Capítulo 1

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– Para Lipe! Por favor! Eu não estou aguentando mais – Suplicava Bianca enquanto Felipe fazia cócegas em sua barriga.

– Jamais! – Disse Felipe, rindo de sua melhor amiga.

Bianca insistia para que Felipe parasse com a brincadeira, mas o amigo insistiu para continuar arrancando sua risada.

– Me obrigue! – Falou ele, com um sorriso divertido estampado em seu rosto.

Todo esse alvoroço havia começado pelo simples (e extremamente complicado) motivo de a Bianca estar preocupada com seu pai.

Bianca tinha uma irmã de 10 anos, Brenda, e cuidava dela como se fosse sua filha. Sua mãe faleceu no mesmo instante em que Brenda veio ao mundo, proveniente de um parto extremamente complicado e de risco. Seu pai, mesmo há 10 anos depois do acontecido, permanecia em um colapso mental e ainda tinha a esperança de reencontrar sua esposa (que amava como ninguém). A depressão, infelizmente, o atormentava todos os dias, o impedindo de trabalhar, crescer, e superar sua enorme perda.

Felipe acompanhou toda a trajetória da família (que por sinal foi bem trágica) desde o início, levando em consideração que, quando Brenda nasceu, eles tinham 13 anos de idade, eram melhores amigos, e a família de ambos também tinham um forte laço de amizade e carinho. As mães de Bia e Felipe eram amigas de infância, e desde a morte de Helena, mãe de Bianca, as famílias se uniram mais ainda para dar todo o apoio às meninas e ao Márcio, o pai.

Depois de longos momentos de cócegas, Felipe e Bia foram para uma praça comer, conversar, e se distrair. Eles eram acostumados a ir nessa mesma praça desde muitos pequenos, onde brincavam e se divertiam.

Felipe foi até a sorveteria enquanto Bia conversava ao telefone com seu pai. Ele já sabia que o sabor favorito de sua amiga era morango, e resolveu caprichar na cobertura de chocolate para agradá-la. Após retornar para a companhia de Bia, eles ficaram conversando, rindo e fofocando (pasmem, Felipe era extremamente fofoqueiro). Depois de se lambuzarem muito com o sorvete, encherem o "bucho" e aproveitar a tarde, ao pegar seu celular, Bia diz:

– Lipe, preciso ir! Meu pai precisa tomar seus remédios, ando muito preocupada com ele. Desde o dia em que ele encontrou o álbum de casamento dele e da minha mãe, ele não consegue deixa-lo por um segundo sequer. Acredito até que ele não está falando a verdade quando diz que tomou a medicação no horário... – concluiu Bia, pensativa e com um semblante preocupado estampado em seu rosto.

– Bianca, seu pai precisa voltar a ir na terapia. Me preocupo com o estado de saúde dele, mental e físico, e tenho certeza de que ele está regredindo depois que você me contou do álbum. – comentou Lipe, enquanto abraçava Bia, que agora estava com uma lágrima desceu no canto de seu olho. – Venha, vou te levar até em casa! – disse Felipe, se levantando e esticando a mão para Bia.

Desde que Bia e Lipe se tornaram melhores amigos, ele sempre se preocupou em deixa-la em casa em segurança. Essa foi uma das promessas que ele fez ao pai de sua amiga, que sempre dizia para ter cuidado com as 2 mulheres de sua vida (Bia e Brenda), que eram as únicas que restaram em sua família.

Os dois caminharam até a casa de Bia, que por sinal ficava a 5 minutos da praça que estavam. Já estava escuro e o movimento das ruas estava deserto, o que deixava o pai de Bianca ansioso com sua chegada.

– Vai lá, nanica. Está entregue em segurança! – disse Felipe, rindo de Bianca, que tinha apenas 1,55m de altura e batia em seu peito, já que era consideravelmente alto.

– Você é chato em urubu! – Retrucou Bia, rindo e o empurrando – Vou entrar, antes que meu pai me dê como desaparecida para a polícia! Tchauzinho, grandão – falou Bia, dando um forte abraço em Felipe. 

Era Apenas Amizade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora