamentos de energia. No início Verus e Vander Klaus tinham o foco familiar, e por isto iniciou de forma clássica. No entanto, a sociedade com o irmão brasileiro, que estudou e se casou na Alemanha, deu margem para que a expansão e o sucesso fossem gradativos, tornando-a uma multinacional reconhecida no mercado. A Radical tem um valor de mercado de aproximadamente 30 bilhões de reais, com lucros de mais de 900 milhões e faturamento de 7 bilhões. Foi extraordinário saber destes detalhes sobre a história da Radical no meu treinamento de liderança. E saber que a história toda, tinha um pedacinho da vida do meu namorado, foi muito excitante.

—Chegamos. —ele avisa diante do portão imenso do condomínio fechado, que se abre após teclar uma senha no controle.

É tudo tão rico, tão luxuoso que penso que não vou me acostumar com tudo. Bem, na verdade eu nem preciso mesmo, porque não terei tantos motivos para vir aqui, dou de ombros com minha frase mentalmente articulada, sabendo que Tony me acusaria de fria se a ouvisse.

— Que luxo!

— Você não viu nada.

Enrugo o queixo após seu comentário e não vejo arrogância, apenas orgulho por sua família. Certamente, é uma família unida e, talvez seria mais não fosse o problema do passado.

Penso muda que "não quero ver."

Fico vislumbrada com todo o luxo e extravagância da casa dos pais de Tony. Calculo algo como 400 metros quadrados e imagino que valha alguns míseros milhões de reais, considerando meu mísero conhecimento sobre o assunto imobiliário.

Está vendo, Rose, porque eu não queria que você se metesse com ele?

Namoro um cara rico, cuja família é importante e mantém um alto padrão na sociedade. Muito alto. Nunca pensei que isso fosse acontecer um dia, mas aconteceu. Por causa do meu boquete? Do meu sexo? Não sei, só sei que tenho algo que encantou Tony.A ponto de fazê-lo se apaixonar por mim.

Eu o olho de soslaio quando ele abre a porta para mim. Seu rosto resplandece contra a luz de um holofote, algo muito bonito de ver, isso repleta meu coração. Está tão bem, tão lindo que esbanja charme e elegância em sua postura, mesmo enfiado em um jeans e uma camisa bordô. Mas a franja... Esta pode dar muito trabalho, mas o deixa tão maroto que sinto vontade de aperta-lo nas bochechas.

O cenário proposto foi um jantar. Pirei minha cabeça enquanto escolhia um vestido a altura da riqueza dos pais de Tony. Por fim, optei por um preto básico que não esconde minha classe média, mas que me deixa bonita e posso dizer que, a altura da elegância do meu namorado.

A Nossa SorteWhere stories live. Discover now